Podcast – Pintura e Finanças

O artista Emerson Ferrandini, do site Arte Academia, me chamou para conversarmos sobre pintura, mercado de trabalho do artista e estabilidade financeira. Foi muito legal conversar com o Emerson, eu adorei, e o podcast já saiu para todo mundo ouvir.

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Espero que a conversa seja útil para você e possa contribuir de alguma forma com o seu crescimento na pintura.

Se gostaria de saber mais coisas, se você tiver dúvidas ou sugestões, por favor envie para o e-mail contato@thaisslaski.com.br que eu vou juntar varias mensagens e respondê-las em outro vídeo, em outra oportunidade mais para frente.

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O simbolismo dourado do austríaco Gustav Klimt

Klimt é um dos pintores mais revolucionários da arte austríaca que compreende a virada do século XIX para o XX. Conhecido por sua aparência quase exótica, dedicou-se à art nouveau e ajudou a fundar o movimento de jovens artistas denominado Secessão de Viena. As obras mais famosas de Klimt são os quadros Retrato de Adele Bloch-Bauer I e O Beijo, ambas da aclamada fase dourada do pintor. 

Gustav Klimt nasceu em 14 de julho de 1862, na cidade de Baumgarten, Viena, em uma época de grande eclosão cultural, conhecida como “modernidade vienense” e que produziu diversos pensadores e artistas importantes, tais como o psicanalista Sigmund Freud e o escritor Karl Kraus. 

Klimt era um dos sete filhos do gravador Ernst Klimt e de Anna Klimt. Aos 14 anos ingressou na Escola de Artes Decorativas, onde praticou o desenho ornamental, estilo, perspectiva, entre outros. Seguiu a sua especialização em pintura com Ferdinand Laufberger e depois, Julius Vicktor Berger. 

Seus primeiros trabalhos foram realizados ao lado de seu irmão Ernst (que carregava o mesmo nome de seu pai) e do pintor Franz Matsch com quem ele fundou a Companhia dos Artistas. Devido ao boom de construções, as primeiras encomendas eram vitrais e murais para locais importantes como Museu de História da Arte de Viena, ligado à Escola de Artes Decorativas. 

Já nessa época, Klimt busca romper com o tradicionalismo da arte e, junto com outros artistas, funda Associação Austríaca de Artistas Figurativos que tem como missão se opor à conservadora Sociedade dos Artistas Vienenses. Suas obras, dotadas de um forte estilo decorativo, começam a ganhar enorme visibilidade, caindo na graça da burguesia judaica. 

A primeira grande virada artística na vida de Gustav Klimt ocorreu em 1894 quando foi incumbido de pintar três grandes painéis para o teto do auditório da Universidade de Viena. As ousadas pinturas mostravam corpos femininos nus em posições provocadoras e foram alvo de grande escândalo. 

Nos primeiros anos de 1900, o artista entrou na sua chamada fase dourada em que se utilizou de folhas de ouro para compor retratos principalmente de mulheres. Nas telas também é possível ver pequenos objetos e símbolos geométricos que adornam e contrastam com as figuras principais concebidas de maneira extremamente realista. O processo para a concepção destas artes era muito demorado e minucioso. É também deste período a obra Danae (1907-8). 

O fim dessa fase marcou um período de envolvimento do artista com os preceitos do Expressionismo. Além disso, em uma viagem à Paris em 1909, o artista teve contato com as obras de Toulouse-Lautrec e com o fauvismo. Klimt então passa a usar cenários mais simples, como pode ser observado nas telas O Chapéu de Plumas Negras (1910), A Vida e a Morte (1916) e A Virgem (1913). 

Nos anos seguintes ele se dedica a pinturas de paisagens com certa influência cubista, além de se dedicar a uma arte de cunho mais erótico, ainda tendo a figura feminino como principal representação. Sua paleta ganha tons mais sombrios a partir de 1915, quando o artista perdeu a sua mãe. Já em 1918, Gustav Klimt faleceu vítima de um ataque apoplético.


