#020 Dica de Pintura a Óleo: Construção da Pintura

Nesse vídeo conto da minha inspiração para construção dos elementos do quadro, com referência a cultura Mapuche, um povo indígena da região andina no Chile.

Esse vídeo é um trecho da aula completa, para assisti-la acesse: https://youtu.be/ESrEjRsGWlY

Edvard Munch – o retrato das profundezas da alma humana

Precursor do expressionismo, Edvard Munch foi um pintor norueguês que encontrou em sua obra uma forma de dar vazão aos sentimentos de uma vida marcada por acontecimentos trágicos. Sua composição artística muitas vezes chocou a sociedade, mesmo assim, o artista alcançou ainda em vida prestígio internacional.

Edvard Munch nasceu em 12 de dezembro de 1863, em Løten na Noruega. Ainda na infância teve que conviver com diversas mortes e doenças em sua família. Perdeu a mãe, vítima de tuberculose, aos 5 anos de idade. Sua irmã mais velha faleceu aos 15 anos e outra faleceu meses após se casar, já a irmã mais nova sofria com transtornos mentais. Seu pai tinha depressão e arroubos de fanatismo religioso, por isso, a educação de Munch ficou a cargo de uma tia que o apresentou às telas e pincéis.

Munch estudou na Escola de Artes e Ofícios de Oslo, tendo como influência a arte naturalista. Já no ano de 1882, Munch exibiu alguns de seus quadros na Exposição de Outono de Oslo. Um de seus mestres à época foi Christian Krogh, influente pintor represente da arte realista norueguesa.

Contudo, entre os anos de 1885 e 1889, em viagem a Paris, teve contato com a obra pós-impressionista, especialmente de Van Gogh e Gauguin, que veio a exercer influência sobre o desenvolvimento do seu estilo artístico.

Em 1892 viu a exposição Verein Berliner Künstler, em Berlim, ser fechada uma semana após a abertura, devido ao choque que os 50 quadros expostos causaram na crítica e no público. Já no ano seguinte, Edvard Munch cria a sua obra mais famosa: O Grito (1893). O quadro tornou-se o ícone do expressionismo e traz em sua composição as principais características do movimento que tinha como objetivo mostra na tela o impacto emocional, os sentimentos e as experiências mais íntimas do artista.

A partir daquele momento, Munch realizou diversas viagens pelo continente europeu, concentrando a maior parte de sua estadia na Alemanha. No ano de 1908 passou por uma temporada em uma clínica de doentes mentais na Dinamarca, após uma crise nervosa provocada principalmente pelo alcoolismo.

Aquele ano também marcou o seu retorno definitivo à Noruega. Já em 1909 realizou uma exposição que foi sucesso de vendas. Munch ganhou ainda um concurso para decorar com painéis o salão nobre da Universidade de Oslo. O artista então passa a pintar quadros mais leves e com uma aura menos pessimista.

A popularidade de Edvard Munch atingiu o ápice, mesmo o artista tendo optado por um estilo de vida mais solitário. O artista tornou-se membro da Academia de Belas Artes em 1923 na Noruega. Entretanto em 1937, sua obra chamou a atenção dos nazistas que a consideraram degenerada e a retiraram dos museus e salões de arte da Alemanha.

Outras das obras mais notáveis de Edvard Munch são A menina doente (1885), Amor e Dor (1893), A madona (1893-94) e Entre o relógio e a cama (1940-42). Munch faleceu em 1944, na Noruega.

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Candido Portinari – a cultura brasileira na pintura modernista

O retrato modernista do Brasil com seus temas sociais, culturais, religiosos folclóricos e festas populares, ganhou projeção internacional através da obra de Candido Portinari. O artista plástico brasileiro pintou ao longo da vida mais de 5 mil obras e é um dos nomes mais prestigiados do cenário artístico nacional do século XX, ganhador de diversos prêmios importantes.

Filho de imigrantes italianos, Candido Portinari nasceu na cidade de Brodowsky, interior do estado de São Paulo em 30 de dezembro de 1903. Desde cedo demostrou interesse artístico, porém sua origem humilde não permitiu que ele sequer completasse o ensino básico.

Seu primeiro contato com as artes foi por volta dos 14 anos quando trabalhou como ajudante de uma trupe de pintores e escultores italianos que passou por sua cidade natal e atuava com restauração de igrejas.

Aos 16 anos, o jovem Portinari foi para o Rio de Janeiro estudar na Escola de Belas Artes, decidido a se tornar um artista profissional. Foi ali que o artista começou a despertar interesse não apenas do corpo acadêmico como também da imprensa.

Com 20 anos de idade, Portinari já era referência dos periódicos da época que ajudavam a projetar o seu nome, além disso, o artista já havia participado de diversas exposições. O jovem pintor, já nesta ocasião, começa a demonstrar interesse pelo movimento modernista.

Em 1928, Portinari conquistou o “Prêmio de Viagem ao Estrangeiro” da Exposição Geral de Belas-Artes o que lhe possibilitou morar em Paris e outras cidades europeias. Durante os dois anos que passou viajando, teve contato com diversos movimentos e artistas como Van Dongen e Othon Friesz.

Por isso, em 1931, regressa ao Brasil com seu estilo renovado. Aos poucos as telas a óleo cedem espaço para murais e afrescos, além disso, Portinari se vê ainda mais próximo da cultura brasileira, valorizando as cores e a ideia da pintura. Assim, mais uma vez Portinari ganha destaque na imprensa brasileira.

Em 1939, expôs três telas no Pavilhão do Brasil da Feira Mundial de Nova York e no ano seguinte, sua tela Morro do Rio é comprada por Alfred Barr, diretor geral do Museu de Arte Moderna de Nova York, e exposta no MoMA.

A fama internacional veio na década de 1940. Após ter sua obra exposta no MoMA ao lado de artistas mundialmente reconhecidos, Portinari expôs individualmente no Instituto de Artes de Detroit e no MoMA.

Um artista que serviu como inspiração e exerceu influência na produção artística de Portinari foi Picasso. O artista brasileiro encantou-se pela obra Guernica, de Picasso, ao vê-la exposta no MoMA. A partir deste momento, passa a empregar mais dramaticidade ao retratar as mazelas do povo brasileiro, como pode ser observado na obra Os retirantes (1944).

A convite de Oscar Niemeyer, em 1944 suas obras são incluídas na decoração do complexo arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte. E em 1947 o artista expõe na Galerie Charpentier, em Paris. Além disso, suas obras também são expostas em salões de Buenos Aires e Montevidéu.

Já na década de 1950 recebeu medalha de ouro do Prêmio Internacional da Paz e é o nome de destaque da 1ª Bienal de São Paulo. E em 1955 é premiado com a medalha de ouro do Internacional Fine-Arts Council de Nova York, como melhor pintor do ano.

Entre as obras mais conhecidas de Portinari se destacam Serenata (1925), Mestiço (1934), Café (1935), Cana de Açúcar (1938) e O Lavrador de Café (1939). O artista faleceu em 1962 em decorrência de intoxicação provocada pelas tintas que utilizava.


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