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Mário Zavagli – aquarelas e a busca pela conservação das paisagens históricas
Pintor, aquarelista e professor de artes plásticas, o brasileiro Mario Zavagli é conhecido por retratar paisagens naturais e urbanas que encantam e impressionam na riqueza de detalhes e que também estampam cartões e selos postais. O artista já realizou cerca de 30 exposições individuais e integrou mais de 200 exposições coletivas nacionais e internacionais.
Nascido em 1956, em Guaxupé, Minas Gerais, Mário Lucio Zavagli atuou como professor de pintura e desenho da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais entre os anos de 1976 e 1989. No ano de 1985 o artista mineiro foi destacado como Artista do Ano pelo Jornal do Estado de Minas Gerais. Já em 1987, além de receber o Prêmio Destaques da Arte 1986 concedido pela Cemig, também se tornou membro da Comissão de Artes Plásticas da Fundação Clóvis Salgado.
Uma das inspirações para o trabalho do aquarelista brasileiro remete ao século XIX. Nos anos que compreenderam este século eram realizadas diversas missões diplomáticas e científicas que tinham como objetivo desbravar as terras brasileiras. As expedições traziam, além de pesquisadores, desenhistas especializados na técnica de aquarela para documentar o máximo possível dos espécimes que eram encontrados na fauna e flora brasileira e apresentá-los ao velho mundo.
Com a popularização da técnica litográfica, desenvolvida por Alois Senefelder, as imagens criadas por artistas como Debret e Thomas Ender puderam ser multiplicadas e espalhadas mundo a fora. Seguindo nesse estilo, Mario Zavagli produziu algumas obras em aquarela com o tema de árvores e arbustos e que foram reproduzidas com a técnica de giclée print que representa uma evolução da litografia.
Durante três anos na década de 1980, Mário Zavagli excursionou por Belo Horizonte registrando em fotografia as particularidades da arquitetura da capital mineira. Para sua surpresa, ao retornar aos mesmos locais, estes não mais existiam. As fotografias resultaram em uma exposição realizada no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo e convidam à reflexão sobre a destruição do patrimônio histórico.
As paisagens naturais brasileiras são exploradas pelo olhar meticuloso de Zavagli na série em aquarela sobre a cidade de Diamantina. Com o nome “Morte Sorridente”, o artista mais uma vez traz a reflexão sobre o resgate do patrimônio histório que se perdeu com o passar do tempo. Assim como os naturalistas do século XIX, busca representar as características de cada cidade que visita por meio de uma construção e desconstrução pictórica muito particular do artista.
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Alfred Sisley – as sutilezas das paisagens sob o olhar impressionista
Famoso especialmente por suas paisagens impressionistas, Alfred Sisley foi um pintor francês de ascendência britânica. Ao lado de importantes pintores como Renoir e Manet, o artista ajudou a dar voz ao Impressionismo na França do final do século XIX.
Nascido em 30 de outubro de 1839, em Paris, Alfred Sisley era filho de ingleses que haviam se erradicado na capital francesa. O pai de Sisley era diretor de uma empresa que atuava no comércio de exportação de flores artificiais para a América do Sul. Por isto, aos 18 anos, Sisley foi enviado para Londres para estudar comércio entre 1857 a 1861.
Entretanto, o jovem aproveitou a viagem para visitar diversos museus ingleses e copiar obras de artistas como Constable, Turner e Bonington. Ao regressar a Paris, foi estudar arte no ateliê de Gleyre onde conheceu Renoir, Bazille e Monet. Revolucionários, estes artistas buscavam retratar na pintura os efeitos da luz e saíam para elaborar suas obras ao ar livre, reunindo-se no bosque de Fontainebleau.
A principal influência de Sisley foi o pintor realista Jean-Baptiste Camille Corot, não à toa, suas primeiras obras eram pintadas em tom mais escuro. Posteriormente, o artista francês começou a empregar cores mais claras e vivas, concebidas com leveza e pinceladas mais livres. Assim como Camille Pissarro, foi um dos pintores que mais se dedicou às técnicas características do impressionismo, focando-se principalmente em paisagens que assumiam um tom lírico e de beleza em suas representações. Desta época, destaca-se uma série de pinturas às margens dos rios.
