As admiráveis obras do pintor francês Watteau transportam o expectador para cenas belas e idílicas de atmosfera leve e descontraída, inspiradas na commedia dell’arte, um estilo de teatro popular. Não à toa, o artista ganhou fama como o pintor das Festas Galantes em meio ao Rococó, movimento que se desenvolveu na França do século XVIII.
Jean-Antoine Watteau nasceu em 10 de outubro de 1684, em Valenciennes, região que havia sido incorporada à França em 1678 pelo Tratado de Nijimegen. Filho de um mestre-telheiro que prezava o desenvolvimento intelectual do filho como forma de livrá-lo de um destino de trabalho braçal, Watteau demonstrou talento artístico desde criança quando costumava esboçar algumas cenas de sua cidade natal a lápis ou carvão.
Watteau foi levado a se tornar aprendiz do pintor Jacques-Albert Gérin que, no entanto, não o instruiu adequadamente. Por este motivo, o jovem artista preferiu aos 18 anos tentar a sorte na aclamada Paris, verdadeiro centro cultural e reduto de diversos artistas e aspirantes. Seus primeiros trabalhos remunerados, no entanto, não tinham nada de glamour, e sim, se limitavam a copiar estampas e pinturas clássicas para comerciantes de arte.
Foi nesta época, instalado em uma precária estalagem, que as cópias que Watteau fazia chamaram a atenção de Claude Gillot, influente pintor francês que ficou conhecido por suas obras descontraídas. Contratado por Gillot, que detinha uma fiel e abastada clientela, o jovem artista teve a liberdade de criar as próprias pinturas e desbravar um mundo artístico completamente novo e instigante do teatro.
Posteriormente, foi apresentado a Claude Audran, pintor e entalhador francês que seguia o estilo Rococó, porém voltado à decoração do interior das residências da aristocracia francesa. Através de Audran, Watteau conheceu Peter Paul Rubens, pintor que exerceu grande influência em suas produções. Watteau absorveu os toques e estilo de Rubens, e assim desenvolveu com sucesso a sua própria maneira de pintar.
Os quadros de Watteau se distinguem pelo retrato de cenas bucólicas com atmosfera festiva, muitas vezes romântica e teatral, adquiridas por meio de livres pinceladas com as quais distribuía a tinta sobre tela criando efeito luminoso e rico em cores. Entre as suas principais obras estão Pierrot (1719), Mazzetin (1720), Peregrinação à ilha de Citera (1717), A Canção do Amor (1717) e Os prazeres da dança (1717).
De temperamento inquieto e fascínio por uma vida desapegada, Watteau pouco se importava com dinheiro. Morreu prematuramente aos 37 anos, pobre e nos braços de um amigo. Seus últimos quadros refletiam a enfermidade que o assolara pouco antes do fim, traduzindo-se em cenas mais escuras e melancólicas.
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