Fernando Botero – arte e crítica social

Pintor e escultor, Fernando Botero é um artista figurativista colombiano reconhecido principalmente por seus trabalhos em que representa personagens volumosos e que carregam um viés de crítica à ganância humana.

Fernando Botero Ângulo nasceu em 19 de abril de 1932, em Medelín, na Colômbia. Desde cedo se interessou por arte, especialmente pelo estilo barroco que dava forma às igrejas coloniais de sua cidade e aos 15 anos começou a vender os seus primeiros desenhos. Seu primeiro emprego foi em 1948 como ilustrador do El Colombiano e ainda naquele ano realizou a sua primeira exposição coletiva.

Artista precoce, Botero realizou a sua primeira exposição individual no ano de 1951, em Bogotá. Ganhou o segundo lugar ao participar do São dos Artistas Colombianos e no ano seguinte, o artista mudou-se para a Espanha, onde frequentou a Academia de San Fernando de Madri. Erradicado na principal cidade espanhola, costumava frequentar o Museu do Prado e copiar as obras de Velásquez e Goya.

Nesta ocasião, Botero também começou a se interessar pelos temas políticos dos muralistas mexicanos, como Diego Rivera, fato que veio a influenciar as suas obras posteriores. Outra grande influência ao seu estilo veio em 1953, quando ingressou na Academia de San Marco, em Florença, e teve contato com a arte renascentista italiana.

Dois anos depois retornou para o seu país natal e realizou uma exposição na Biblioteca Nacional, além de ser nomeado professor da Escola de Belas Artes da Universidade Nacional. Foi a partir de 1955 que Fernando Botero começou a expandir a forma de suas figuras e deu início ao que seria o seu estilo único e inconfundível.

Botero partiu para os Estados Unidos em meados de 1957 e ainda naquele ano realizou a sua primeira exposição no país. Na década seguinte começou a realizar exposições em diversos lugares do mundo. Já em 1971 passou a dividir residência em Paris, Bogotá e Nova York. Foi no ano de 1973 que o artista elaborou a sua primeira escultura

Pintor obstinado, Botero traz em suas produções um compilado de influências artísticas que culminam em um resultado singular e muitas vezes polêmico. A cor em suas obras possui um papel fundamental, sendo utilizada em tons vivos que iluminam a pintura.

Os números de Botero são impressionantes. O artista possui mais de 3 mil pinturas, 200 esculturas e coleciona em seu currículo mais de 50 exposições individuais. Em suas obras mais reconhecidas, Botero revisitou importantes artistas e obras da história da arte. Assim, a Mona Lisa, de Da Vinci, ganhou formas mais arredondas, tal como o famoso O Casal Arnolfini, de Jan van Eyck. Seu traço facilmente reconhecível ganhou o nome de “boterismo”.

Atualmente, Botero mantém dois ateliês, um na Itália e outro em Mônaco. O pintor de 87 anos é um dos artistas contemporâneos mais politizados e permeia em algumas de suas produções artísticas o retrato da violência na América Latina.

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Alfred Sisley – as sutilezas das paisagens sob o olhar impressionista

Famoso especialmente por suas paisagens impressionistas, Alfred Sisley foi um pintor francês de ascendência britânica. Ao lado de importantes pintores como Renoir e Manet, o artista ajudou a dar voz ao Impressionismo na França do final do século XIX.

Nascido em 30 de outubro de 1839, em Paris, Alfred Sisley era filho de ingleses que haviam se erradicado na capital francesa. O pai de Sisley era diretor de uma empresa que atuava no comércio de exportação de flores artificiais para a América do Sul. Por isto, aos 18 anos, Sisley foi enviado para Londres para estudar comércio entre 1857 a 1861.

Entretanto, o jovem aproveitou a viagem para visitar diversos museus ingleses e copiar obras de artistas como Constable, Turner e Bonington. Ao regressar a Paris, foi estudar arte no ateliê de Gleyre onde conheceu Renoir, Bazille e Monet. Revolucionários, estes artistas buscavam retratar na pintura os efeitos da luz e saíam para elaborar suas obras ao ar livre, reunindo-se no bosque de Fontainebleau.

A principal influência de Sisley foi o pintor realista Jean-Baptiste Camille Corot, não à toa, suas primeiras obras eram pintadas em tom mais escuro. Posteriormente, o artista francês começou a empregar cores mais claras e vivas, concebidas com leveza e pinceladas mais livres. Assim como Camille Pissarro, foi um dos pintores que mais se dedicou às técnicas características do impressionismo, focando-se principalmente em paisagens que assumiam um tom lírico e de beleza em suas representações. Desta época, destaca-se uma série de pinturas às margens dos rios.