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A precisão luminosa das obras de Joaquín Sorolla

Sorolla é conhecido por suas obras de singular luminosidade, muitas vezes retratando praias ensolaradas da Espanha com personagens que parecem brincar aos olhos dos espectadores, eternizados através de rápidas pinceladas que lhes imprimiam movimento e leveza, além de cores harmoniosas. O pintor foi ainda mais notável ao expressar a sua sensibilidade artística em obras que se voltam para questões históricas e sociais análogas principalmente à pobreza. 

Joaquín Sorolla y Bastida nasceu em 27 de fevereiro de 1863, em Valência na Espanha. Era o primeiro filho de um pobre casal de comerciantes, porém com apenas dois anos de idade o jovem Joaquín ficou órfão. Ele e sua irmã mais nova tiveram os cuidados delegados a um casal de tios maternos e aos 9 anos de idade iniciou sua educação artística. 

O talento precoce de Sorolla o levou, aos 15 anos de idade, a ingressar na Academia de San Carlos, localizada em sua cidade natal. Já aos 18 anos teve a oportunidade de viajar para Madri, onde estudou os grandes mestres expostos no Museu do Prado. Após prestar o serviço militar obrigatório, aos 22 anos, partiu para a italiana Roma com o intuito de aprender pintura, após ganhar uma bolsa de estudos. Teve ainda a oportunidade de passar uma temporada em Paris, onde teve contato com a arte vanguardista. 

Sorolla estabeleceu-se em Madri dois anos após de casar-se com Clotilde García del Castillo com quem teve três filhos: Maria, Joaquín e Elena. Suas obras, naquela época, focavam-se sobretudo no orientalismo, temas mitológicos, históricos e sociais. Nessa altura ele já havia desenvolvido o estilo pictórico marcante de suas obras denominado Luminismo e o que tornaram reconhecido como o Pintor da Luz. 

Apenas em 1892 conseguiu certa projeção artística com a tela “Outra Margarita!” que ganhou medalha de ouro na Exposição Nacional de Madri. Com essa mesma obra o pintor espanhol conquistou o primeiro lugar na Exposição Internacional de Chicago, cunhando assim fama internacional.  

Entretanto foi com a aclamada obra Triste Herança (1899) em que retrata crianças aleijadas tomando banho no mar de Valência, em que o pintor realmente teve uma virada em sua carreira. A obra lhe rendeu o Gran Prix, uma medalha de honra na Exposição Universal de Paris (1900) e outra medalha de honra na Exposição Nacional de Madri (1901). Porém, foi a partir desse trabalho que Sorolla passou a se distanciar dos temas sociais. 

Outras das importantes obras de Sorolla são “E ainda dizem que peixe é caro” (1894), o “Retrato do Dr. Simarro ao Microscópio” (1897), uma união entre arte e ciência e que viria a retornar na tela “Uma Investigação”, Menina (1904), Passeio à beira-mar (1909), Correndo ao longo da praia (1908) e Meninos na Praia (1910). 

Ao olhar para uma obra de Sorolla é quase possível sentir a brisa que desmancha as vestes e bagunça os cabelos ou sentir a cálida luz solar que ilumina a paisagem e a pele de seus modelos, sobretudo em suas paisagens à beira mar. A influência do artista sobre a arte espanhola foi tanta que muitos adeptos de suas técnicas passaram a ser conhecidos como “sorollistas”. Sorolla faleceu em 10 de agosto de 1923, em Madri.


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As divertidas ilustrações do artista britânico Korky Paul

Ilustrador de livros infantis, o britânico Korky Paul ficou conhecido mundialmente pelas ilustrações da série de livros Winnie the witch, escrita por Valerie Thomas, e que narra as divertidas aventuras da bruxa Winnie e seu gato Wilbur. Em 1987 Winnie the witch conquistou o Children’s Book Award e foi publicado em mais de 10 idiomas.

