As fascinantes ilustrações e histórias de Anthony Browne

Reconhecido por seu aclamado trabalho voltado para o público infantil, Anthony Browne é um escritor e ilustrador britânico vencedor do prêmio Hans Christian Andersen de 2000, uma das mais importantes premiações para criadores de livros infantis e nomeado Children’s Laureate entre 2009 e 2011. Suas histórias fascinantes são repletas de empatia e sensibilidade e misturam-se com as ilustrações que carregam um jogo visual repleto de criatividade.

Anthony Edward Tudor Browne nasceu em Sheffield, na Inglaterra, em 11 de setembro de 1946 e se formou em Design Gráfico pela Escola de Artes de Sheeds em 1967. Desde muito cedo ele teve contato com as artes e costumava desenhar com seu pai. O jovem Browne pretendia ser um pintor, porém a necessidade de ganhar algum dinheiro o levou a se tornar ilustrador médico, trabalho em que tinha que descrever através de desenhos detalhados as cirurgias que acompanhava.

Após três anos o trabalho, no entanto, tornou-se repetitivo demais e Browne passou os cinco anos seguintes ilustrando cartões de visitas. Ambos os trabalhos foram verdadeiros treinos para que o artista desenvolvesse a arte de contar histórias através de suas ilustrações.

O livro de estreia de Anthony Browne foi Through the magic mirror (Através do espelho mágico), em 1976 e foi o seu primeiro desafio em criar ilustrações e textos que convergissem uma única linguagem. Ele continuou no ano seguinte com Walk in the Park (Um passeio pelo parque) e Bear Hunt.

Os animais costumam ganhar destaque em seus livros, principalmente os gorilas que surgem como protagonistas em várias histórias, como no livro Willy the Wimp (Willy, o tímido), lançado em 1984 e que se tornou um verdadeiro sucesso. Embora o protagonista seja um macaco, Browne confessa que se inspirou nele mesmo para criar a personagem.

As histórias de Anthony Browne carregam mensagens sensíveis e suas ilustrações hipnotizam por cada detalhe que dialoga perfeitamente com o texto. Muitas vezes o autor recorre a aquarela, ao guache, tintas e lápis de cera para construir sua narrativa com leveza.

Além disso, seus livros escondem jogos visuais que não passam despercebidos aos olhos atentos das crianças, mas que constituem verdadeiros desafios para os adultos. São estes elementos que dão vida e profundidade às suas histórias e provocam a imaginação do leitor.

Para conhecer mais obras do artista acesse a pasta que criamos: https://br.pinterest.com/thaisslaski/arte-matérias-do-site/anthony-browne/




Crédito Imagens:
https://commons.wikimedia.org/
Thais Slaski

Luiz Zerbini – Geração 80 da arte brasileira

Luiz Zerbini é um dos principais representantes da Geração 80 da arte brasileira e tem um vasto trabalho reconhecido e premiado nacionalmente. O artista multimídia participou de diversas exposições individuais e coletivas e possui obras em importantes coleções públicas como Museu da Arte Moderna do Rio de Janeiro, o MAM de São Paulo e Inhotim.

Nascido em 28 de abril de 1949, em São Paulo, Luiz Pierre Zerbini começou a ter aulas de pintura ainda criança com Van Acker, depois incluiu em seus estudos a fotografia e aquarela. Também cursou Artes Plásticas na Fundação Armando Alvares Penteado. 

Na década de 1980 mudou-se para o Rio de Janeiro onde trabalhou como cenógrafo e ator no teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone e também fez algumas apresentações em bares ao lado da atriz e apresentadora Regina Casé, com quem foi casado. Os primeiros trabalhos de Luiz Zerbini foram pinturas, contudo ele também se dedicou a criar esculturas, vídeos, desenhos e fotografias.

Artista versátil, Luiz Zerbini se expressa através de uma obra figurativa que mescla elementos abstratos e realistas em cenas domésticas, urbanas e paisagens naturais. Não raro em suas produções são encontradas figuras geométricas e ilusões ópticas que levam o expectador a um estado profundamente contemplativo. Tudo isso, combinando uma paleta de cores ricas, vibrantes e luminosas.