Entre as principais obras de Sisley estão também O canal Saint-Martin em Paris (1870), A ponte em Argenteuil (1872), Ponte no Villeneuve-la-Garenne (1872), Regata em Hampton Court (1874), Neve em Louveciennes (1875), As cheias em Port-Marly (1876), As margens do Oise (1877-78) e Neve em Véneux (1880).

Após a falência de seu pai em decorrência da guerra franco prussiana, Sisley começou a enfrentar dificuldades financeiras, uma vez que passou a viver exclusivamente de sua arte. No ano de 1874 participou da exposição independente ao Salão Oficial de Paris, porém não conseguiu vender nenhuma das cinco telas que expôs. O artista vendeu algumas de suas telas apenas na exposição que ocorreu no ano seguinte, junto com os colegas impressionistas.

Em 1877, Sisley mudou-se para a comuna francesa de Sèvres, onde registrou a aldeia em uma série de telas. O artista continuava enfrentando dificuldade de encontrar compradores para as suas obras, amargando fracassos em exposições ano após ano.

Apenas em 1890, quando participou da exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes que pode experimentar algum reconhecimento ainda em vida. Alfred Sisley faleceu em 29 de janeiro de 1899, aos 59 anos.

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Yoko Ono – a força feminina no cenário artístico do século XX

Um dos nomes mais influentes do cenário artístico do século XX, a japonesa Yoko Ono é uma artista plástica vanguardista, cantora, compositora e cineasta. A artista traz à tona temas como feminismo, arte conceitual e questionamentos sobre a própria arte. Seu nome ganhou projeção mundial a partir da ligação profissional e amorosa com John Lennon e polêmicas à parte, o fato é que sua obra nunca poderia passar despercebida.

Nascida em 18 de fevereiro de 1933, em Tóquio, no Japão, Yoko Ono é a primeira filha do casal Isoko e Yeisuke Ono, ambos de linhagem abastada. Além da excelente educação que a origem rica lhe proporcionou, desde cedo Yoko teve contato com as artes, pois o pai havia sido pianista e mãe era budista e pintora clássica.

Assim, Yoko cresceu em um ambiente repleto de criatividade, onde aprendeu piano e canto. Foi alfabetizada em inglês e japonês, estudando na exclusiva escola de Gakushuin, no Japão e também na faculdade de música Sarah Lawrence, nos Estados Unidos. Yoko também foi a primeira mulher a ser admitida no curso de Filosofia em seu país natal, aos 18 anos de idade.

Entretanto, em meados de 1956, ao se formar na faculdade de música, Yoko decidiu galgar o caminho artístico sem o auxílio financeiro de sua família. Em um loft alugado em Manhattan, começa a fazer experiências sonoras ao lado do colega John Cage e do coreógrafo Mercy Cunningham. Juntos participam do grupo chamado Fluxus que passa a influenciar diversos artistas vanguardistas.

Na década de 1960 a artista japonesa começou a produzir filmes experimentais, além de explorar a arte conceitual. Em 1964 criou uma das suas performances mais famosas: Cut Piece, em que se expôs imóvel diante do público que podia usar uma tesoura para cortar de qualquer maneira pedaços da roupa da artista. Nesta obra, além de explorar a relação de confiança entre artista e expectador, Yoko propõe uma reflexão sobre a maneira como as mulheres são tratadas.

É no ano de 1966 que se dá o encontro entre o casal mais icônico da cultura pop. John Lennon se vê encantado com a produção artística de Yoko, a qual teve a oportunidade de conferir em uma exposição em Londres. Os dois então iniciam uma amizade com direito a diversas colaborações artísticas e por fim, os dois terminam seus atuais relacionamentos para viver um intenso romance.

Yoko chega a contribuir artisticamente em algumas produções dos Beatles, porém Lennon decide abandonar a banda que se desfez em meados do ano de 1970. Durante muito tempo Yoko foi apontada como o pivô da separação, fato que foi desmentido em entrevista pelo próprio Paul McCartney.

Após a trágica morte de Lennon em 1980, Yoko viveu alguns anos reclusa, porém voltou a dedicar-se especialmente à música nos anos 1990 e 2000. Em 1917, o Instituto Tomie Otake reuniu obras do início da carreira de Yoko Ono na Exposição “O Céu Ainda é Azul, Você sabe…”. Trazendo produções interativas, a exposição propunha uma reflexão sobre temas críticos como também levar o público a participar e não apenas observar as obras.