Korky Paul nasceu em 1951 no Zimbabue e seu nome de batismo é Hamish Vigne Christie Paul. Um dos sete filhos de sua família, Paul costumava passar as horas vagas lendo gibis e desenhando as suas próprias histórias em quadrinhos. Em 1972 formou-se na Durban School of Art e foi trabalhar em uma agência de publicidade na Cidade do Cabo.

Quatro anos depois, mudou-se para a Grécia onde foi contratado para ilustrar livros educacionais que ensinavam crianças gregas a falar o inglês britânico. Seu trabalho em agências de publicidade seguiu em Londres e Los Angeles. Nos Estados Unidos, Paul estudou animação de filmes no Instituto de Artes da Califórnia com Jules Engel. Em 1980 publicou o seu primeiro livro, The Crocodile and the Dumper Truck, um pop up que traz a engenharia de papel de Ray Marshall.

A oportunidade de ilustrar Winnie the witch veio em 1986 quando conheceu Ron Heapy, da editora Oxford University Press. Cheio de piadas visuais e detalhes espirituosos, o livro conquistou um ano depois o importante prêmio Children’s Book Award no Reino Unido. Desde então, já foram lançados 15 livros da série, além de ter ganhado uma versão para a televisão que estreou em dezembro de 2016 no Discovery Kids na América Latina e no Milkshake! No Reino Unido.

Paul costuma desenvolver suas ilustrações com aquarela, caneta e tinta. Todo o seu trabalho é concebido manualmente, apenas após a finalização que as ilustrações são digitalizadas. Além da contribuição como ilustrador em diversos livros infantis, o artista possui obras originais expostas na Galeria Mazza Collection, Universidade de Findlay, Findlay, Ohio, EUA. Atualmente vive em Oxford, na Grã-Bretanha com a sua esposa e seus dois filhos.

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Maria Werneck de Castro – a ilustração botânica brasileira na segunda metade do século XX

Além de importante ilustradora científica, Maria Werneck de Castro desenvolveu um papel ativo na preservação do meio ambiente e principalmente da flora e fauna brasileira. Suas ilustrações ficaram conhecidas pela riqueza de detalhes e a qualidade técnica e artística com a qual eram concebidas.

Maria Werneck de Castro nasceu na cidade de Vassouras no Rio de Janeiro, porém dos 10 aos 20 anos residiu em Blumenau, onde teve a oportunidade de aprender a técnica do crayon contè com a professora Alice Werner. Com 30 anos e morando novamente no Rio, Maria Werneck foi trabalhar na Caixa Econômica.

Em 1940 foi convidada por uma amiga médica a fazer ilustrações patológicas, em que documentava o passo a passo das incisões a que assistia. Ali ela já mostrava um rigor técnico que surpreendiam, por isso, foi convidada a participar da criação de Brasília, a nova capital brasileira.

Já na casa dos 50 anos, Maria Werneck começou a se dedicar à ilustração botânica. O trabalho fez despertar como nunca o desejo de denunciar o desmatamento e lutar pela preservação ambiental e da biodiversidade brasileira, tornando-a uma das mais potentes vozes nesta causa.

Por este motivo, Maria Werneck especializou-se em retratar espécies em extinção com precisão técnica e detalhes muito fiéis captados com o auxílio de lápis, papel e finalizados em aquarela. Seu trabalho ganhou notoriedade internacional, tendo alguns de seus desenhos expostos Hunt Botanical Library, adquiridos pela Carnegie Mellon University de Pistsburgh, na Pensilvânia. Posteriormente teve a oportunidade de expor seu trabalho no Japão e na África do Sul.