Entre as principais obras de Sisley estão também O canal Saint-Martin em Paris (1870), A ponte em Argenteuil (1872), Ponte no Villeneuve-la-Garenne (1872), Regata em Hampton Court (1874), Neve em Louveciennes (1875), As cheias em Port-Marly (1876), As margens do Oise (1877-78) e Neve em Véneux (1880).
Após a falência de seu pai em decorrência da guerra franco prussiana, Sisley começou a enfrentar dificuldades financeiras, uma vez que passou a viver exclusivamente de sua arte. No ano de 1874 participou da exposição independente ao Salão Oficial de Paris, porém não conseguiu vender nenhuma das cinco telas que expôs. O artista vendeu algumas de suas telas apenas na exposição que ocorreu no ano seguinte, junto com os colegas impressionistas.
Em 1877, Sisley mudou-se para a comuna francesa de Sèvres, onde registrou a aldeia em uma série de telas. O artista continuava enfrentando dificuldade de encontrar compradores para as suas obras, amargando fracassos em exposições ano após ano.
Apenas em 1890, quando participou da exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes que pode experimentar algum reconhecimento ainda em vida. Alfred Sisley faleceu em 29 de janeiro de 1899, aos 59 anos.
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Yoko Ono – a força feminina no cenário artístico do século XX
Um dos nomes mais influentes do cenário artístico do século XX, a japonesa Yoko Ono é uma artista plástica vanguardista, cantora, compositora e cineasta. A artista traz à tona temas como feminismo, arte conceitual e questionamentos sobre a própria arte. Seu nome ganhou projeção mundial a partir da ligação profissional e amorosa com John Lennon e polêmicas à parte, o fato é que sua obra nunca poderia passar despercebida.
Nascida em 18 de fevereiro de 1933, em Tóquio, no Japão, Yoko Ono é a primeira filha do casal Isoko e Yeisuke Ono, ambos de linhagem abastada. Além da excelente educação que a origem rica lhe proporcionou, desde cedo Yoko teve contato com as artes, pois o pai havia sido pianista e mãe era budista e pintora clássica.
Assim, Yoko cresceu em um ambiente repleto de criatividade, onde aprendeu piano e canto. Foi alfabetizada em inglês e japonês, estudando na exclusiva escola de Gakushuin, no Japão e também na faculdade de música Sarah Lawrence, nos Estados Unidos. Yoko também foi a primeira mulher a ser admitida no curso de Filosofia em seu país natal, aos 18 anos de idade.
Entretanto, em meados de 1956, ao se formar na faculdade de música, Yoko decidiu galgar o caminho artístico sem o auxílio financeiro de sua família. Em um loft alugado em Manhattan, começa a fazer experiências sonoras ao lado do colega John Cage e do coreógrafo Mercy Cunningham. Juntos participam do grupo chamado Fluxus que passa a influenciar diversos artistas vanguardistas.
Na década de 1960 a artista japonesa começou a produzir filmes experimentais, além de explorar a arte conceitual. Em 1964 criou uma das suas performances mais famosas: Cut Piece, em que se expôs imóvel diante do público que podia usar uma tesoura para cortar de qualquer maneira pedaços da roupa da artista. Nesta obra, além de explorar a relação de confiança entre artista e expectador, Yoko propõe uma reflexão sobre a maneira como as mulheres são tratadas.
É no ano de 1966 que se dá o encontro entre o casal mais icônico da cultura pop. John Lennon se vê encantado com a produção artística de Yoko, a qual teve a oportunidade de conferir em uma exposição em Londres. Os dois então iniciam uma amizade com direito a diversas colaborações artísticas e por fim, os dois terminam seus atuais relacionamentos para viver um intenso romance.
Yoko chega a contribuir artisticamente em algumas produções dos Beatles, porém Lennon decide abandonar a banda que se desfez em meados do ano de 1970. Durante muito tempo Yoko foi apontada como o pivô da separação, fato que foi desmentido em entrevista pelo próprio Paul McCartney.
Após a trágica morte de Lennon em 1980, Yoko viveu alguns anos reclusa, porém voltou a dedicar-se especialmente à música nos anos 1990 e 2000. Em 1917, o Instituto Tomie Otake reuniu obras do início da carreira de Yoko Ono na Exposição “O Céu Ainda é Azul, Você sabe…”. Trazendo produções interativas, a exposição propunha uma reflexão sobre temas críticos como também levar o público a participar e não apenas observar as obras.