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Lygia Clark – as obras interativas de uma “não artista”

Com uma arte atemporal e que foge de classificações, a artista plástica Lygia Clark conquistou um lugar de destaque no cenário artístico brasileiro. Sua obra não é algo estático, pelo contrário, transmite ao expectador um mundo de possibilidades e de transformação.

Lygia Clark é o pseudônimo de Lygia Pimentel Lins, nascida em 23 de outubro de 1920, em Belo Horizonte. Proveniente de uma família tradicional de juristas, era a terceira dos quatro filhos de Jair Pereira Lins e Ruth Mendes Pimentel.

Lygia iniciou os seus estudos em artes quando já estava com 27 anos, casada e mãe de três filhos. Tornou-se então aprendiz e aluna de Roberto Burle Marx. Já aos 30 anos, viajou para Paris, onde estudou com Arpad Szènes, Dobrinsky e Léger. Dois anos depois, realizou a sua primeira exposição individual no Institut Endoplastique. De volta ao Brasil, expôs no Ministério da Educação e Cultura.

Em 1954 participou da criação do Grupo Frente, marco histórico do movimento construtivo brasileiro, dedicando-se ao estudo do espaço e da materialidade do ritmo. Ainda naquele ano participou da Bienal de Veneza com a série Composições. Lygia também trabalhou com instalações e body art, além de dedicar-se a pesquisas da linha orgânica.

O preto e branco é incorporado aos seus trabalhos entre 1957 e 1959, utilizando para isto placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada com pistola.

Assim, em 1959 assinou o Manifesto Neoconcreto em parceria com Amílcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis. Propõs uma ruptura com os suportes tradicionais na pintura. Na década de 1960 utiliza em suas criações materiais como metal e borracha, abandonando a dureza de materiais como a madeira.

Lygia encarava a arte como terapia e por este motivo se intitulava como “não artista”. Pregava fortemente a desmistificação da arte e do artista, cabendo ao expectador uma espécie de partilha na criação da obra. A psicanálise também foi elemento de grande influência para a obra de Lygia.

A artista levou tinta às molduras de alguns de seus quadros com o intuito de quebrar paradigmas. A proposta pode ser observada, por exemplo, na obra Unidades de 1959. Entre os anos de 1960 e 1964 cria a obra Bichos, em que propõe a participação do público. Lygia elaborou diversas esculturas de bichos em alumínios que o expectador poderia manipular e descobrir seus formatos. Por este trabalho, em 1961, a artista recebeu o prêmio de melhor escultora na Bienal Internacional de São Paulo.

Destacam-se também entre as principais produções de Lygia Clark, Obra Mole (1964), Nostalgia do Corpo: Diálogo (1968) e Babá Antropofágica (1973). Estes exemplos se caracterizam pela exploração sensorial do púbico, uso de diversas matérias-primas como metal, madeira e borracha, compondo objetos tridimensionais. A artista faleceu em 25 de abril de 1988, no Rio de Janeiro.

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Paul Cézanne – uma nova perspectiva na pintura pós-impressionista

O pintor francês Paul Cézanne revolucionou a história da arte ao introduzir uma visão única para as suas composições, destacando-se entre os pintores pós-impressionistas pelo uso de distorções formais e alterações de perspectiva. O artista já explorava em seus trabalhos figuras levemente geométricas, o que o alçou como uma ponte entre o impressionismo do século XIX e o cubismo do início do século XX.

Paul Cézanne nasceu em 19 de janeiro de 1839, em Aix-en-Provence, comuna localizada no sul da França. Era herdeiro de um cofundador de uma firma bancária, o que lhe proporcionou uma vida sem preocupações financeiras. Aos 10 anos começou a estudar desenho na Escola São Jose, em sua cidade natal. Já em 1852 conheceu o consagrado escritor francês Émile Zola, ambos estudavam no Colégio Bourbon e se tornaram amigos.

Seis anos depois, realizando um desejo de seu pai, Cézanne ingressou na escola de Direito da Universidade de Aix, porém continuou recebendo aulas de desenho. Contrariando sua família, em 1861, Cézanne foi buscar desenvolvimento artístico em Paris, influenciado pelo amigo Zola que já se estabelecera na cidade. Na cidade parisiense conheceu o impressionista Camille Pissarro que assumiu um papel de mestre e mentor de Paul Cézanne.