Sua primeira exposição individual foi em 1982 na Casa do Brasil, em Madri, na Espanha e desde então seu nome figurou em diversas exposições nacionais e internacionais, como a 19ª Bienal Internacional de São Paulo. Em 1995, o artista foi premiado na categoria de artes visuais da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Em 2010, Luiz Zerbini ilustrou uma edição especial do livro Alice no País das Maravilhas, lançado pela extinta editora Cosac Naify. O artista dedicou-se ao trabalho por nada menos que três anos e utilizou-se de cartas de baralho, colagens e tesoura para criar 31 ilustrações memoráveis.

Junto com os artistas Barrão e Sergio Mekler, Luiz Zerbini criou o grupo multimídia Chelpa Ferro que se dedica a produções artísticas contemporâneas, fazendo justaposições de elementos sonoros e visuais nas instalações em que as obras são exibidas.

Fonte: Amor Lugar Comum, Luiz Zerbini, editora Cosac Naify

Para conhecer mais obras do artista acesse a pasta que criamos: https://br.pinterest.com/thaisslaski/arte-matérias-do-site/luiz-zerbini/

Goya – O gênio atormentado

Mestre da pintura espanhola, Goya foi responsável por uma gama de trabalhos que impressionam pelas técnicas e temas considerados à frente de seu tempo. O artista ficou conhecido por trazer para as telas toda a sua sensibilidade e emoção, que podem ser conferidos nos retratos que constituem aproximadamente um terço de sua obra e também nas expressivas pinturas que transmitem o horror da guerra.

O pintor espanhol Francisco José de Goya y Lucientes nasceu em 1746 e morreu aos 82 anos, deixando um legado artístico que sobrevive até hoje e é objeto de estudos e admiração em todo o mundo. Filho de José Benito de Goya y Franque e de Gracia y Lucientes Salvador, começou a pintar aos 13 anos de idade. Aos 17 anos, após se mudar para Madri, tornou-se aprendiz do pintor Anton Raphael Mengs. Até os 20 anos de idade, sua vida é marcada por duas tentativas de entrar para a Academia de Belas Artes de Madri, porém Goya foi recusado em ambas.

No período em que esteve em Madrid reproduziu diversas paisagens e cenas folclóricas que ganharam fama posterior, porém seu sustento ainda advinha do trabalho em fábricas de tapeçarias. Em 1771, Goya recebeu uma menção honrosa em um concurso da Academia de Belas Artes de Parma, ocasião em que se sucederam as suas primeiras encomendas, com destaque para o afresco da Igreja Nossa Senhora do Pilar, em Saragoça.

As obras de Goya passaram a ganhar projeção apenas quando o artista já contava com mais de 30 anos. Em 1780, finalmente ingressou na Academia de Belas Artes e em 1785 recebeu a encomenda importante de um retrato de uma nobre duquesa. Com a coroação de Carlos IV, passa a integrar a câmara de pintores do rei e os retratos são um marco na carreira do artista espanhol, neste período.

Após contrair uma doença grave e misteriosa que lhe deixou temporariamente paralítico, um pouco cego e completamente surdo, o retratista espanhol passou a isolar-se e não ter mais nenhum apreço pela aristocracia. Seus retratos desse período passam a ter cores mais sombrias e a expressar as fraquezas de seus retratados. Sua outrora vivacidade, conservou-se provisoriamente ao retratar mulheres e crianças. É desta época a obra Condessa de Chincon.

Isolado em sua casa, conhecida como Quintal del Sordo, onde posteriormente concebeu em suas paredes as famosas Pinturas Negras, o artista retratou, entre os anos 1810 e 1814, os horrores das guerras napoleônicas na série de pinturas “Los desastres de la Guerra”. Em 1821, foi alvo da Inquisição que considerou obenas os retratos de suas majas: Maja Nua e Maja Vestida.

Em seus últimos anos de vida, Goya já com a saúde física e mental degradadas, fez nas paredes de sua residência uma série de pinturas sombrias e misteriorsas: as Pinturas Negras. Deste período também se destaca a pintura mitológica Saturno devorando um filho. O pintor espanhol falaceu em 1824, exilado na cidade de Bordéus, na França.

