As flores e fadas de Cicely Mary Barker

Cicely Mary Barker foi uma renomada ilustradora inglesa. É frequentemente lembrada por trazer o mundo mágico e florido das fadas em uma série de ilustrações. A artista era especialista em técnica da aquarela, mas também dominava a pintura a óleo e pastéis. Sua arte foi influenciada por Kate Greenaway e pelos pré-rafaelistas, além disso, era extremamente religiosa e chegou a produzir alguns livros com temática cristã.

Cicely nasceu em 28 de junho de 1895 Croydon, uma grande cidade localizada ao sul de Londres, na Inglaterra. Era a segunda filha do casal Walter Barker e Mary Eleanor Barker. Por ser epilética, Cicely era cuidada em casa e passou um tempo considerável de sua infância na cama, na companhia de livros e materiais de pintura.

Boa parte de sua formação artística foi através de cursos por correspondência, contudo, ela ingressou aos 13 anos na Croydon School of Art onde teve aulas até 1940 e inclusive chegou a lecionar na institução. Foi por volta de 1911 que Cicely começou a comercializar alguns de seus desenhos para Raphael Tuck & Sons que os transformou em cartões postais.

Após o falecimento de seu pai, Cicely Baker passou a enviar seu trabalho para diversas revistas ao mesmo tempo em que sua irmã abriu um jardim de infância na casa da família, um dos motivos que levou a artista a querer desenvolver trabalhos para o público infantil.

Entretanto, foi apenas em 1918 que o fantasioso mundo das fadas começou a integrar o seu trabalho através de uma série de postais que incluía também duendes. Cinco anos depois, a artista publicou ilustrações de fadas acompanhadas de versos e poemas e também a obra Flower Fairies of the Spring. Curiosamente suas personagens tinham como inspiração os alunos de sua irmã e as crianças da cidade.

A técnica artística usada por Cicely Barker era basicamente caneta e tinta, mas também continha óleo e pastéis. Frequentemente era vista com um caderno desenho onde capturava os traços de crianças que encontrava. Embora fosse influenciada pela famosa artista Kate Greenaway, as crianças de suas ilustrações eram menos melancólicas e com traço menos plano.

Cicely conquistou reconhecimento por seu trabalho com a série das fadas que persiste até os dias atuais. Contudo no final da década de 1920 ela decidiu contribuir para a comunidade religiosa criando obras de cunho sagrado. Sua irmã encerrou as atividades do jardim de infância em 1940 e em 1954 faleceu de ataque cardíaco. Após a morte da mãe, em 1960, a saúde da artista começou a deteriorar até o seu falecimento em 1973, aos 77 anos.

Muitos de seus esboços, pinturas e desenhos de crianças foram convertidos em doações para instituições de caridade quando a artista ainda estava viva. Os direitos da série Flower Fairies foi adquirido por uma divisão da Penguin Books e algumas de suas obras foram publicadas postumamente, como A Little Book of Prayers and Hymns (1994) e A Flower Fairies Treasury (1997).


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As pinturas hiper-realistas do austríaco Gottfried Helnwein

Gottfried Helnwein é um artista austríaco que ficou famoso por suas pinturas perturbadoramente hiper-realistas através das quais expõe os horrores que muitas vezes são tratados como tabus na sociedade, como guerras e violências diversas, especialmente a crueldade humana nestas situações.

Gottfried Helnwein nasceu em 08 de outubro de 1948 em Favoriten, um distrito de Viena, na Áustria. O jovem Helnwein cresceu sob o pesado clima que rodeava a sua cidade após o fim da Segunda Guerra Mundial. Todas as pessoas que conhecia estavam tentando passar a borracha sobre os aterradores acontecimentos vividos durante a guerra, o que despertava a curiosidade do jovem, justamente porque nunca tinha os seus questionamentos respondidos.

Foi assim, que cansado de não obter respostas, Helnwein decidiu se expressar por meio da arte. Em suas telas começou a dar vazão a todas as atrocidades que tinha conhecimento como também à ansiedade psicológica e sociológica. Um de seus primeiros trabalhos Life not Worth living (1979) foi inspirado em uma barbárie cometida durante o regime nazista. Também conseguiu ser aceito na Academia de Belas Artes de Viena ao submeter uma pintura em que mostrava um ato de violência.