Maria Werneck dedicou-se à ilustração botânica por três décadas nas quais conseguiu reunir um trabalho extraordinário que retrata as riquezas naturais brasileiras ameaçadas de extinção. A artista faleceu em 12 de março de 2000, no Rio de Janeiro, legando um trabalho de grande importância para o país e para o mundo.


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Ismael Nery – A influência do surrealismo na arte brasileira

Dotado de um estilo singular, o artista brasileiro Ismael Nery teve a sua obra dividida em três fases em que se destacam as influências do expressionismo, cubimos e surrealismo. Ao longo de sua carreira, encurtada pela doença, Nery dedicou-se aos ofícios de pintor, desenhista, arquiteto, cenógrafo e filósofo.

Ismael Nery nasceu em Belém do Pará em 9 de outubro de 1900. Por volta dos nove anos de idade mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Interessado em arte desde a adolescência, o brasileiro frequentou durante quase um ano a Escola Nacional de Belas Artes, porém não se adaptou ao academicismo que predominava em seu curso.

Por isso, cerca de 3 anos depois, o artista partiu rumo ao velho continente para  aprender mais sobre arte e é onde tem contato com o modernismo e cubismo de artistas como Pablo Picasso.  Em Paris frequentou durante três meses a Academia Julian, onde começou a desenvolver suas obras já sob a influência do expressionismo.

O artista havia desenvolvido interesse pela figura humana pouco tempo antes ao realizar cópias em gesso de esculturas da antiguidade greco-romana. Em breve passagem pela Itália conhece também as obras dos mestres do Renascimento e alguns artistas modernistas.

De volta ao Brasil, em 1921, passa a exercer o cargo de desenhista na seção de Arquitetura e Topografia da Diretoria do Patrimônio Nacional, órgão que pertencia ao Ministério da Fazenda. Nesse momento, Nery conhece o poeta Murilo Mendes que se torna seu amigo.  Já em 1922 casou-se com a poetisa Adalgisa (Ferreira) Nery.

Cinco anos depois retorna à Europa, onde conhece artistas e obras surrealistas. Suas obras já dotadas de uma dramaticidade muito característica se voltam para a figura humana e basicamente compreende retratos, autorretratos e nus. Diferentemente de outros artistas de sua época ele não se interessava por temas nacionais, indígenas e afro-brasileiros.

Algumas de suas obras mais lembradas são Autorretrato (1930), Namorados (1927) e Figura (1927). Foi em 1929, após uma viagem à Argentina que Nery foi diagnosticado com tuberculose. Após dois anos de internação no Sanatório de Correas, em Petrópolis, saiu de lá se sentindo curado. Contudo, a doença voltou em 1933. Ele continuou sua produção artística mesmo doente e por este motivo as figuras que retratava se tornaram mais viscerais e mutiladas.

Nery faleceu em 6 de abril de 1934, sem ter experimentado a fama que só viria alguns anos após a sua morte e o colocaram ao lado de nomes importantes do modernismo brasileiro como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti.


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Ticiano – Um dos grandes mestres do Renascimento

Ticiano é considerado um dos nomes mais importantes do Renascimento. O artista italiano viveu durante quase um século e o conjunto de sua obra antecipou muitos aspectos do  Barroco e até mesmo do modernismo, tornando-o fonte de inspiração para diversos pintores que vieram posteriormente. Seu trabalho é notadamente reconhecido pelos retratos de importantes figuras da época, além de paisagens, cenas religiosas e mitológicas.

Ticiano Vecellio ou Vecelli nasceu por volta de 1488 na comuna italiana de Pieve di Cadore. Filho de Gregorio Vecelli, um destacado funcionário do governo, demonstrou o seu talento para as artes precocemente e por este motivo foi enviado à Veneza aos 9 anos de idade para ser pupilo de Sebastiano Zuccato, famoso mosaicista da época.

