Édouard Manet – Arte inovadora com toques de realismo e impressionismo

Considerado uma das figuras artísticas mais importantes do século XIX, Manet dedicou-se a trazer para as suas obras técnicas e temas que desafiavam o conservadorismo de sua época. Dono de um estilo marcante, o pintor francês foi responsável por influenciar diversos artistas, principalmente o grupo de pintores que iniciou o movimento impressionista.

Nascido em 1832, em Paris, Édouard Manet descendia de uma família da alta burguesia francesa. Seu pai, Auguste Manet, um funcionário de alto escalão do Ministério da Justiça queria que ele seguisse carreira em Direito, mas por influência de seu tio materno, Edouard Fornier, interessou-se por arte desde cedo. Sua fracassada experiência na vida acadêmica fez com que buscasse também uma malfadada tentativa de entrar na Escola Naval. Após este episódio conseguiu apoio para estudar no ateliê do pintor Thomas Couture. Dedicou-se então a aprender as técnicas acadêmicas da pintura, como também a copiar os grandes mestres expostos no Museu do Louvre. Algumas viagens pela Europa também lhe forneceram a base para conhecer outros pintores e desenvolver as suas habilidades artísticas.

A natureza sociável de Manet fizera com que ele fosse bem aceito no círculo de intelectuais parisiense. Suas primeiras obras seguiam as normas clássicas da pintura, porém tudo mudou em 1863 quando apresentou para o Salão dos Artistas Franceses o quadro Almoço na Relva.

A obra, que foi exposta no Salão dos Recusados, marcou a ruptura de Manet com a pintura clássica e também causou um grande alvoroço na sociedade parisiense devido a sua composição considerada vulgar, pois até então os nus eram representados de maneira idealizada e não realista como Manet propunha. Contudo o quadro foi de extrema importância para o desenvolvimento da arte moderna. A luminosidade nunca antes explorada daquela maneira, foi considerada como precursora do movimento impressionista.

No ano de 1865, Édouard Manet provocou um escândalo maior ainda ao expor a obra Olympia em que retrata uma jovem prostituta nua. A partir de então, seus trabalhos foram marcados por uma série de recusas pelo salão oficial, obrigando-o a fazer a sua própria exposição.

Apenas em 1881 o seu trabalho passou a ser compreendido e bem aceito, ganhando o direito de participar do salão oficial sem sequer um julgamento prévio. Entretanto, Manet faleceu em 1883, em Paris.

 

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Michelangelo, Rafael e Da Vinci – Sanguínea, a técnica de desenho usada por grandes mestres do Renascimento

Técnica de desenho bastante utilizada no período Renascentista, a sanguínea é um material de dureza semelhante ao giz e está presente em trabalhos dos aclamados pintores Michelangelo, Leonardo e Rafael. Embora tenha caído um pouco em desuso, atualmente é comum que a técnica sanguínea seja explorada por artistas iniciantes.

A sanguínea data do Paleolítico e consiste em utilizar para desenhos uma mistura de caulim e hematita sob forma de lápis de madeira e varas que proporcionam um tom de sangue seco – de onde advém o seu nome. É encontrada também em outras tonalidades como marrom, laranja, cobre e bege. Sua aplicação é indicada em papel com textura, pois estes “seguram” mais o pigmento da sanguínea, contudo em muitos casos o uso moderado de um material fixador é indicado após a finalização do desenho.

Durante o Renascimento, a sanguínea servia como um material de transição para a pintura, sendo encontrada também em esboços e estudos de anatomia realizados por Leonardo da Vinci. O uso dessa técnica pode ser claramente observado no desenho Feto no Útero, em que Leonardo explora a sua veia científica ao mostrar um útero durante a gravidez.

Michelangelo, assim como Leonardo, também aderiu ao uso da sanguínea em seus desenhos – a maioria esboços em que ele treinava e desenvolvia as suas habilidades artísticas incansavelmente. A precisão de seus traços, pode ser conferida em Estudo para o Adão da Capela Sistina, um dos poucos trabalhos dessa espécie que foram conservados ao longo do tempo, uma vez que muitos foram queimados pelo próprio artista.

Rafael, outro famoso pintor renascentista ao usar a técnica sanguínea, se consagrou pela perfeição e suavidade de suas pinturas. Para chegar ao tão aclamado efeito de suas obras, utilizava a sanguínea para esboçar as suas telas. Um exemplo é o desenho Retrato de um Jovem que deu origem ao quadro homônimo.