Nesta época passou a fazer algumas performances pelas ruas de Viena em que saía envolto por bandagens que simulavam estar ensanguentadas. Como também passou a fotografar crianças igualmente enroladas em bandagens. O tema surgiu posteriormente em suas pinturas a óleo e acrílico, já no estilo hiper-realista, e ajudaram a alçar o seu nome internacionalmente.

De seus autorretratos e performances na década de 1980 resultaram em parcerias na área musical como a capa do álbum Blackout (1982) da banda Scorpions. Posteriormente contribuiu com uma sessão de fotos da banda Rammstein em 1997 e também na coleção The Golden Edge (2003) em que fotografou o músico Marylin Mason e sua esposa na época, Dita Von Teese.

Neste ínterim, a cultura pop se faz presente na arte de Helnwein através dos quadrinhos. Personagens como Pato Donald e animes japoneses são presenças marcantes em diversas de suas obras. Entre seus trabalhos mais significativos vale citar as séries O Murmúrio dos Inocentes e The Disasters of War.

O artista divide-se atualmente entre Los Angeles, onde instalou seu estúdio e a Irlanda, inclusive recebeu a cidadania irlandesa em 2004. Helnwein tem quatro filhos que também seguiram os passos do pai e se tornaram artistas. Em 2013 o Museu Albertina, em Viena, organizou uma exposição com uma retrospectiva de seu trabalho e recebeu mais de 250 mil visitantes.


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Pauline Baynes – entre mapas e mágicas ilustrações

Conhecida principalmente por suas ilustrações nos aclamados livros de J.R.R. Tolkien e nas Crónicas de Nárnia de C.S. Lewis, Pauline Baynes foi uma famosa desenhista e ilustradora britânica. A artista contribuiu em mais de 100 livros ao longo de sua carreira e seu traço único eternizou milhares de figuras que permeiam até hoje o imaginário de pequenos leitores ao redor do mundo.

Foi na pequena Hove, cidade localizada no condado de East Sussex, na Inglaterra, que nasceu Pauline Diana Baynes, em 9 de setembro de 1922. Os Baynes imigraram para a Índia quando Pauline era ainda um bebê e assim a jovem cresceu cercada de uma cultura e lugares que desenvolveram a sua fértil imaginação. Pauline chegou a ter como animal de estimação um macaco que fora treinado para levar tiffin, uma espécie de refeição servida geralmente na hora do chá, à mesa.

Contudo, a mãe de Pauline decidiu retornar para a Inglaterra com o intuito de proporcionar uma educação melhor para a suas filhas. Quem não gostou muito da decisão, foi Pauline que demorou bastante tempo para superar a separação da terra que amava. Estabelecidas na Inglaterra novamente, Pauline e sua irmã mais velha Angela, foram estudar em um colégio regido por freiras. Na escola, Pauline era alvo constante chacotas por conta de sua imaginação aguçada.

Aos 9 anos foi para Beaufort School onde começou a se interessar por arte e ao 15 anos ingressou Farnham School onde obteve formação técnica em design. Já aos 19 anos foi estudar na prestigiada instituição Slade School of Fine Art. A jovem Pauline teve a oportunidade de estudar os trabalhos de ilustradores como Gustave Doré, Edmund Dulac, Arthur Rackham , Ernest Shepard , RS Sherriffs , Rex Whistler , Jacques-Marie-Gaston Onfroy de Bréville e artistas de manuscritos medievais.

Pauline Baynes iniciou a sua carreira, junto com a irmã ao ingressar no Serviço Voluntário para Mulheres onde foram designadas como modelistas assistentes no Centro de Treinamento e Desenvolvimento de Camuflagem da Royal Engineers e depois foi transferida para o departamento de mapas, onde seu talento natural e precisão artística poderiam ser mais aproveitados. Inclusive, a experiência foi importantíssima para a criação dos mapas da Terra Média de J.R.R Tolkien.