Para conhecer mais obras do artista acesse a pasta que criamos: https://br.pinterest.com/thaisslaski/arte-matérias-do-site/goya/

Crédito imagens:
https://commons.wikimedia.org/

Pintura a Óleo

O óleo sobre tela se trata de uma das mais populares técnicas de pintura da história da arte. É obtida a partir da aplicação da tinta a óleo com pincéis ou espátulas principalmente sobre telas de linho, brim, algodão cru ou tecido misto. As mais antigas pinturas à óleo que se tem registro datam do século VII, porém foi na Europa do século XV que a técnica ganhou mais destaque, essencialmente nas obras de Jan Van Eyck a quem muitos historiadores atribuíam a invenção desta técnica pictórica. A versatilidade oferecida pela tinta à óleo foi um dos fatores que a tornaram um dos mais tradicionais métodos de pintura.

Em 2001, a trágica destruição das gigantescas estátuas dos Budas de Bamiyan revelou as mais antigas pinturas a óleo que se tem registro e que datam do século VII. A descoberta mostrou que a técnica já era usada muitos séculos antes da época em que viveu o artista Jan Van Eyck. O artista holandês renascentista, contudo, foi o primeiro a substituir a têmpera à base de ovo por pigmentos misturados em óleos de linhaça e nozes. A tinta obtida a partir desta mistura tinha um efeito mais lustroso que a da têmpera, além disso, proporcionava uma secagem mais lenta o que permitia ao artista alterar o trabalho ou finalizá-lo dias depois.

Por ser uma das técnicas de pintura mais versáteis, a tinta a óleo permitiu que ao longo dos séculos os artistas desenvolvessem diferentes estilos artísticos que foram desde a exploração dos contrates de luz e sombra de artistas barrocos, como Caravaggio, à famosa técnica de sfumato, de Leonardo da Vinci.

Para a utilização da tinta a óleo são usados pincéis de diferentes formatos, tamanhos e tipos de cerdas, além de espátulas que permitem, por exemplo, a aplicação da técnica do empastamento que se caracteriza pelo uso de grossas camadas de tinta que formam relevos sobre a tela. A paleta de madeira (ou material de preferência) é um dos recursos utilizados para facilitar a mistura de cores para se obter diferentes tonalidades. Também é comum que os artistas apliquem cobalto sobre a pintura para agilizar o processo de secagem.

Salvador Dalí – as excentricidades de um gênio surrealista

Conhecido por suas extravagâncias que muitas vezes se sobrepunham à sua arte, Salvador Dalí é um dos nomes mais importantes do Surrealismo, tendo assinado obras icônicas do movimento, utilizando-se de imagens oníricas e uma impressionante técnica artística. Não se atendo apenas ao âmbito das artes plásticas, o pintor espanhol contribuiu também para o cinema em produções de Walt Disney e Alfred Hitchcock.

Nascido em 1904 na Catalunha, Espanha, Salvador Felip Jacint Dalí i Domènech ficou mundialmente conhecido como Salvador Dalí. Iniciou a educação artística formal bem jovem na Escola de Desenho Federal, já em 1921, aos 16 anos de idade, passou a frequentar a Academia de Artes de San Fernando, em Madri, porém não concluiu os estudos pois foi expulso duas vezes por criticar o corpo docente da instituição. Seus cabelos compridos e roupas extravagantes já despertavam interesse e viriam a consolidar a personalidade excêntrica do artista. Foi nessa ocasião também que Dalí começou a experimentar em suas produções o Cubismo e posteriormente o Dadaísmo que foi a verdadeira base de seu estilo artístico: o Surrealismo.

Em visita à Paris, entre 1926 e 1929, Dalí conheceu o pintor cubista Pablo Picasso, que foi grande fonte de inspiração para os seus trabalhos e também os pintores Joan Miró e René Magritte, responsável por lhe apresentar o estilo surrealista. Nesta época, contribuiu em produções cinematográficas de Luis Buñuel que conheceu na Academia de Artes de San Fernando e também conheceu a modelo e atriz Gala, então mulher do poeta Paul Éluard, e que viria a se tornar a sua musa inspiradora e esposa em 1934.