Cerca de três anos depois, se transferiu para o ateliê de Gentile Bellini, cujo estilo e técnica não agradaram muito Ticiano. Assim, ele logo recorreu a Giovanni Bellini, irmão de Gentile e um dos primeiros mestres da escola veneziana e que teve grande influência sobre o desenvolvimento do estilo de Ticiano.

Um dos primeiros trabalhos que se atribui a Ticiano são os afrescos do edifício Fondaco dei Tedeschi, em Veneza. O trabalho de decoração fora encomendado pelos alemães para o pintor Giorgione que também havia sido discípulo de Giovani Bellini e Ticiano colaborou elaborando os afrescos da fachada.

Após a morte precoce de Giorgione, em 1510, Ticiano já havia conquistado prestígio e uma fiel e abastada clientela que disputava espaço na concorrida agenda do pintor veneziano. Com a morte de Giovanni Bellini em 1516, no entanto, Ticiano assumiu o posto de pintor oficial da República. Naquele mesmo ano foi contratado para pintar A Assunção de Nossa Senhora para o altar-mor da Igreja de Santa Maria dei Frari.

Ticiano atingiu a maturidade de sua obra por volta de 1530. Seu estilo tornou-se muito mais dramático, suas pinceladas livres e expressivas se destacavam pelo emprego de uma tinta sutil. Entre suas principais obras estão O Nascimento de Adonis (1510), Adoração de Vênus (1520), A virgem com o coelho (1530), O imperador Carlos V em Muhlberg (1548) e O retrato de Felipe II com armadura (1551).

Apesar de ser acusado de trabalhar de maneira muito lenta, Ticiano despertava a admiração e amizade de pessoas bastante influentes, como o Duque Federico II Gonzaga, sobrinho de Alfonso d’Este que o apresentou ao rei da Espanha Carlos V a quem o artista retratou em diversas ocasiões. Já em 1545 foi convidado e recebido pelo próprio Papa Paulo III em Roma e nesta ocasião também conheceu Michelangelo.

Os últimos anos de Ticiano foram dedicados mais ao trabalho como retratista, mesmo com a sua visão já enfraquecida e a mão já não tão firme por conta da idade. O artista, porém, continuava incumbido da finalização de muitos trabalhos que eram tidos como de sua autoria. Ticiano faleceu em 27 de agosto de 1576, vítima da peste.


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Ingres – entre o Neoclassicismo e o Romantismo francês

Representante da transição do neoclassicismo para o romantismo, Ingres destacou-se como pintor e desenhista francês. Teve como mestre Jacques-Louis David, importante pintor neoclassicista da corte de Napoleão Nonaparte. Ingres tinha quase que uma obsessão pela figura feminina e ao longo de sua carreira realizou diversos estudos de nu. O artista francês também foi responsável por fazer um retrato interessante dos costumes da burguesia da época, além de trazer para as suas pinturas cenas mitológicas.

Foi na comuna francesa de Montauban que nasceu Jean-Auguste Dominique Ingres, em 29 de agosto de 1780. A mãe de Ingres tinha pouca instrução, porém o seu pai dedicava-se a diversas artes como pintura, escultura e até música e foi ele que incentivou o jovem a ingressar na vida artística.

Com seis anos, Ingres ingressou na Ecole des Frères de l’Education Chrétienne porém o estudo foi interrompido devido à eclosão da Revolução Francesa.  Por volta dos 11 anos passou a frequentar a academia de arte de Toulouse onde teve o seu primeiro contato com as obras de Rafael. Ingres também herdou o apreço de seu pai pela música, apresentando-se como violinista com apenas 14 anos no Teatro Municipal de Toulouse.

Optando em focar-se na pintura, obteve o primeiro prêmio em desenho na academia provincial e em 1796 foi para Paris onde ingressou no ateliê de Jacques-Louis David com quem estudou por quatro anos. Pelos anos seguintes ele seguiria o estilo neoclassicista de seu mestre até encontrar o seu estilo pessoal, tornando-se um pintor individualista ao preferir os temas gregos aos romanos.

