#003 Margaret Mee – Arte e Ciência em foco

Os mistérios e riquezas tropicais da floresta amazônica foram amplamente reproduzidos através das ilustrações da botânica Margaret Mee a partir de 1964 até meados de 1988. Considerada uma mulher à frente de seu tempo e uma das mais notáveis do século 20, a artista inglesa dedicou seu trabalho a estudar e pintar a flora brasileira com o intuito de preservá-la.

Nascida em 1909 em Chesham na Inglaterra, Margaret Ursula Mee, estudou arte na St. Martin’s School of Art, no Centre School of Art e na Camberwell School of Art em Londres. Antes de desembarcar no Brasil, aos 42 anos de idade com o seu segundo marido, ela era uma artista plástica modernista. Já estabelecida em São Paulo, lecionou arte na escola Saint Paul’s School e tornou-se artista botânica pelo Instituto de Botânica de São Paulo em 1958. Influenciada por sua amizade com Burle Marx, foi morar no Rio de Janeiro onde viveu por quase 30 anos. Faleceu em 1988 na Inglaterra em um acidente de automóvel.

Sua paixão pela biodiversidade do Brasil nasceu a partir das explorações que realizou entre 1958 e 1964 às selvas brasileiras. Dona de compleição frágil, Mee surpreendia por sua coragem ao realizar longas viagens para chegar até os espécimes de plantas mais raros. A ilustradora botânica realizou ao longo de sua vida 15 expedições à Amazônia e se envolveu profundamente nas questões de preservação do meio ambiente ao presenciar situações aterradoras de desmatamento e a consequente destruição dos ecossistemas.

Misturando com originalidade a beleza da arte e a precisão científica, as obras de Margareth Mee eram concebidas através de rascunhos à lápis e finalizadas com guache diluído ou aquarela. Havia uma preocupação da aquarelista botânica em fazer um registro fiel das cores dos seus objetos de estudo. A sensibilidade da artista se eternizou em ilustrações delicadas e detalhistas que transmitem profundidade e fazem com que o observador visualize a textura da planta retratada.

Perseguiu durante anos o que se concretizou como um dos seus registros mais importantes: o desabrochar da Flor da Lua, um espécime que floresce na lua cheia e morre em apenas uma noite. São famosos também os seus estudos representativos do modo de vida das bromélias, tema destacado no enredo carnavalesco de 1994 da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis com o nome de Margaret Mee, a dama das bromélias.

O trabalho da ilustradora botânica, Margaret Mee, apresenta mais de 400 ilustrações das florestas tropicais brasileiras e também documentou seus estudos em 40 sketchbooks e 15 diários. No Brasil, algumas destas obras estão no Instituto de Botânica de São Paulo e no Sítio Roberto Burle Marx no Rio de Janeiro, já em Londres, estão expostas no Kew Royal Botanic Gardens.

Para conhecer mais obras do artista acesse a pasta que criamos: https://br.pinterest.com/thaisslaski/arte-matérias-do-site/margaret-mee/

Crédito Imagens: 
http://www.huntbotanical.org
https://pin.it/r7vunw3lklmgbi
https://www.si.edu/
https://br.pinterest.com/cristinavenanzo/margaret-mee/?lp=true
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