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Leonardo Da Vinci e o Sfumato – A técnica por trás de um dos sorrisos mais famosos da história da arte

A incontestável versatilidade da mente genial de Leonardo da Vinci foi responsável por criar e desenvolver estudos em diversas áreas do conhecimento. Suas técnicas artísticas atravessaram os séculos e continuam inspirando gerações de artistas. Entre as mais famosas destaca-se o sfumato, efeito que conferiu o impressionante acabamento de algumas de suas mais célebres obras.

A intrigante Mona Lisa de Leonardo foi a obra que deu origem ao sfumato, em 1503. Com a técnica, Leonardo da Vinci queria criar um efeito mais próximo à realidade em suas pinturas, nas palavras do próprio artista “sem limites ou bordas, à maneira da fumaça”. Desta forma, o sfumato gera graduações entre as tonalidades, principalmente entre as passagens de luz para a sombra, proporcionando uma maior sensação de volume. No quadro Mona Lisa, as pinceladas são quase imperceptíveis. O mesmo ocorre na bruma que envolve as figuras centrais da obra Virgem dos Rochedos e nos detalhes do retrato de Cecília Gallerani, intitulado Dama com Arminho.

Influenciado pelas técnicas de Leonardo, Rafael outro grande nome do Alto Renascimento, empregou com maestria o sfumato em suas pinturas. A técnica pode ser observada em diversos dos seus quadros, como em A Sagrada Família Canigiani.  Outros nomes expressivos da história da arte a empregar o sfumato foram Correggio e Giorgione.

Para se obter efeito de sfumato, pode-se esfregar o dedo pela superfície do desenho até chegar ao degradê desejado. Muitos artistas também utilizam o esfuminho, material semelhante a um lápis, porém feito com papel jornal compacto enrolado que serve para esfumar as áreas de contorno do desenho, criando sombreados. Também é possível encontrar esfuminhos de feltro e couro.

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Picasso & Lump – O registro da amizade entre o pintor e seu cão feito pelo fotógrafo David Douglas Duncan

Se engana quem acha que o artista deve estar sempre rodeado de elementos sérios e intrinsecamente artísticos em seu ateliê ou estúdio para que o processo criativo flua. Um exemplo de como a arte pode se desenvolver em ambiente descontraído, em meio a crianças e até animais, é a amizade que o pintor espanhol Pablo Picasso cultivou com um simpático cachorro da raça Dachshund chamado Lump e que foi registrada pelo fotojornalista David Douglas Duncan.

Famoso por seus registros de combates de guerra e da vida íntima do amigo Pablo Picasso, David Douglas Duncan era também apaixonado por animais. Lump era um dos seus animais de estimação, mas em uma visita de Picasso à caso do amigo, surgiu uma conexão tão grande entre o pintor e o cão salsicha que o fotojornalista decidiu deixá-lo com Picasso. Daí surgiu uma parceria inusitada entre pintor e cão e que foi fielmente captada pelas lentes do próprio Duncan ao longo dos anos e resultou no fotolivro Picasso & Lump: O cachorro que comeu um Picasso, em tradução livre.

As fotos de Duncan trazem Picasso e seu cachorro em situações cotidianas e descontraídas. Segundo relatos, o artista espanhol costumava pintar sozinho, sendo Lump o único que podia acompanhá-lo. Para Pablo Picasso, Lump “não era um cachorro, mas sim um homem pequeno”.

Lump viveu ao lado de Picasso durante seis anos, O animal está presente em diversas das obras do co-fundador do cubismo, entre elas, destaca-se a série “Meninas”, em que Lump aparece em 15 das 44 telas que compõem o trabalho inspirado no quadro As meninas do também pintor espanhol Diego Velázquez.

Contudo um problema de coluna que Lump desenvolveu, colocou fim à parceria. Duncan levou o cachorro para ser tratado na Alemanha e o animal não visitou o seu amigo pintor novamente. Lump morreu em 1973 e coincidentemente Picasso faleceu uma semana depois.