Em 1801 pintou Os Emissários de Agamenon que lhe rendeu o Prêmio Roma. Neste quadro fica evidente a influência do mestre David em sua composição. No ano seguinte fez a sua estreia no Salão de Paris com uma obra que se perdeu, já em 1803 recebeu a primeira encomenda de pintar Napoleão Bonaparte.

Em 1806 expôs diversas obras no Salão de Roma que receberam críticas não muito favoráveis que lhe causaram grande indignação. Recusando-se a retornar à Paris, Ingres instalou um ateliê na Vila Medici, continuando os seus estudos e retratos. Em 1808 pintou Édipo e a Esfinge e a Banhista Valpinçon, obras que apesar da maestria dos detalhes de seus nus, também não lhe rendeu boas críticas. O mesmo se sucedeu com a obra Júpiter e Tétis (1811).

Porém mesmo com as críticas ferrenhas em cima de sua arte, Ingres continuou recebendo algumas encomendas importantes de famílias nobres italianas. O artista mudou-se para Florença em 1820 e apenas no Salão de Paris de 1824 obteve êxito ao expor suas obras e finalmente passou a ser reconhecido como pintor. Aclamado pela crítica nas décadas seguintes, Ingres recebeu diversos estudantes em seu ateliê.

Exímio desenhista, Ingres optava por usar em seus esboços lápis de grafite duro e papel liso e macio, sem fibras aparentes. Concebendo seus desenhos com modelos em sessões de 4 horas. Suas pinturas não tinham as gradações de cor e luz típicas do romantismo e, sim o uso de meios-tons e uma técnica que buscava se aproximar da realidade com toques que foram considerados por alguns estudiosos como precursores da arte moderna.  A obra de Ingres exerceu influência em artistas como Degas, Picasso, Matisse, entre outros.

Outras obras importantes do pintor são A grande odalisca (1814), A apoteose de Homero (1827), A Fonte (1856) e Madame Moitessier, sentada (1856). O artista francês faleceu aos 86 anos vítima de uma pneumonia.


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Marco Somà – vencedor do Prêmio Andersen 2019 de melhor ilustrador

Com um traço que transborda sensibilidade, Marco Somá é um artista italiano que em 2019 conquistou o prêmio Andersen Award de melhor ilustrador, uma das mais expressivas premiações da área. Suas ilustrações mesclam contos populares com um toque de poesia e criatividade que convidam o leitor a viajar e sonhar através de sua arte.

Marci Somà nasceu em Cuneo, na Itália, em 1983. Graduou-se em Pintura na Academia de Arte de sua cidade natal e após a conclusão do curso, decidiu se aprofundar no campo da ilustração e se inscreveu no mestrado da Escola de Ilustração Ars In Fábula, localizada na província de Macerata.

O primeiro livro infantil que publicou com suas ilustrações foi A galinha vermelha (em tradução livre) em que adaptou um conto popular e pode expressar suas habilidades técnicas, rica imaginação e capacidade de representar os elementos de maneira delicada e poética.

Sua paixão por animais e natureza fica evidente em suas publicações divididas entre as principais editoras italianas como EL, Rizzoli, Il Castoro, Kite Edizioni e Kalandra. Seu processo artístico muitas vezes demora em torno de 4 a 5 dias e consiste em anotar as frases e passagens que mais lhe impressionam ao ler e reler as histórias que vai ilustrar.

Inicia os desenhos com lápis, utilizando-se da técnica do claro e escuro e somente após digitalizar a imagem, o ilustrador italiano começa a colorir.  Entretanto o processo de coloração não é digital, pois prepara fundos em aquarela ou tinta acrílica, sobrepondo-os ao lápis. A técnica mesclada com papéis coloridos e texturas resulta em incríveis efeitos tridimensionais.

