Johannes Vermeer – o barroco holandês que destaca as cenas cotidianas

Representante do barroco holandês, Johannes Vermeer consagrou-se pelas suas pinturas de gênero que retratavam as cenas cotidianas domésticas, através de uma composição inteligente e admirável uso da luz por meio de cores brilhantes, transparentes e iluminadas. O artista viveu a chamada era de ouro da pintura holandesa e destaca-se na história da arte como um dos mais importantes pintores de seu país, ao lado de Rembrandt.

Nascido em 31 de outubro de 1632, em Delft, nos Países Baixos, Johannes Vermeer teve contato com a arte desde o berço. O pai era um comerciante do ramo artístico, o que influenciou na carreira do filho. Pouco se sabe sobre a vida pregressa do artista holandês, no entanto, algumas fontes citam que Vermeer estudou, entre 1652 e 1654, com Carel Fabritius, pintor holandês que foi aluno de Rembrandt.

Vermeer viveu em uma época de grande explosão artística e cultural, compreendida entre os anos de 1584 e 1702 e que ficou conhecida como Idade do Ouro Holandês. Neste período também ocorreu um grande desenvolvimento científico e comercial que elevou o país à categoria dos mais ricos do mundo.

Assim, o pintor holandês aproveitou para desenvolver uma arte que usava com singular habilidade o contraste entre luz e sombra tão característico da pintura barroca, especialmente de origem italiana. Porém, sua técnica se destacou principalmente pela iluminação que dava às suas pinturas, motivo pelo qual o artista ficou conhecido como “pintor da luz”.

Em suas obras mais reconhecidas, como Moça com Brinco de Pérola (1665) é possível ver como Vermeer trabalha a sua técnica de iluminação. Neste quadro, que inspirou até mesmo um filme sobre a vida do pintor e que ficou conhecido como A Monalisa do Norte, o ponto focal da pintura está no brinco usado pela moça que encara o espectador com intimidade.

O fundo escuro dá maior destaque para o semblante terno da jovem, além disso, o pintor também realçou o brilho em seus olhos e lábios. Com naturalidade, o artista ilumina as cenas cotidianas e realça a beleza dos momentos simples. Outros dos quadros mais importantes de Johannes Vermeer são A Alcoviteira (1656), A Leiteira (1658-1660), O Astrônomo (1668) e A Carta de Amor (1670).

Embora dono de uma técnica meticulosa e realista, Veermer também se situa no hall dos artistas que não obtiveram reconhecimento em vida. Assim como o pai, ele acabou entrando no ramo do comércio de obras de artes, visto que mal conseguia vender os seus próprios quadros. Morreu aos 43 anos deixando a mulher Catharina Bolenes e 11 filhos. Sua arte só foi redescoberta cerca de 200 anos depois, chamando a atenção de diversos críticos e estudiosos de arte. Contudo, atualmente apenas 32 obras são realmente reconhecidas pela autoria de Veermer, pois o pintor não costumava assiná-las.


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Rembrandt – a genialidade do barroco holandês

Rembrandt foi um dos mais importantes artistas barrocos que viveram na época de ouro dos Países Baixos. Considerado o nome mais importante da história da arte holandesa, Rembrandt destacou-se como pintor e gravador. A maioria de sua obra é composta de retratos, autorretratos e cenas bíblicas que transmitem a técnica impecável e o artista de extrema sensibilidade que ele era. Embora tenha alcançado fama em vida, que lhe proporcionou certa riqueza, o artista morreu afundado em dívidas e sua genialidade só foi reconhecida alguns séculos depois.

Oitavo filho da família encabeçada pelo moleiro Harmen Gerritszoon van Rijn, Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em 15 de julho de 1606, em Leida, Holanda. Desde muito jovem mostrava talento para a pintura. Chegou a matricular-se na Universidade de Leida e a frequentou apenas nove meses, abandonando os estudos para passar uma temporada de aprendizagem de seis meses sob a tutoria de Pieter Lastman, em Amsterdã.

Com apenas 21 anos de idade abriu um estúdio em Leida e dividiu o espaço com o amigo e também pintor Jan Lievens. No estúdio, Rembrandt passou a lecionar aulas de pintura e conseguiu criar fama como artista a partir disso. Somente aos 25 anos teve a sua primeira encomenda de um retrato do rico comerciante, Nicolaes Ruts. A partir de então, começou a ser bastante requisitado pela burguesia holandesa.