O primeiro livro que Pauline ilustrou foi Question Mark, por meio de uma colega que pertencia a uma empresa familiar que imprimia livros infantis de figuras. Já em 1948 fez a sua estreia como escritora e ilustradora na obra Victoria e o Passaro Dourado. Posteriormente, teve o seu portfólio submetido ao editor George Allen & Unwin que o mostrou a J.R.R. Tolkien. Assim, a artista foi contratada para fazer as ilustrações primeiramente do livro Farmer Giles of Ham. Muito satisfeito com o trabalho de Pauline em suas obras, Tolkien a apresentou ao amigo C.S. Lewis, o que rendeu à artista a tarefa de ilustrar as Crônicas de Nárnia.

Para desenvolver as suas ilustrações com temática medieval, Pauline se entrega a uma intensa pesquisa de suas vestimentas e costumes, características que lhe rendeu o Prêmio Kate Greenaway pela obra A Dictionary of Chivalry (1968) de Grant Uden que conta com mais 600 ilustrações da artista. Pauline Baynes faleceu em 2008, aos 85 anos, em Dockenfield.


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Lyonel Feininger – a arte expressionista com um toque de cubismo

Apesar de ter começado a trabalhar como artista plástico apenas aos 36 anos, Lyonel Feininger se desenvolveu no ofício com excelência e escreveu o seu nome na história da arte americana como um dos principais expoentes do expressionismo. Ao longo de sua carreira trabalhou também como fotógrafo, ilustrador e desenhista de história em quadrinhos. Lecionou na Bauhaus e ilustrou a capa do manifesto da Escola de 1919.

Lyonel Charles Feininger nasceu em 17 de julho de 1871 em Nova York. Descendente de alemães, aos 16 anos mudou-se para a Alemanha onde começou a estudar arte na Academia Real de Arte de Berlim onde teve aulas com Ernst Hancke. O jovem teve passagem por outras escolas de Berlin e também em Paris. Seu primeiro trabalho na área foi como caricaturista em importantes publicações de seu país na época como a Harper’s Round Table e Harper’s Young People.

Já aos 23 anos ele começou a trabalhar como cartunista para revistas francesas, alemãs e americanas. Em 1906 ilustrou duas histórias em quadrinhos para o Chicago Tribune, The Kin-der-Kids e Wee Willie Winkie World, oportunidade em que pode mostrar seu humor e experimentos gráficos, principalmente do uso naturalista da cor, o que ajudou a difundir o seu nome.

Aos 36 anos passou a se dedicar às artes plásticas e posteriormente ligou-se a importantes associações de artistas, como o Blaue Reiter e Os Quatro Azuis. Em 1911 expôs no Salão Independente de Paris. Além disso, foi o primeiro convidado a lecionar gravura na Bauhaus, quando Walter Gropius fundou a escola em 1919 é de Feininger a arte da capa do primeiro manifesto da Bauhaus, uma catedral em xilogravura.

A composição estética das obras de Feininger passa a ser enquadrada no expressionismo após o artista ter contato com os preceitos do Cubismo. O artista ficou conhecido por suas paisagens marítimas e por uma arquitetura pura e romântica. Sua natureza versátil fez com que ele também realizasse trabalhos como compositor e pianista, assim como o seu pai, o compositor alemão Kark Feininger. De 1928 a 1950, Feininger um grande número de obras fotográficas que ficaram restritas ao seu círculo íntimo de amigos.

O artista americano foi forçado a deixar a Alemanha em 1937, após os nazistas terem considerado a sua arte degeneradora. Assim, Feininger emigrou para Nova York onde permaneceu até a sua morte, em janeiro de 1956.


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As fantásticas e inovadoras ilustrações de Walter Crane

A imaginação foi importante para tornar Walter Crane um dos mais famosos ilustradores de livros infantis. O artista inglês exerceu ao longo de sua vida os ofícios de pintor e designer, contudo foram os seus estudos das cores das xilogravuras japonesas, o fator que o levou a se destacar na criação de ilustrações para uma inovadora série de livros brinquedos. O estilo desenvolvido por Crane vem inspirando diversos artistas, principalmente de histórias em quadrinhos.