Após não passar no exame de admissão da Escola de Belas Artes, o artista retornou para cidade natal e passou a trabalhar com seu pai. Retornou à Paris um ano depois e se matriculou na Academia Suíça com o intuito de se tornar pintor profissional. Nessa época, conhece artistas impressionistas como Manet, Monet e Renoir.

Em seus primeiros trabalhos, Cézanne explorava a figura na paisagem de uma forma romântica e dramática, Seus quadros da época são escuros e o uso acentuado da espátula contribui para um efeito de cores sobrepostas na tela. Já em 1870, influenciado por seus amigos impressionistas, começa a pintar ao ar livre e vai clareando gradativamente sua paleta de cores. Entretanto, é na década seguinte que sua carreira evolui mais ainda, rompe com o amigo Zola, uma vez que se vê representado no personagem principal do livro “A obra” e começa a pintar retratos, natureza-morta e paisagens.

Além de repudiar os preceitos da Academia, tal como seus amigos impressionistas, Cézanne explora como nenhum outro as mudanças de perspectiva, ressaltando as formas, o volume e o peso dos objetos.

Entre as suas principais obras estão Retrato de Louis-Auguste Cézanne, o pai do artista (1866), Autorretrato com um chapéu de palha (1875), A banhista (1885) e Os jogadores de Cartas (1890-95). Em 2011, uma das versões de Os jogadores de Cartas foi vendida para família real do Qatar por cerca de 190 milhões de euros, se tornando a obra de arte mais cara já vendida até então.

Paul Cézanne faleceu em 1906 e em 1907 foi realizada no São Outono uma mostra de grande porte com uma retrospectiva de seu trabalho, o que ajudou a difundir o nome do artista, rendendo-lhe o reconhecimento como um dos pintores mais influentes do século XIX.

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A união artística entre o lendário Barão de Itararé e o caricaturista Guevara

A parceria entre o jornalista Apparício Torelly, o Barão de Itararé e o caricaturista Guevara resultou no Almanhaque. A publicação que teve sua primeira tiragem em 1949 parodiava os almanaques da época e foi um verdadeiro sucesso. O Almanhaque do Barão de Itararé continha textos, jogos, passatempos, contos e tirinhas recheadas de um humor ácido e contestador, combinação que até hoje é referência entres as publicações brasileiras.

Pioneiro no humorismo político brasileiro e conhecido pelo falso título de nobreza Barão de Itararé, o jornalista e escritor Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly nasceu em 29 de janeiro de 1895, na cidade de Rio Grande no Rio Grande do Sul e que faz fronteira com Uruguai.

Iniciou a sua carreira como colaborador do jornal A Manhã, em 1925, publicando sonetos de humor que tinham como tema um político da época. Também foi fundador do Jornal do Povo em 1934, publicação que durou apenas 10 dias, e do jornal A Manha que circulou ativamente entre 1926 e 1935.

Já o artista gráfico, pintor e ilustrador Andrés Guevara nasceu na cidade de Villeta, no Paraguai, em 1904. Sua carreira começou com a publicação de caricaturas nos Jornais El Diario e El Liberal.

Em passagem pelo Brasil, Guevara então com apenas 19 anos, tornou-se caricaturista em diversos jornais e revistas da época, trazendo a decomposição e geometrização das formas, características que se sobressaem no estilo cubista. Colaborou em A Maçã entre 1923 a 1925 e no jornal A Manhã, como chargista de uma coluna humorística, entre 1926 e 1929. Nos sete anos em que ficou no país destacou-se também como diretor de arte, reformulando o design gráfico da imprensa brasileira.

Depois foi morar na Argentina em 1930, ocasião em que começou a usar modernas técnicas de diagramação e planejamento gráfico, tornando-se referência como artista gráfico. Foi criador do projeto gráfico e logotipo do jornal Clarin, fundado em 1945 e que se tornou o jornal de maior tiragem da Argentina.

Em 1949, o Barão de Itararé e Guevara que já haviam trabalhado juntos em A Manhã, retomam a parceria no projeto do Almanhaque. A publicação nada mais é do que uma expressão de todo o estilo cunhado pelo jornalista ao longo de sua carreira, baseando-se principalmente no jornal A Manha. Já na parte gráfica, é a figura de Guevara que se sobressai.

