Sorolla é conhecido por suas obras de singular luminosidade, muitas vezes retratando praias ensolaradas da Espanha com personagens que parecem brincar aos olhos dos espectadores, eternizados através de rápidas pinceladas que lhes imprimiam movimento e leveza, além de cores harmoniosas. O pintor foi ainda mais notável ao expressar a sua sensibilidade artística em obras que se voltam para questões históricas e sociais análogas principalmente à pobreza.
Joaquín Sorolla y Bastida nasceu em 27 de fevereiro de 1863, em Valência na Espanha. Era o primeiro filho de um pobre casal de comerciantes, porém com apenas dois anos de idade o jovem Joaquín ficou órfão. Ele e sua irmã mais nova tiveram os cuidados delegados a um casal de tios maternos e aos 9 anos de idade iniciou sua educação artística.
O talento precoce de Sorolla o levou, aos 15 anos de idade, a ingressar na Academia de San Carlos, localizada em sua cidade natal. Já aos 18 anos teve a oportunidade de viajar para Madri, onde estudou os grandes mestres expostos no Museu do Prado. Após prestar o serviço militar obrigatório, aos 22 anos, partiu para a italiana Roma com o intuito de aprender pintura, após ganhar uma bolsa de estudos. Teve ainda a oportunidade de passar uma temporada em Paris, onde teve contato com a arte vanguardista.
Sorolla estabeleceu-se em Madri dois anos após de casar-se com Clotilde García del Castillo com quem teve três filhos: Maria, Joaquín e Elena. Suas obras, naquela época, focavam-se sobretudo no orientalismo, temas mitológicos, históricos e sociais. Nessa altura ele já havia desenvolvido o estilo pictórico marcante de suas obras denominado Luminismo e o que tornaram reconhecido como o Pintor da Luz.
Apenas em 1892 conseguiu certa projeção artística com a tela “Outra Margarita!” que ganhou medalha de ouro na Exposição Nacional de Madri. Com essa mesma obra o pintor espanhol conquistou o primeiro lugar na Exposição Internacional de Chicago, cunhando assim fama internacional.
Entretanto foi com a aclamada obra Triste Herança (1899) em que retrata crianças aleijadas tomando banho no mar de Valência, em que o pintor realmente teve uma virada em sua carreira. A obra lhe rendeu o Gran Prix, uma medalha de honra na Exposição Universal de Paris (1900) e outra medalha de honra na Exposição Nacional de Madri (1901). Porém, foi a partir desse trabalho que Sorolla passou a se distanciar dos temas sociais.
Outras das importantes obras de Sorolla são “E ainda dizem que peixe é caro” (1894), o “Retrato do Dr. Simarro ao Microscópio” (1897), uma união entre arte e ciência e que viria a retornar na tela “Uma Investigação”, Menina (1904), Passeio à beira-mar (1909), Correndo ao longo da praia (1908) e Meninos na Praia (1910).
Ao olhar para uma obra de Sorolla é quase possível sentir a brisa que desmancha as vestes e bagunça os cabelos ou sentir a cálida luz solar que ilumina a paisagem e a pele de seus modelos, sobretudo em suas paisagens à beira mar. A influência do artista sobre a arte espanhola foi tanta que muitos adeptos de suas técnicas passaram a ser conhecidos como “sorollistas”. Sorolla faleceu em 10 de agosto de 1923, em Madri.
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