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Mary Cassatt – o retrato das cenas familiares no impressionismo
Ao lado das artistas francesas Berthe Morisot e Marie Bracquemond, a pintora americana Mary Cassatt foi uma das mulheres que estavam no centro do movimento impressionista que ocorreu em Paris no século XIX. Reconhecida por sua elegância e impecável habilidade artística que foi intensamente influenciada pela vanguarda francesa, Mary Cassatt, assim como seu grande amigo Edgar Degas, tinha preferência por retratar ambientes fechados que servem como pano de fundo para os seus trabalhos que na maioria traziam as rotinas familiares, principalmente entre mães e filhos. A artista também participou ativamente das causas em defesa dos direitos das mulheres.
Considerada uma grande pintora impressionista, Mary Stevenson Cassatt nasceu em 1843, em Alleghny, Estados Unidos e faleceu aos 83 anos em Le Mesnil-Théribus, França. Sua família era de classe média alta e valorizava as viagens como parte da educação, por isso, desde cedo teve contato com culturas diferentes e aprendeu diversas línguas. Foi na Feira Internacional de Paris de 1855 que ela teve a oportunidade de conhecer importantes pintores como Ingres e Corot, e também os vanguardistas Degas e Pissarro que mais tarde estariam entre os fundadores do estilo impressionista.
Apesar de todas as dificuldades que as mulheres enfrentavam para terem acesso à educação formal em artes e pela oposição de sua família sobre a sua vontade de se tornar uma pintora profissional, Mary Cassatt se matriculou na Pennsylvania Academy of the Fine Arts, aos 15 anos. Sentindo que evoluía vagarosamente devido a todo paternalismo de colegas e professores, a jovem decidiu estudar os grandes mestres por contra própria. Em 1866, contra a vontade de seu pai, mudou-se para Paris e contratou professores da École des Beaux-Arts, uma vez que as academias de lá ainda não aceitavam mulheres. Para desenvolver sua técnica, costumava frequentar o Museu do Louvre e copiar as obras dos grandes mestres.
Em 1868, a sua tela The Mandolin Player foi selecionada pelo júri do Salão de Paris e Mary se tornou a primeira americana a expor no salão oficial. Como pode ser observada na obra, há uma forte influência da pintura clássica nos seus primeiros trabalhos. Porém os tempos estavam mudando, com Manet desafiando os paradigmas da pintura clássica e também com o movimento de artistas que estavam começando a abandonar os seus estúdios e a pintar ao ar livre.
Após ter duas de suas pinturas rejeitadas pelo salão oficial em 1877, ela foi convidada pelo amigo Edgar Degas a apresentar as suas obras para o grupo de pintores denominado impressionistas. Indentificando-se com as ideias destes artistas revolucionários, Mary abraçou a causa e juntou-se ao grupo, expondo cerca de 11 quadros na exposição de 1879. Ao lado de Degas, que passou a exercer forte influência em seus trabalhos posteriores, foi uma entre os poucos artistas a serem elogiados pela crítica, permancecendo ativamente no movimento até 1886.
O principal tema de seus quadros eram as cenas privadas e sociais das mulheres e seus filhos, retratadas com pinceladas elegantes e uma preferência por uma paleta de cores brilhantes. Entre as principais obras de Mary Cassatt estão The Cup of Tea e Menina pequena em uma poltrona azul. Desde cedo Mary se interessou pelas questões sufragistas e envolveu-se com o feminismo até mais ou menos o fim de sua vida.
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Van Gogh – entre campos, girassóis e noites estreladas
Considerado uma das figuras mais influentes da história da arte ocidental, o pintor holandês Vincent Van Gogh legou à humanidade uma vasta obra que abrange mais de dois mil trabalhos. Desenvolvida em pouco mais de uma década, sua composição artística ficou eternizada pelo uso de cores vibrantes, pinceladas dramáticas e pela presença marcante das séries de girassóis, ciprestes, campos de trigo, pomares e os seus famosos autorretratos. Embora nunca tenha ganhado notoriedade em vida, tem seu nome em destaque entre os maiores pintores da era pós-impressionista.