Walter Crane nasceu na cidade inglesa Liverpool, em 15 de agosto de 1845. Filho do artista Thomas Crane, pintor de retratos e miniaturista, teve contato com a arte desde o berço. Ainda muito jovem, tornou-se aprendiz de William James Linton, artista com quem aprendeu sobre xilogravura e também teve a oportunidade de estudar os antigos mestres italianos.

Bastante preocupado com as questões sociais, Crane era constantemente requisitado para ilustrar publicações de caráter político. Mesmo sendo um artista versátil, as ilustrações de livros infantis eram a sua verdadeira vocação e com a qual ganhava a vida. Walter Crane ilustrou para diversas idades, principalmente livros de alfabetos, rimas, fábulas e livros educativos para a primeira infância. O artista acreditava que através das imagens as crianças também poderiam adquirir conhecimento.

Em suas produções é possível notar a forte influência do Ukyio-e japonês e das gravuras medievais. Crane também costumava integrar em suas ilustrações os textos narrativos, técnica que permitiu o desenvolvimento das histórias em quadrinhos da forma que as conhecemos atualmente.

As ilustrações de Crane são dotadas de uma beleza e vivacidade sem igual. Com detalhes surpreendes e composições espirituosas que convidam o leitor a expandir a sua imaginação através das páginas dos livros. Entre as suas obras mais conhecidas, estão ilustrações para Rainha das Fadas (1895-1897) e The Shepheardes Calender (1897), ambos escritos por Edmund Spencer. Crane faleceu em 14 de março de 1915.


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Eugène Delacroix – a revolução do romantismo francês

Delacroix é um dos nomes mais fortes e icônicos do romantismo francês. O artista costumava ousar em seus experimentos pictóricos e assim obteve fama com quadros que expressavam com intensidade as cenas de paixão e violência, tudo isso com um característico toque de sensualidade. Influenciado pelo Iluminismo, Delacroix valorizava a cor ao ar livre e isto se refletia na maneira como retratava as paisagens e o colorido das vestes dos personagens de seus quadros.

Ferdinand Victor Eugène Delacroix nasceu na comuna francesa Saint Maurice em 26 de abril de 1798. Embora de origem abastada, a infância de Delacroix foi marcada por diversos acidentes que quase lhe tiraram a vida e aos 7 anos seu pai, que ocupara importante posição no governo francês, faleceu. Já adolescente, perdeu também a mãe e foi obrigado a morar com a sua irmã mais velha. Isto, no entanto, não impediu que seus estudos fossem em importantes instituições francesas.

O artista obteve formação em música no Conservatório e em artes na Escola de Belas Artes de Paris. Desde cedo teve a oportunidade de estudar as grandes obras expostas no Museu do Louvre e também foi aprendiz no atelier do renomado pintor Pierre-Narcise Guérin. Desenvolveu uma grande amizade com o pintor Theodóre Géricault que influenciou bastante no estilo dramático e na forma como trabalhava as cores em suas pinturas. Como também foi fundamental na escolha de temas políticos e atuais.

Culto e bem relacionado na sociedade parisiense, Delacroix foi amigo íntimo do compositor Frédéric Chopin e da escritora George Sand. O que o ajudou a se tornar popular entre a vanguarda artística. Uma de suas primeiras telas, A Barca de Dante, foi inspirada na obra do escritor italiano Dante Alighieri. Foi influenciado também pelos poemas de Lord Byron e pelo estilo extravagante de Rubens.

Em 1822, Delacroix expôs A Barca de Dante no Salão de Paris que lhe rendeu tanto críticas positivas quanto negativas, mas que foram o suficiente para propagar ainda mais o seu nome no meio artístico. Dois anos depois, no mesmo Salão, expôs os horrores da guerra travada entre Turquia e Grécia em seu quadro O Massacre de Quios (1824). Já em 1827 foi a vez de mostrar a polêmica tela A morte de Sardanápalo (1827), inspirada na peça Sardanápalo, de Byron.