Somà atualmente trabalha como ilustrador freelancer para livros infantis e ministra oficinas de Técnicas de Pintura e Quadrinhos na Academia de Arte de Cuneo. Suas ilustrações já foram selecionadas em diversas competições internacionais com obras como Robot, O chamado do pântano e A rainha das rãs não pode molhar os pés (publicado no Brasil em 2015 pela Editora Pulo do Gato).

Em 2019, Somà além de conquistar o Prêmio Andersen, também ganhou o segundo prêmio do XV Concurso de Ilustradores do Prêmio Ragazzi di Cento de Literatura com O Vendedor de Felicidade.


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El Bosco – as pinceladas fantasiosas de um gênio pré-renascentista

Considerado o primeiro artista fantástico, El Bosco foi um pintor holandês que viveu entre os séculos XV e XVI. O artista surpreende com uma obra repleta de simbolismos diversos e que permanece de difícil interpretação até os dias atuais. Os elementos fantasiosos de suas pinturas mesclam-se com pinceladas de um realismo surpreende para a época e acredita-se que o estilo do artista brabantino tenha influenciado, séculos mais tardes, o movimento surrealista.  

Ao longo de sua carreira, Jeroen van Aken recebeu diversos nomes. Entre os mais famosos está o pseudônimo Hieronymus Bosch e El Bosco, como o artista ficou conhecido na Espanha, país que recebeu diversas de suas obras por meio de encomendas. Nascido em 1450, em Hertogenbosch (de onde provém o seu pseudônimo), capital da província de Brabante do Norte, aproveitou a efervescência artística e política que antecedeu o movimento Renascentista. Oriundo de uma família de artistas, aprendeu o ofício da pintura desde cedo.

O casamento com uma jovem de alta estirpe permitiu que El Bosco se dedicasse exclusivamente à pintura. Não demorou a se tornar uma referência artística em seu país e fora dele, principalmente da Espanha. Pouco se sabe de sua personalidade ou trajetória pessoal, porém suas obras descrevem um artista talentoso, refinado e de grande imaginação.

A maioria de suas produções é composta por temas comuns à época como cenas de santos, além do nascimento, paixão e morte de Cristo. De outras, no entanto, saltam paisagens e figuras insólitas rodeadas por elementos de cunho religioso e fantástico e que ao longo dos séculos desafiam pesquisadores e estudiosos da arte de El Bosco que, muitas vezes, divergem ao atribuir significado isolado ou ao conjunto de sua obra.

As mais famosas de suas obras foram em realizadas em tríptico, ou seja, eram constituídas por três painéis, sendo um fixo no meio e outros dois laterais ligados ao primeiro com dobradiças ou gonzos. É o caso dos quadros O Jardim das Delícias, As Tentações de Santo Antão e o Julgamento Final. Nestas telas o artista incorpora as suas habilidades excepcionais como desenhista e colorista para dar vida aos temores, pecados e vícios humanos, que assumem o seu característico tom fantasioso. Outras obras importantes de El Bosco são a Extração da Pedra da Loucura, O Carro de Feno e O Navio dos Loucos.

Para muitos críticos, como o historiador francês Marcel Brion, as obras de El Bosco exerceram grande influência para os artistas surrealistas. Afinal, o conteúdo de sua obra assume em muitos aspectos o tom onírico e obscuro encontrados no surrealismo. No entanto, não há um consenso real sobre isto, visto que os processos criativos de El Bosco e dos surrealistas eram completamente diferentes.

O artista faleceu em 1516 e de sua obra conservam-se cerca de 40 originais espalhados no mundo em museus importantes como o Museu do Prado, em Madri e o Louvre, em Paris. É possível encontrar uma das versões de As Tentações de Santo Antão no MASP, em São Paulo, cuja obra oficial está localizada no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.


Acesse a galeria para admirar mais a obra de El Bosco no Pinterest: https://br.pinterest.com/thaisslaski/arte-mat%C3%A9rias-do-site/el-bosco/


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