Vincent Willem van Gogh nasceu em 1853, em Zundert, nos Países Baixos. Era filho de Theodorus van Gogh, um pastor, e de Anna Cornelia Carbentus. Foi incentivado a desenhar desde cedo por sua mãe, mas só começou a pintar efetivamente perto dos 30 anos de idade, aconselhado por seu irmão Theo, e após tentativas frustradas de seguir carreira em outras áreas.
Os primeiros trabalhos de Van Goh, realizados por volta de 1885, foram especialmente concebidos através de uma paleta com tons terrosos e considerados sombrios demais para se encaixarem no impressionismo, por isso seu irmão chegou a alegar que eram difíceis de serem comercializados. Já nesta época Van Gogh demonstrou interesse em pintar naturezas mortas e a retratar a vida no campo.
No ano seguinte, o artista holandês passou a incorporar cores mais vivas aos seus trabalhos, optando por carmim, azul cobalto e verde esmeralda. Nesta época também adquiriu xilogravuras ukiyo-e japonesas que serviram como inspiração para os seus trabalhos posteriores.
Uma vez estabelecido em Paris junto a Theo, Van Gogh começou a fazer uso de uma paleta mais brilhante e pinceladas mais fortes que ditariam o tom de suas produções dali para frente. Após mudar-se para Asnières, em 1887, Van Gogn conheceu Paul Signac e a técnica do pontilhismo, adotando elementos deste estilo em suas obras. Também foi nesta ocasião que se tornou amigo do artista pós-impressionista Paul Gauguin.
Em 1888 Van Gogh foi para Arles e ali viveu o auge de sua produção artística. Apaixonado pelas cores e luminosidade da pequena aldeia, criou as mais célebres de suas obras. Nesta fase de sua carreira passou a dar destaque para o uso do amarelo, além de azul ultramarino e malva.
Suas pinceladas ganharam toques mais ousados e o artista chegou ao auge da sua técnica de pintura, utilizando-se de grandes quantidades de tinta que provocavam um relevo na tela, características que se tornaram marcantes e inconfundíveis em seus quadros. Concebeu algumas séries de quadros com ênfase nos girassóis, ciprestes, campos de trigos e os autorretratos que serviam como uma espécie de registro do estado mental do artista no momento de criação de cada tela.
Entre as principais obras de Van Gogh destacam-se Os Comedores de Batatas, Quarto em Arles, Doze Girassóis em uma jarra, Noite Estrelada e Retrato do Dr. Gachet. Apesar da quantidade impressionante de trabalhos que criou, Van Gogh faleceu com apenas 37 anos de idade, após não resistir aos ferimentos de bala provocados pelo disparo que o artista deu em seu próprio peito.
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Paul Gauguin – A singularidade do Pós-Impressionismo
Com um estilo artístico considerado difícil de ser classificado, o pintor francês Paul Gauguin escreveu o seu nome na história da arte ao lado de personalidades importantes do pós-impressionismo como Van Gogh e Paul
Cézanne. A vida do artista foi marcada por viagens e contato com culturas exóticas que propiciaram o desenvolvimento de um trabalho ousado e único. Não à toa, teve diversos seguidores e influenciou a criação de um grupo denominado Les Nablis que tinha a pintura não apenas como expressão artística, mas também como filosofia de vida.
Filho de um jornalista francês e de uma escritora peruana, Eugène-Henri-Paul Gauguin nasceu em Paris em 1848 e faleceu nas Ilhas Marquesas em 1903. Apesar de ter nascido na França, morou até os sete anos em Lima no Peru com a mãe e a irmã – o pai havia falecido durante a viagem de navio que os levou ao país latino-americano onde o jornalista pretendia trabalhar. Em 1855, Gauguin e a família retornaram para o seu país de origem e cerca de 10 anos depois, o jovem ingressou na marinha mercante.
Desenvolveu uma vida bem-sucedida como corretor e tinha a pintura apenas como um hobby de fim de semana. Porém tudo mudou com a quebra da Bolsa de Paris, época em que decidiu viver exclusivamente de sua arte, influenciado pela amizade com o pintor francês impressionista Camille Pissarro. Os anos que se seguiram a esta decisão culminaram em
um período de extrema dificuldade financeira e foram determinantes para colocar fim ao seu casamento com Mette Sophie Gad com quem teve cinco filhos.