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#002 Claude Monet – Um mar de impressões

Nenhum artista estudou com tanto afinco os efeitos que a luz provocava sobre as cores da natureza quanto o pintor francês Claude Monet. Em seus quadros, tentava recriar as diferentes nuances que as tonalidades assumiam em determinados horários do dia, sem preocupação em reproduzir coisas belas, mas sim o que via e à sua maneira. Com a obra Impressão, nascer do sol, ele revolucionou a história da arte e ajudou a nomear o movimento em que é um dos principais representantes: o Impressionismo.

Oscar-Claude Monet nasceu em Paris, em 1840. Sua família tinha uma modesta mercearia para a qual Monet estava destinado, porém a sua paixão pela arte surgiu desde cedo mudando o seu destino para o de um bem-sucedido pintor impressionista. Em 1851 ele cursou a escola secundária de artes e já era famoso por suas caricaturas. Alguns anos depois, na Normandia, conheceu o artista Eugène Boudin que lhe despertou o interesse pela pintura ao ar livre.

Para aprimorar a sua arte, em 1859 ele passou a frequentar a academia suíça de Paris, porém já avesso às normas clássicas da pintura acadêmica, foi estudar artes em 1862 com Charles Gleyer onde é introduzido ao círculo de outros artistas com ideias vanguardistas e que viriam a se juntar ao futuro movimento impressionista, como Camille Pissarro e Renoir.

Os primeiros anos artísticos de Monet foram marcados por forte rejeição da crítica e do público. Muitos diziam que seus quadros pareciam esboços, que causavam a impressão de não estarem terminados. Longe de se intimidar com tais comentários, o pintor francês seguiu desenvolvendo as suas técnicas de pintura que buscavam transmitir impressões de um momento efêmero, fugidio e eram marcadas pela ausência de contorno, pinceladas rápidas e soltas, sombras retratadas de maneira luminosa e colorida, além do uso de cores puras e que não são misturadas na paleta, o que ocasiona um efeito decomposto e que só toma forma à certa distância.

Quando se estabeleceu em Giverny, na Normandia, na década de 1890 com sua segunda esposa, Claude Monet já era bastante reconhecido por sua contribuição artística e sua genialidade. Em sua residência, o pintor francês impressionista criou um jardim aquático magnífico com a ajuda de um jardineiro japonês. No local foram colocadas flores de diversas espécimes e uma ponte japonesa. Monet ficava fascinado com a composição das cores e a luz que incidia sobre o Jardim de Águas, o que serviu de inspiração para diversas de suas obras, entre elas está uma série intitulada as Nenúfares.

As Nenúfares de Monet são compostas de aproximadamente 250 pinturas a quais ele se dedicou até o fim da vida em 1926. Muitas destas telas foram pintadas quando ele já sofria de catarata e assumem a impressão de estarem sendo observadas embaixo d’água. As Nenúfares do Orangerie são um conjunto de oito painéis com 2 metros de altura cada, projetados para serem expostos em um círculo um ao lado do outro para que o espectador tenha a sensação de estar observando a passagem das estações ou o decorrer de um dia.

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The National Museum of Western Art, Tokyo
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#003 Margaret Mee – Arte e Ciência em foco

Os mistérios e riquezas tropicais da floresta amazônica foram amplamente reproduzidos através das ilustrações da botânica Margaret Mee a partir de 1964 até meados de 1988. Considerada uma mulher à frente de seu tempo e uma das mais notáveis do século 20, a artista inglesa dedicou seu trabalho a estudar e pintar a flora brasileira com o intuito de preservá-la.

Nascida em 1909 em Chesham na Inglaterra, Margaret Ursula Mee, estudou arte na St. Martin’s School of Art, no Centre School of Art e na Camberwell School of Art em Londres. Antes de desembarcar no Brasil, aos 42 anos de idade com o seu segundo marido, ela era uma artista plástica modernista. Já estabelecida em São Paulo, lecionou arte na escola Saint Paul’s School e tornou-se artista botânica pelo Instituto de Botânica de São Paulo em 1958. Influenciada por sua amizade com Burle Marx, foi morar no Rio de Janeiro onde viveu por quase 30 anos. Faleceu em 1988 na Inglaterra em um acidente de automóvel.

Sua paixão pela biodiversidade do Brasil nasceu a partir das explorações que realizou entre 1958 e 1964 às selvas brasileiras. Dona de compleição frágil, Mee surpreendia por sua coragem ao realizar longas viagens para chegar até os espécimes de plantas mais raros. A ilustradora botânica realizou ao longo de sua vida 15 expedições à Amazônia e se envolveu profundamente nas questões de preservação do meio ambiente ao presenciar situações aterradoras de desmatamento e a consequente destruição dos ecossistemas.