Contudo, foi em 1930 que Delacroix concebeu uma de suas pinturas mais famosas: A Liberdade Guiando o povo, obra que se tornou o símbolo da Revolução Francesa e foi prontamente adquirida pelo governo francês por uma quantia bastante relevante para a época.

Numa tentativa de romper com os paradigmas da pintura neoclassicista, Delacroix se empenhava em diversos experimentos para obter tons e efeitos cromáticos diversos. Assim, o artista francês costumava sobrepor cores para ampliar a vivacidade e riqueza de suas telas, além disso, deixou de lado a clássica técnica de sfumato que ditava o sombreado dos movimentos anteriores, como o renascentista. Suas inovações artísticas influenciaram os simbolistas e os impressionistas.

Delacroix teve uma produção artística intensa, somando mais de 800 pinturas, 1500 pasteis e 6 mil desenhos. É autor de outros quadros famosos como O Sultão  de Marrocos (1845) e Retrato de Frédéric Chopin (1838). Faleceu em 13 de agosto de 1863, aos 65 anos em Paris.


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Rembrandt – a genialidade do barroco holandês

Rembrandt foi um dos mais importantes artistas barrocos que viveram na época de ouro dos Países Baixos. Considerado o nome mais importante da história da arte holandesa, Rembrandt destacou-se como pintor e gravador. A maioria de sua obra é composta de retratos, autorretratos e cenas bíblicas que transmitem a técnica impecável e o artista de extrema sensibilidade que ele era. Embora tenha alcançado fama em vida, que lhe proporcionou certa riqueza, o artista morreu afundado em dívidas e sua genialidade só foi reconhecida alguns séculos depois.

Oitavo filho da família encabeçada pelo moleiro Harmen Gerritszoon van Rijn, Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em 15 de julho de 1606, em Leida, Holanda. Desde muito jovem mostrava talento para a pintura. Chegou a matricular-se na Universidade de Leida e a frequentou apenas nove meses, abandonando os estudos para passar uma temporada de aprendizagem de seis meses sob a tutoria de Pieter Lastman, em Amsterdã.

Com apenas 21 anos de idade abriu um estúdio em Leida e dividiu o espaço com o amigo e também pintor Jan Lievens. No estúdio, Rembrandt passou a lecionar aulas de pintura e conseguiu criar fama como artista a partir disso. Somente aos 25 anos teve a sua primeira encomenda de um retrato do rico comerciante, Nicolaes Ruts. A partir de então, começou a ser bastante requisitado pela burguesia holandesa.

No período de apenas 1 ano ele produziu cerca de 50 retratos e sua agenda seguia lotada de pedidos de burguesas que desejam ter um retrato seu pintado pelo o artista em ascensão. Em 1634 o artista casou-se e da união resultou quatro filhos. Sua mulher, no entanto, faleceu pouco depois do último parto e de seus filhos, apenas um chegou à idade adulta.

Conforme apurava sua técnica, Rembrandt passou a ser menos procurado pela burguesia que não queria ver seus rostos retratados de maneira tão sincera e real. Começava então uma fase difícil financeiramente para o artista que viu seus bens que incluíam uma grande mansão e refinadas obras de artes serem tomadas por credores. O artista foi à falência aos 50 anos e faleceu aos 63 anos em Amsterdã.

Entre as mais famosas obras de Rembrandt estão A lição de Anatomia do Dr. Tulp (1632), A Ronda Noturna (1642), Autorretrato (1640) e Os Síndicos da Corporação de Tecelões de Amsterdã” (1661-62). Ao longo de sua vida e carreira, o pintor holandês produziu diversos autorretratos que juntos compõe uma singular biografia, mostrando não apenas a passagem de tempo e consequente envelhecimento, mas também como as tragédias pessoais afetaram seu semblante.

A maioria de seus quadros é marcada por uma forte iluminação frontal que tinha por intuito destacar exatamente o elemento principal da pintura. Rescindia de suas telas uma forte dramaticidade e um intenso realismo. Com sua técnica refinada recriou cenas religiosas, cotidianas, paisagens e temas mitológicos.