Após deixar a ex-esposa e os filhos na Dinamarca, o artista viveu um tempo na Bretanha onde teve o contato com a vida simples do campo e também com outros artistas. A oportunidade de conhecer novas culturas surgiu em uma viagem à América Central.
Lá ele trabalhou como operário na construção do Canal do Panamá. Partiu posteriormente para Martinica que com suas paisagens exuberantes e coloridas inspirou diversas obras do artista francês. Foi nessa ocasião que ele se distanciou definitivamente da herança artística do impressionismo e buscou na arte primitiva o caminho para desenvolver o seu estilo marcante. Paul Gauguin viajou para o Taiti e a cultura exótica da região lhe rendeu trabalhos que exploram com originalidade a vida no campo, o simbolismo e a ousadia na combinação de cores. Entre as suas principais obras destacam-se o Cristo Amarelo, Jovem taitiana com uma flor, Duas mulheres na praia, De onde viemos? O que somos? Para onde vamos? e Jovens taitianas com flores de manga. Como pode ser observado na maioria dos seus trabalhos, o artista não se preocupava com a representação fiel das cores nas paisagens retratadas. Sua técnica ganha um apelo exótico e emocional, em que a cor é muitas vezes protagonista em meio a figuras estáticas, o que não agradava muito a crítica da época. Entretanto em 2015, mais de 100 anos após sua morte, o quadro Quando você casa? foi arrematado por 300 milhões de dólares por um museu do Qatar, tornando-se na ocasião a obra de arte mais cara já comercializada.
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Renoir – o mais descontraído dos impressionistas
Popular por suas telas que expressam o otimismo e o clima alegre da cidade de Paris no final do século XIX, Renoir foi um dos artistas que aderiram ao movimento impressionista após superar as influências realistas dos trabalhos de Gustave Coubert. Sua obra se caracteriza pela reprodução da intensa e movimentada vida parisiense, deixando em segundo plano as paisagens para focar na figura humana, especialmente a feminina que passa a ser retratada com uma sensualidade estilizada.
Nascido em Limoges, no ano de 1841, Pierre-Auguste Renoir era proveniente de uma família modesta que se mudou para Paris em 1844. A proximidade com o Museu do Louvre foi um dos fatores que estimularam o jovem a gostar de artes, desenvolvendo um notável talento para o desenho. Aos 13 anos, devido a difícil situação financeira, foi trabalhar em uma fábrica de porcelanas. O dono da fábrica identificou a inclinação artística do aprendiz, o que possibilitou que Renoir ingressasse na Escola de Belas Artes de Paris.
Foi no estúdio de Charles Gleyre, em 1862, que ele conheceu artistas que compartilhavam de ideias muito parecidas com as suas como Alfred Sisley, Frédéric Bazille e Claude Monet. Nesta época ele já expressava o desejo de retratar a beleza em sua arte, não necessariamente da forma que as coisas eram e sim como o pintor francês achava que deveriam ser. Participou da primeira exposição impressionista em 1874, em que expôs quatro telas. Uma delas é a famosa O Camarote, que ele conseguiu vender pouco tempo depois. Nesta obra é possível ver ainda um toque de influência da pintura clássica através dos contrastes de claro e escuro, tão comuns no Barroco.
A partir da década de 1880, Renoir passa a se distanciar um pouco das técnicas impressionistas, buscando novas inspirações na Argélia e na Itália. As obras de Rafael e do pintor neoclássico, Ingres, são ponto de partida para um novo período em sua vida artística, marcado por pinceladas mais secas e sólidas. Essa transição pode ser observada na obra Rosa e Azul – As meninas Cahen d’Anvers, de 1881.
A tela encomendada pelo banqueiro Louis Raphael Cahen d’Anvers, retrata as suas filhas Alice e Elisabeth com expressões bem distintas, mas rodeadas pelo ar da infância. No quadro de Renoir é possível observar as formas bem delineadas e arredondadas dos rostos das meninas, compostos por um pincel trabalhado de maneira firme. Em contrapartida seus vestidos ganham movimento e textura através de pinceladas curtas, pontilhados que tomam forma ao serem observados à distância e contrastam com as faixas na cintura em que a tinta é trabalhada de maneira mais larga, adquirindo o brilho tão característico do cetim.