Misturando com originalidade a beleza da arte e a precisão científica, as obras de Margareth Mee eram concebidas através de rascunhos à lápis e finalizadas com guache diluído ou aquarela. Havia uma preocupação da aquarelista botânica em fazer um registro fiel das cores dos seus objetos de estudo. A sensibilidade da artista se eternizou em ilustrações delicadas e detalhistas que transmitem profundidade e fazem com que o observador visualize a textura da planta retratada.

Perseguiu durante anos o que se concretizou como um dos seus registros mais importantes: o desabrochar da Flor da Lua, um espécime que floresce na lua cheia e morre em apenas uma noite. São famosos também os seus estudos representativos do modo de vida das bromélias, tema destacado no enredo carnavalesco de 1994 da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis com o nome de Margaret Mee, a dama das bromélias.

O trabalho da ilustradora botânica, Margaret Mee, apresenta mais de 400 ilustrações das florestas tropicais brasileiras e também documentou seus estudos em 40 sketchbooks e 15 diários. No Brasil, algumas destas obras estão no Instituto de Botânica de São Paulo e no Sítio Roberto Burle Marx no Rio de Janeiro, já em Londres, estão expostas no Kew Royal Botanic Gardens.

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#001 Caravaggio – Entre a Luz e a Sombra

Poucos artistas são capazes de evocar tanto fascínio através de suas obras quanto Caravaggio. Misturando traços realistas, dramáticos e o inconfundível contraste entre luz e sombra, características que influenciaram o estilo Barroco no final do século XVI e início do XVII, o pintor italiano fez sua fama retratando temas religiosos em meio a uma controversa vida boêmia, marcada por episódios violentos.

Michelangelo Merisi, um dos nomes mais importantes do barroco italiano e da história da arte, nasceu no Ducado de Milão, em 29 de setembro de 1571, mudando-se posteriormente para Caravaggio. A pequena comuna que emprestou o nome ao artista localiza-se na Província de Bérgamo no norte da Itália, país considerado o berço da pintura barroca. O pintor faleceu com apenas 38 anos de idade em Porto Ercole, região da Toscana.

Ainda adolescente, Caravaggio tornou-se aprendiz no ateliê do pintor Simone Peterzano, onde teve o seu primeiro contato com as artes plásticas. Após a morte de sua mãe, viveu um período em Roma onde passou por alguns ateliês até se estabelecer por conta própria. O começo de sua vida adulta foi marcado por muitas dificuldades, fator que talvez tenha sido decisivo para imprimir um estilo brutal e provocante ao seu trabalho. Porém não demorou a despertar o interesse de pessoas influentes da sociedade italiana da época, como o cardeal Del Monte que ajudou a difundir as suas obras.

Exceto pelas primeiras obras, Caravaggio trouxe para os seus quadros temas fundamentalmente bíblicos. Entretanto buscava no seu cotidiano os modelos mais improváveis para representar os personagens religiosos em suas pinturas, como mendigos, prostitutas e pessoas comuns, muitas vezes, seus amantes. O que refletia a fama de transgressor do artista que chegou a se envolver no assassinato de um nobre italiano.

Dotados de uma dramaticidade pungente, seus trabalhos apresentam um fundo sombrio com foco em personagens expressivos e iluminados em primeiro plano que flertam com questões mundanas e por isso, chocavam muitos observadores. Essas particularidades foram fundamentais para distinguir as suas obras das produções do Renascimento e Maneirismo que precederam o Barroco.

Entre as principais obras de Caravaggio destacam-se A Deposição de Cristo, Cabeça de Medusa, A Ceia dos Emaús, A Crucificação de São Pedro e Jovem Baco. Não raro era possível identificar nas cenas pintadas a imagem do próprio pintor, como acontece em David com a cabeça de Golias, em que ele se retrata como Golias.

O clima obscuro e os efeitos de iluminação que as suas pinceladas criavam ficou conhecido como tenebrismo e suas técnicas de pintura influenciaram diversos pintores que o sucederam, movimento que foi nomeado como caravaggismo. Sua contribuição para a história da arte mundial é imensurável e até hoje é fonte de estudo e inspiração para diversos artistas.

 

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