As principais características das obras de Dalí são as imagens oníricas, fantasiosas e muitas vezes ilógicas onde é possível observar objetos em justaposição inesperada em detrimento a paisagens aparentemente comuns. O processo criativo de Dalí baseava-se no que ele cunhou como “paranoia crítica”, onde abria mão da racionalidade, explorando o mundo dos sonhos, quase que em transe para obter o máximo da imaginação e criatividade. Suas principais obras são A Persistência da Memória, Girafa em Chamas, Sono, A crucificação de São João da Cruz e a Última Ceia.

Como se o conteúdo de seus quadros não lhe rendesse atenção suficiente, Dalí também ficou conhecido por suas extravagâncias. Em 1936, por exemplo, ele deu uma palestra vestido completamente com uma roupa de mergulho. Dalí chegou a romper com os surrealistas devido aos seus escândalos e divergências políticas e em 1940 partiu com Gala para os Estados Unidos, época em que colaborou na sequência do filme Spellbound, de Alfred Hitchcok. Ainda na década de 1940, ajudou na pré-produção da animação Destino, da Disney que, no entanto, só foi lançada em 2003, posteriormente à morte de Dalí que ocorreu em 1989, em Figueres, Espanha.

Créditos imagens:
https://pt.wikipedia.org/
O Sono de Dalí
https://www.historiadasartes.com

Técnica da Aquarela

A aquarela é uma famosa técnica de pintura que surgiu há mais de 2000 anos na China, por volta da mesma época em que foram inventados o papel e o pincel de pelo de coelho. A técnica de aquarela consiste em dissolver pigmentos em água ou suspensos no suporte e tem seu nome atrelado a figuras importantes da história da arte, mas com o tempo passou a ser um método mais difundido entre artistas iniciantes.

Albrecht Dürer, o mesmo a inventar a técnica do quadriculado, foi o responsável por perpetuar a aquarela no Ocidente, tendo restado cerca de 120 obras em que o artista do século XV empregou a técnica. Uma de suas aquarelas mais famosas é o estudo intitulado Lebre que data de 1502 e mostra toda a suavidade proporcionada pela técnica, motivo pelo qual era bastante empregada em estudos e esboços, antes de se chegar a obra final. A técnica também é bastante empregada no registro de espécimes botânicas.

Porém foi o inglês William Turner, no século XVIII que explorou a técnica ao máximo, produzindo mais de 19000 aquarelas. No quadro Erupção do Vesúvio, de 1817, mesmo utilizando-se de cores fortes, o artista explora a sutileza da aquarela criando uma paisagem impactante, cheia de movimento e luminosidade. Algumas dessas características encontradas na obra de Turner influenciaram a pintura impressionista no século seguinte.

A aquarela é popularmente comercializada em formato de pastilhas secas que têm um preço mais acessível, as aquarelas profissionais, no entanto, podem ser encontradas em bisnagas pequenas. Por se tratar de uma técnica de pintura com água, é necessário que o papel utilizado seja de gramatura mais alta, a partir de 300 g/m², e com certa rugosidade para que a tinta seja melhor absorvida, evitando que escorra de maneira indesejada sobre a superfície do papel ou que este rasgue ou enrugue. Entretanto o tipo de textura vai depender bastante do efeito que o artista deseja obter em sua obra. Ao ser diluída no papel a aquarela forma mesclas cromáticas, adquirindo novos tons e transparências, também conhecidas como veladuras. Por este motivo, explorar o verdadeiro potencial da aquarela, requer um bom treino artístico e a escolha certa dos materiais.

Crédito imagens:
Thais Slaski
https://commons.wikimedia.org/

Ukiyo-e – Pinturas do mundo flutuante

Gênero da arte japonesa que emergiu entre os séculos XVII e XIX, o ukiyo significa em tradução livre “retratos de um mundo flutuante”. O estilo influenciou a cultura ocidental, inclusive os artistas do impressionismo e pós-impressionismo, como Claude Monet e Van Gogh. Apesar de ter entrado em declínio, as pinturas e gravuras ukiyo-e encantam e chamam a atenção pela leveza e delicadeza das figuras retratadas e o emprego sofisticado de técnicas de gravura japonesa.