O traço do artista paraguaio fica visível no brasão do Barão de Itararé como na maior parte dos desenhos que compõem o Almanhaque. Guevara então já havia suavizado o seu estilo geométrico, passando a usar uma abordagem mais despojada e cartunesca. Sucesso garantido, a publicação chegou a ganhar duas novas tiragens em 1955.

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Patrick Mcdonnell – a arte em prol dos animais

Criador da tira Mutts, Patrick McDonnell é um ilustrador, autor best-seller e cartunista americano. A publicação de Mutts já apareceu em mais de 700 jornais em 20 países e atualmente, o artista dedica-se à criação de livros infantis, além de se envolver ativamente com instituições de caridade animal e ambiental.

McDonnell nasceu na cidade de Edson, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, em 17 de março de 1956. Depois de cursar o ensino regular em sua cidade natal, frequentou a Escola de Artes Visuais, graduando-se em 1978. Iniciou então a sua carreira como ilustrador freelancer para o New York Times, desenhando para a coluna do escritor Russell Baker entre 1978 e 1993.

Durante esse tempo o artista também colaborava regularmente em revistas de seu país como Sports Illustrated, Readers Digest e Forbes. Uma de suas marcas registradas era que costumava incluir um cachorro no fundo de suas ilustrações.

McDonnell criou ainda a Bad Baby uma história em quadrinhos publicada mensalmente na revista Parents Magazine. Além disso, seus trabalhos viraram animações para comerciais televisivos e ele se tornou co-autor da história em quadrinhos Krazy Kat: The Comic Art do cartunista George Herriman, publicada em 1986 pela editora americana Abrams.

Em 1994 criou a tira humorística Mutts, que narra as aventuras de Mooch, um gato e Earl, um cachorro, baseada em seus animais de estimação. Com um humor inteligente, o cartoon é recomendado para crianças e adultos. No Brasil, Mutts foi publicado em 2009 pela editora Devir e em 2015 pela Pixel Media.

Desde de 2005 Patrick MacDonnel dedica-se à carreira de autor e ilustrador de livros infantis, figurando na lista de best-sellers do New York Times já com a sua primeira publicação: The Gift of Nothing. Seus personagens aparecem com frequência em causas em prol dos animais e do meio ambiente. Em 2007 criou Hug Time, livro que apresenta a história de um gatinho chamado Jules que percorre o mundo abraçando espécies ameaçadas de extinção.

Em 2011 McDonnell lançou Me… Jane, livro infantil inspirado na juventude de Jane Goodall, uma importante primatóloga, etóloga e antropóloga britânica, conhecida por seu notável trabalho estudando a vida social dos chimpanzés e nomeada Mensageira da Paz das Nações Unidas. Nesta reconfortante história, o leitor acompanha a pequena Jane e seu chimpanzé de brinquedo Jubille em observações cheias de descobertas sobre o mundo ao seu redor, enquanto a pequena sonha com uma vida em que ela possa ajudar todos os animais.

Em entrevista para a 20ª edição da revista sobre cartoons Hogan’s Alley, McDonnel conta que cresceu apaixonado por histórias em quadrinhos como Pogo e Peanuts e esta paixão fundamentou o desenvolvimento do seu trabalho artístico. Porém as histórias em quadrinhas acabam seguindo sempre o mesmo formato, caneta e tinta, preto e branco. Por isso, o cartunista partiu para a criação de livros infantis que lhe permitem criar com mais liberdade.

Por seu trabalho, McDonnell já foi diversas vezes premiado, destacando-se o National Cartoonist Society Award for Magazine and Book Illustration em 1991, National Cartoonists Society’s Reuben Award (nominee) em 1997 e 1998 e o Caldecott Honor em 2012.

Para conhecer mais obras do artista acesse a pasta que criamos: https://br.pinterest.com/thaisslaski/arte-matérias-do-site/patrick-mcdonnell/

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A ilustração de moda e publicidade de Jordi Labanda

Com um trabalho totalmente inovador, o ilustrador Jordi Labanda consagrou-se como um dos artistas contemporâneos mais bem-sucedidos na sua área. Seu trabalho pode ser conferido em revistas, jornais, roupas, comerciais de televisão, anúncios de diversos tipos e álbuns de música. Indo na contramão do humor gráfico que na Espanha é totalmente voltado para os homens, Labanda cria um ambiente em que as mulheres possam se identificar e se divertir também.

Nascido em 1968 em Mercedes no Uruguai, Jordi Labanda Blanco mudou-se aos três anos de idade com a família para Barcelona, na Espanha, onde vive desde então. Em Barcelona cursou desenho industrial e decidiu dedicar-se à ilustração comercial em meados dos anos 90.