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Joshua Reynolds – as cores vigorosas do barroco inglês

Reynolds consagrou-se como um dos mais renomados retratistas britânicos. O pintor costumava frequentar ambientes requintados, onde a mais alta sociedade da época marcava presença. Sua obra, portanto, é composta por pinturas ricas que expressam todo o luxo ostentado pelas figuras da nobreza que o artista retratava. Dono de uma exímia técnica e habilidade, Joshua Reynolds influenciou as demais gerações de retratistas que o sucederam.

Foi na maior cidade do condado de Devon, a próspera Plymouth, que nasceu Joshua Reynoulds, em 16 de julho de 1723. Filho de Samuel Reynolds, um reverendo que sonhava que o filho seguisse a profissão de médico. O jovem Joshua, no entanto, se interessou desde cedo pela arte, frustrando os sonhos do pai.

Aos 17 anos, Reynolds foi para Londres em busca de concretizar o seu sonho. Tornou-se então pupilo do pintor da moda Thomas Hudson que era um grande retratista e com quem permaneceu durante quase três anos. Após esta temporada, retornou à sua cidade natal e ali passou a retratar as paisagens marinhas de Plymouth. Viajou para Itália onde estudou os grandes mestres da pintura e foi seduzido pelas composições e cores dos pintores venezianos como Ticiano.

Em 1753 estabeleceu-se em Londres e então começou a colocar em prática seu conhecimento sobre os grandes mestres. Porém suas produções adotaram um estilo independente e com pinceladas ousadas. Nos dois anos seguintes estaria empregando vários assistentes para ajuda-lo com suas crescentes encomendas de retratos. Assim como o rival Thomas Gainsborough, dominou o retrato inglês na segunda metade do século XVII e foi membro fundador da Royal Academy, além de ser eleito como o primeiro presidente da associação, também foi condecorado pelo rei George III.

É só a partir de 1760 que o estilo clássico barroco domina definitivamente as suas obras. Suas obras passam a ser exibidas na Royal Academy o que ajuda a alavancar o seu nome. Dono de grande percepção e sensibilidade, costumava expor suas aspirações pictóricas e inspirar jovens artistas nos discursos que ministrava anualmente para a Academia. Em 1784 tornou-se primeiro pintor da corte do rei George III.

Algumas de suas principais obras englobam Retrato de um eclesiástico (1756), As irmãs Waldegrave (1770-80), Retrato de Lady Cockburn com seus três filhos (1773), Retrato da Sra. Siddons (1785) e Retrato do Lord Heathfield (1787). Para alguns críticos, Joshua Reynolds era um verdadeiro acadêmico, destacando-se mais como teórico do que realizador e, de certo, nunca chegou a ser um exímio desenhista. Em seus últimos anos de vida, o artista acometido de uma cegueira começou a afastar-se dos ambientes requintados de outrora. Faleceu aos 69 anos e foi sepultado na Catedral de São Paulo, em Londres.


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A elegância e harmonia das esculturas policromáticas de Sophia Vari

Especializada em pinturas e esculturas policromáticas, Sophia Vari é uma renomada artista grega, reconhecida mundialmente. Seu trabalho também compreende colagens, pinturas em aquarela e óleo e tem como principal premissa a investigação da forma e equilíbrio. Sophia já expôs suas obras em Paris, Atenas, Florença, New York e Caracas.

Sophia Vari nasceu em 1940 na cidade de Vari, localizada ao sul de Atenas, na Grécia. Filha de pai grego e mãe húngara passou parte de sua infância na Suécia, além de estudar na Inglaterra e França. Aos 18 anos, frequentou a Escola de Belas Artes de Paris.

Sophia começou a esculpir por volta de 1960, dedicando-se à estética figurativa. Já nos anos 80, seu trabalhou evoluiu para um estilo mais abstrato com formas arredondadas que sugerem o desenho do corpo humano. As cores começaram a se destacar em suas obras a partir dos anos 1990, incorporadas à superfícies mais planas concebidas em bronze.