Os artistas do ukiyo-e buscavam retratar o sentimento hedonista vivido pela classe mercante da antiga capital japonesa, Edo, região onde hoje é Tóquio. Por isso, os temas mais comuns retratados nas obras eram a beleza feminina, o teatro kabuki, os lutadores de sumô, as paisagens e cenas lendárias e folclóricas – tudo que encantava a nova burguesia que provinha da urbanização do Japão do final do século XVII.

Os procedimentos para a realização das gravuras ukiyo-e começavam com o editor que encomendava um determinado projeto a um artista que o desenhava primeiramente a tinta e em papel transparente. Após a aprovação, o desenho era transferido para uma prancha de madeira de cerejeira que era talhada até se obter as formas propostas em relevo. Em seguida a prancha era entintada e pressionada sobre papel japonês para se obter a impressão. A intensidade da pressão da prancha sobre a folha de papel poderia ser variada nas demais impressões para que se obtivesse efeitos diferentes.

As primeiras xilogravuras ukiyo-e eram monocromáticas e invariavelmente negras. As cores foram introduzidas conforme a técnica evoluiu e os xilógrafos começaram a usar diversas pranchas para registrar as diferentes cores em uma única gravura, o que ocorreu por volta da segunda metade do século XVIII. O estilo artístico passou por diferentes fases e assumiu temas característicos em cada momento. Assim como outros movimentos de destaque da história da arte, foi influenciado por questões estéticas e até mesmo políticas em cada período.

Entre os nomes mais famosos da arte japonesa ukiyo-e destaca-se o do artista Katsushika Hokusai. A sua obra A grande onda é uma das artes japonesas mais reconhecidas e reproduzidas mundialmente. A gravura faz parte de uma série intitulada “Trinta e seis vistas do monte Fuji”. Na paisagem, o monte Fuji emerge ao fundo com o cume nevado e mais à frente três barcos são levados pelo mar agitado em que uma grande e azulada onda é retratada em todo o seu esplendor. O retrato efêmero de um momento é uma das características que vieram a influenciar os artistas impressionistas.

O japonismo chegou à Paris de 1867 através de uma exposição sobre arte japonesa. Nesta ocasião os artistas que formariam o grupo de impressionistas já começavam a sua própria revolução e o rompimento com os paradigmas da arte clássica. Porém foi ainda no final do século XIX que o ukiyo-e viu o seu declínio. O Japão viveu uma rápida modernização, sofrendo forte influência da cultura ocidental e o estilo tornou-se obsoleto.

Banksy – A arte que dá voz às ruas

As ruas servem como tela de um dos artistas mais polêmicos dos últimos tempos: Banksy. Feitos em estêncil, seus trabalhos fazem um profundo questionamento social e político e rodam o mundo sendo objetos de inspiração e reflexão em diversas esferas sociais e artísticas. Além disso, suas obras estão envolvidas em uma controversa polêmica em que grandes galerias de artes as estão removendo dos muros e leiloando por preços exorbitantes.

A real identidade de Banksy é um mistério, porém acredita-se que o artista de rua tenha nascido na Inglaterra por volta do ano de 1974 e vivenciado a popularização do grafite nos anos 1980, há também quem atribua o seu trabalho a um grupo de artistas. Mistérios à parte, o fato é que a partir de 1993 suas obras começaram a surgir e cobrir as ruas com um tom de protesto, irreverência e questionamento em relação às figuras de poder.

Através do estêncil (técnica muito usada por grafiteiros em que o desenho é aplicado com tinta spray ou aerossol preenchendo o recorte de um papel) o trabalho de Banksy ganha vida trazendo figuras satíricas em forma de animais, na sua maioria ratos e macacos, frases irônicas e em tons de protesto com mensagens de profundo apelo social e político. Entre as suas obras mais famosas destaca-se Girl with Baloon. Criado em 2002 em Londres, o mural representa uma garotinha tentando alcançar um balão vermelho em forma de coração, ao lado e na mesma altura do balão a frase: There is Always Hope (Sempre há esperança).