Desde então, Labanda figura nas mais influentes publicações mundiais de moda e estilo tais como Vogue Japão, Bergdorf Goodman Magazine, Apartamento, Fanzine137, Candy, Harpers Bazaar ou The Magazine of La Vanguardia (Barcelona).

Também contribui regularmente como designer para marcas como Louis Vuitton Tommy Hilfiger, Moncler, Neiman Marcus, Knoll International, Grand Marnier, Nissan, L’Oreal, American Express, Reebok, Zara, Adidas e Pepsi Luz.

O ilustrador uruguaio já teve a sua obra exposta em museus e galerias de Tóquio, Paris, Barcelona, Florença e Buenos Aires. Além disso, uma parte de seu trabalho foi compilada e lançada no livro Heyday.

Jordi Labanda atribui como inspiração para seu trabalho os filmes que costuma assistir dos anos 50 e 60 com suas personagens elegantes. A partir disso, constrói em suas ilustrações um universo cheio de críticas à sociedade de consumo, às vezes de uma maneira mais irônica, em outras com uma mensagem mais sutil. Contudo, sempre com uma visão graciosa para as relações sociais e a vida nas grandes cidades.

Apesar do caráter moderno de suas ilustrações, Labanda não se rendeu aos encantos do computador e costuma desenvolver o seu trabalho totalmente à mão, utilizando-se principalmente de têmpera guache e cera, elementos que o ajudam no processo criativo.

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Michelangelo – o Divino na arte renascentista

Considerado um dos mais célebres artistas de seu tempo, Michelangelo se destacou não apenas como pintor e escultor, como também se dedicou à poesia e arquitetura florentina.

Nascido Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni em 6 de março de 1475, em Caprese, na Itália, ficou conhecido como Michelangelo, o Divino. Seu pai Lodovico di Lionardo Buonarroti Simoni possuía certo prestígio, contudo a família estava longe de ser rica, mantendo-se principalmente com a renda obtida de sua propriedade rural em Settignano.

Desta maneira, assim que atingiu certa idade, Michelangelo foi enviado por seu pai para estudar com Francesco da Urbino, um tutor que também era artista. Entretanto o jovem fez pouco progresso nas matérias prestigiadas como gramática, latim e matemática, demonstrando verdadeiro interesse em desenhar, para desespero da família, que tinha as artes como algo indigno à nobreza.

Michelangelo, contudo, conseguiu vencer a oposição de seu pai e por volta dos 13 anos de idade se tornou discípulo de Domenico Ghirlandaio com quem aprendeu técnicas de pintura. Um ano depois se tornou protegido de Lourenço II de Médici, passando a viver no palácio dos Médici, em Florença. Oportunidade que lhe colocou em contato com o escultor Bertoldo di Giovanni, que havia sido aluno de Donatello, e fora contratado pelos Médici para cuidar do Jardim das Esculturas do palácio.

Nesta fase, Michelangelo começou a desenvolver algumas esculturas que chamaram a atenção para o seu talento, como a Madonna da Escada, feita em baixo relevo e a Centauromaquia, esta última em alto relevo.

Após a morte de Lourenço, em 1492, o artista italiano se estabeleceu na cidade de Bolonha, onde viveu por quatro anos. Criou nesta época duas obras importantes, Pietá e Baco, desenvolvidas com influência da cultura greco-romana. Ao retornar à Florença deu vida a uma de suas obras-primas mais reconhecidas: a escultura de Davi.

Entre os anos de 1508 e 1512 desenvolveu outro de seus trabalhos de maior notoriedade: pintou o teto da Capela Sistina do Vaticano, embora um tanto a contra gosto, pois preferia o ofício de escultor ao de pintor. Ainda na Capela Sistina pintou O Último Julgamento na janela do altar, entre os anos de 1534 e 1541.

As obras de Michelangelo, desenvolvidas na transição do Renascimento para o Maneirismo, demonstram a valorização da estética, principalmente a representação da figura humana e o nu masculino. O artista utiliza-se em suas esculturas frequentemente o mármore e os esboços de suas pinturas ou desenhos eram, em sua maioria, desenvolvidos com a técnica da sanguínea.

Nas suas últimas décadas, Michelangelo se voltou para a arquitetura, poesia e pintura. Chegou a ser nomeado como arquiteto de São Pedro, ocasião em que remodelou a Praça do Capitólio. O artista faleceu em 1564, aos 88 anos.

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