No seu trabalho há grande influência das culturas antigas como os Maias, Olmecas e Egípcios, além de empregar um pouco de estéticas clássicas como o Barroco. Desde o início a sua obra se caracterizou pela expressividade, movimento e sensualidade das formas criadas, como também pelo uso de tons contrastantes, especialmente preto e branco e depois azul, vermelho e amarelo. As cores são empregadas de maneira a acentuar o movimento de suas esculturas e criam uma sensação de leveza como se estivessem suspensas.

Suas criações complexas, inteligentes e desafiadoras, interagem entre si, com os espaços de exibição e com o público. As dimensões monumentais das esculturas são elaboradas por Sophia com elegância e harmonia, sempre com a preocupação de integrar o ambiente a que serão destinadas.

As obras de Sophia Vari ganharam o mundo através de exibições em importantes centros de arte e suas esculturas monumentais podem ser encontradas em diversas cidades, além disso, a artista soma em seu currículo mais de 100 exposições individuais. Atualmente a escultora grega divide-se entre Nova York, Mônica e Pietrasanta junto com o seu marido, e também artista, o colombiano Fernando Botero.


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Thomas Gainsborough – um dos mais notórios retratistas britânicos do século XVIII

Célebre por suas pinturas de retratos e paisagens, o pintor britânico Thomas Gainsborough é considerado um dos artistas mais importantes da segunda metade do século XVIII. Representante do Arcadismo, suas obras conquistaram a burguesia inglesa da época e o artista destaca-se também por ser um dos fundadores da Royal Academy.

Foi no condado inglês de Suffolk que nasceu Thomas Gainsborough, em 14 de maio de 1727. Filho de um tecelão, o jovem Gainsborough já demonstrava habilidades artísticas desde criança, porém foi aos 13 anos que partiu para Londres para estudar artes. Iniciou seus estudos com o gravador Hubert Gravelot e posteriormente treinou com William Hogart. Também trabalhou com o artista Francis Hayman na decoração de caixas de jantar em Vauxhall Gardens.

O artista britânico casou-se em 1746 com a filha ilegítima do duque Beaufort, Margaret Burr. Embora já estivesse produzindo diversas paisagens, ainda não havia encontrado êxito na venda de seu trabalho. Mudou-se para Ipswich seis anos depois com a esposa e duas filhas, ocasião em que conquistou uma clientela que demandava principalmente a produção de retratos, aos quais Gainsborough começara a se dedicar no final da década de 1740.

A mudança para Bath em 1759 intensificou a sua influência como artista, uma vez que a cidade era uma das preferidas pela burguesia inglesa. Teve a oportunidade de estudar a obra de Van Dick e finalmente conquistou uma clientela que proporcionava um melhor pagamento por seu trabalho. Outro fator que ajudou a impulsionar o seu nome foi o envio de obras para exposição na Sociedade de Artes, em Londres, e que posteriormente se converteu na Royal Academy.

A técnica de Gainsborough se caracterizou pelo uso de uma paleta de cores suaves contrastando com tons acastanhados, além de pinceladas que obtinham um visual quase translúcido para as pinturas. Além de ser um artista extremamente técnico, costumava dedica-se à observação da natureza e da natureza humana.

Sua inclinação natural era pela pintura de paisagens e cenas rústicas, frequentemente pintadas à noite sob a luz de velas, porém foram os retratos que ajudaram a difundir o seu trabalho e constituíam a maior parte das encomendas. Mesmo em seus retratos, a figura humana se funde à paisagem que a cerca. Entre as suas principais obras estão Portrait of Mrs. Graham, Mary e Margaret (as filhas do pintor), William Hallett e sua esposa Elizabeth, conhecido como The Morning Walk e Cottage Girl with Dog and Pitcher.

O artista estabeleceu-se em Londres em 1774 e reforçou a sua notoriedade incluindo em suas produções retratos de celebridades e outras figuras importantes da sociedade da época. Em 1780 ganhou comissões reais após pintar o retrato do rei George III e sua rainha Charlotte. Até o fim de sua vida continuou a sua produção artística finalmente dedicando-se mais às paisagens. Faleceu aos 61 anos, em 1788, em decorrência de um câncer.


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