O estilo marcante das obras de Banksy o tornaram um dos artistas contemporâneos mais populares. Seus grafites podem ser encontrados na Inglaterra, França, nos Estados Unidos e até mesmo na Palestina. Antes encarado como vandalismo, seu trabalho tem atraído grandes galerias e leiloeiros nos últimos anos. No entanto, mesmo sem o consentimento do artista, as obras têm sido removidas de seus locais de origem e leiloadas por valores impressionantes.

Em outubro de 2018 ocorreu mais uma polêmica envolvendo o nome do artista: uma cópia de Girl with Baloon feita por Banksy em 2006 foi leiloada pela bagatela de 1 milhão de libras. A quantia já seria o suficiente para deixar as pessoas presentes boquiabertas, porém assim que o leiloeiro bateu o martelo, um mecanismo escondido na própria moldura do quadro triturou a obra até mais que a metade deixando os espectadores chocados. Responsabilizando-se pelo ocorrido, Banksy renomeou o quadro como Love is in the Bin (Amor está no lixo, em tradução livre).

Para conhecer mais obras do artista acesse a pasta que criamos: https://br.pinterest.com/thaisslaski/arte-matérias-do-site/bansky/

Credito Imagens:
Livro: Banksy - Guerra Spray
https://en.wikipedia.org/

Berthe Morisot – a dama impressionista

No auge do Impressionismo em Paris, a pintora francesa Berthe Morisot, ganhou destaque como uma das poucas mulheres a participarem ativamente do movimento. A artista esteve presente nas primeiras exposições que ajudaram a divulgar as obras dos pintores impressionistas, e foi reconhecida principalmente por trabalhos que exploravam cenas familiares com um foco especial na maternidade, tendo muitas vezes as paisagens ao ar livre como pano de fundo.

Berthe Marie Pauline Morisot nasceu em uma influente família, em 1841, na comuna francesa de Bourges e tinha duas irmãs e um irmão mais novo. Assim como em outras famílias da região, as irmãs Morisot desde cedo foram educadas em artes, porém sempre através de aulas particulares, uma vez que na época as mulheres não podiam frequentar as grandes academias de artes. Aos 16 anos, Berthe Morisot começou a frequentar o Museu do Louvre e ali passou a observar e a copiar as obras dos grandes mestres.

Em 1860 começou a explorar a pintura ao ar livre, influenciada pelo amigo e artista realista francês Camille Corot, que conheceu no Museu do Louvre e costumava pintar paisagens. Berthe tornou-se amiga também do pintor Édouard Manet e casou-se com o irmão dele, Éugene Manet. Aos 23 anos, a artista já tinha obras expostas no Salão de Paris, honra que lhe rendeu críticas entusiasmadas desde as suas primeiras obras, o que tornou presença constante no salão oficial.

A sua proximidade com Manet serviu como porta de entrada para o grupo de pintores impressionistas e ela passou a expor as suas obras nas exposições independentes do movimento desde 1874. Utilizando-se das principais técnicas impressionistas como as pinceladas soltas e curtas, a pintora oferecia uma visão nova e contemporânea para as suas composições artísticas. Ao contrário da colega Mary Cassatt que também explorava em suas telas as rotinas familiares, porém de maneira mais privada e em ambientes fechados, Berthe Morisot tinha preferência pelas cenas domésticas que se desenrolavam ao ar livre.

Considerada como uma das mais importantes figuras femininas do movimento impressionista, Berthe tinha o poder de retratar as complexidades humanas através de seus quadros. Entre as principais obras de Berthe Morisot estão as aclamadas O berço e No Jardim de Maurecourt. Na exposição impressionista de 1880, foi uma das artistas mais elogiadas, e em exposições anteriores foi nomeada por um crítico do Le Temps como a “verdadeira impressionista do grupo”. Berthe faleceu em 1895, em Paris, vitima de uma pneumonia.

Para conhecer mais obras do artista acesse a pasta que criamos: https://br.pinterest.com/thaisslaski/arte-matérias-do-site/berthe-morisot/

Crédito Imagens:
https://commons.wikimedia.org/