Atualmente o quadro pertence ao acervo do Masp que entre 1948 e 1952 recebeu nove telas de diversas fases do mestre francês. Ainda no final da década de 1950, o Museu de Arte de São Paulo adquiriu mais três telas de Renoir em uma famosa expedição à Europa e Estados Unidos. Dono de uma rara coleção, o Masp apenas empresta os quadros aos mais importantes museus do mundo.
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Camille Pissarro – O mais fiel dos impressionistas
Considerado um dos líderes do movimento impressionista, Camille Pissarro foi o único artista a participar das oito exposições realizadas pelos impressionistas. Sua obra destaca-se principalmente por explorar os efeitos luminosos em paisagens ao ar livre, usar cores vivas e pinceladas suaves, além de adotar a técnica do pontilhismo em algumas telas.
Nascido Jacob Abraham Camille Pissarro, em 1830, na ilha de São Tomás nas Índias Ocidentais Dinamarquesas, com 11 anos foi enviado à Paris para estudar em um colégio interno, retornando posteriormente à Ilha de São Tomás para cuidar dos negócios da família. Desde cedo nutria uma paixão pela arte, tornando-se amigo do pintor Fritz Melbye a quem acompanhou por dois anos em uma expedição para estudar a fauna e flora venezuelana.
Partiu para Paris aos 23 anos, onde conheceu Paul Cézanne, Claude Monet e outros pintores que posteriormente seriam chamados de impressionistas. Ao lado do amigo Monet, costumava sair para pintar ao ar livre e foi um dos maiores incentivadores da primeira exposição independente que ocorreu em 1874.
Embora não seja um dos nomes mais lembrados ao se falar em Impressionismo, Camille Pissarro foi um dos poucos a seguir à risca os preceitos impressionistas. Sua obra reúne um conjunto de paisagens rurais e urbanas que exploram os efeitos da luz natural, com pinceladas soltas e visíveis, cores vivas e puras. Entre as suas obras mais famosas destacam-se Le Verger, Les châtaigniers à Osny e Place du Théâtre Français. O artista francês teve como discípulo o famoso pintor pós-impressionista Paul Gauguin.
Sua paleta cálida captava com precisão os efeitos luminosos, o que o tornou um dos mais importantes paisagistas do século XIX. Camille Pissarro faleceu aos 73 anos, em Paris.
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Michelangelo, Rafael e Da Vinci – Sanguínea, a técnica de desenho usada por grandes mestres do Renascimento
Técnica de desenho bastante utilizada no período Renascentista, a sanguínea é um material de dureza semelhante ao giz e está presente em trabalhos dos aclamados pintores Michelangelo, Leonardo e Rafael. Embora tenha caído um pouco em desuso, atualmente é comum que a técnica sanguínea seja explorada por artistas iniciantes.
A sanguínea data do Paleolítico e consiste em utilizar para desenhos uma mistura de caulim e hematita sob forma de lápis de madeira e varas que proporcionam um tom de sangue seco – de onde advém o seu nome. É encontrada também em outras tonalidades como marrom, laranja, cobre e bege. Sua aplicação é indicada em papel com textura, pois estes “seguram” mais o pigmento da sanguínea, contudo em muitos casos o uso moderado de um material fixador é indicado após a finalização do desenho.
Durante o Renascimento, a sanguínea servia como um material de transição para a pintura, sendo encontrada também em esboços e estudos de anatomia realizados por Leonardo da Vinci. O uso dessa técnica pode ser claramente observado no desenho Feto no Útero, em que Leonardo explora a sua veia científica ao mostrar um útero durante a gravidez.
Michelangelo, assim como Leonardo, também aderiu ao uso da sanguínea em seus desenhos – a maioria esboços em que ele treinava e desenvolvia as suas habilidades artísticas incansavelmente. A precisão de seus traços, pode ser conferida em Estudo para o Adão da Capela Sistina, um dos poucos trabalhos dessa espécie que foram conservados ao longo do tempo, uma vez que muitos foram queimados pelo próprio artista.
Rafael, outro famoso pintor renascentista ao usar a técnica sanguínea, se consagrou pela perfeição e suavidade de suas pinturas. Para chegar ao tão aclamado efeito de suas obras, utilizava a sanguínea para esboçar as suas telas. Um exemplo é o desenho Retrato de um Jovem que deu origem ao quadro homônimo.
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