No período de apenas 1 ano ele produziu cerca de 50 retratos e sua agenda seguia lotada de pedidos de burguesas que desejam ter um retrato seu pintado pelo o artista em ascensão. Em 1634 o artista casou-se e da união resultou quatro filhos. Sua mulher, no entanto, faleceu pouco depois do último parto e de seus filhos, apenas um chegou à idade adulta.

Conforme apurava sua técnica, Rembrandt passou a ser menos procurado pela burguesia que não queria ver seus rostos retratados de maneira tão sincera e real. Começava então uma fase difícil financeiramente para o artista que viu seus bens que incluíam uma grande mansão e refinadas obras de artes serem tomadas por credores. O artista foi à falência aos 50 anos e faleceu aos 63 anos em Amsterdã.

Entre as mais famosas obras de Rembrandt estão A lição de Anatomia do Dr. Tulp (1632), A Ronda Noturna (1642), Autorretrato (1640) e Os Síndicos da Corporação de Tecelões de Amsterdã” (1661-62). Ao longo de sua vida e carreira, o pintor holandês produziu diversos autorretratos que juntos compõe uma singular biografia, mostrando não apenas a passagem de tempo e consequente envelhecimento, mas também como as tragédias pessoais afetaram seu semblante.

A maioria de seus quadros é marcada por uma forte iluminação frontal que tinha por intuito destacar exatamente o elemento principal da pintura. Rescindia de suas telas uma forte dramaticidade e um intenso realismo. Com sua técnica refinada recriou cenas religiosas, cotidianas, paisagens e temas mitológicos.


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Joshua Reynolds – as cores vigorosas do barroco inglês

Reynolds consagrou-se como um dos mais renomados retratistas britânicos. O pintor costumava frequentar ambientes requintados, onde a mais alta sociedade da época marcava presença. Sua obra, portanto, é composta por pinturas ricas que expressam todo o luxo ostentado pelas figuras da nobreza que o artista retratava. Dono de uma exímia técnica e habilidade, Joshua Reynolds influenciou as demais gerações de retratistas que o sucederam.

Foi na maior cidade do condado de Devon, a próspera Plymouth, que nasceu Joshua Reynoulds, em 16 de julho de 1723. Filho de Samuel Reynolds, um reverendo que sonhava que o filho seguisse a profissão de médico. O jovem Joshua, no entanto, se interessou desde cedo pela arte, frustrando os sonhos do pai.

Aos 17 anos, Reynolds foi para Londres em busca de concretizar o seu sonho. Tornou-se então pupilo do pintor da moda Thomas Hudson que era um grande retratista e com quem permaneceu durante quase três anos. Após esta temporada, retornou à sua cidade natal e ali passou a retratar as paisagens marinhas de Plymouth. Viajou para Itália onde estudou os grandes mestres da pintura e foi seduzido pelas composições e cores dos pintores venezianos como Ticiano.

Em 1753 estabeleceu-se em Londres e então começou a colocar em prática seu conhecimento sobre os grandes mestres. Porém suas produções adotaram um estilo independente e com pinceladas ousadas. Nos dois anos seguintes estaria empregando vários assistentes para ajuda-lo com suas crescentes encomendas de retratos. Assim como o rival Thomas Gainsborough, dominou o retrato inglês na segunda metade do século XVII e foi membro fundador da Royal Academy, além de ser eleito como o primeiro presidente da associação, também foi condecorado pelo rei George III.

É só a partir de 1760 que o estilo clássico barroco domina definitivamente as suas obras. Suas obras passam a ser exibidas na Royal Academy o que ajuda a alavancar o seu nome. Dono de grande percepção e sensibilidade, costumava expor suas aspirações pictóricas e inspirar jovens artistas nos discursos que ministrava anualmente para a Academia. Em 1784 tornou-se primeiro pintor da corte do rei George III.

Algumas de suas principais obras englobam Retrato de um eclesiástico (1756), As irmãs Waldegrave (1770-80), Retrato de Lady Cockburn com seus três filhos (1773), Retrato da Sra. Siddons (1785) e Retrato do Lord Heathfield (1787). Para alguns críticos, Joshua Reynolds era um verdadeiro acadêmico, destacando-se mais como teórico do que realizador e, de certo, nunca chegou a ser um exímio desenhista. Em seus últimos anos de vida, o artista acometido de uma cegueira começou a afastar-se dos ambientes requintados de outrora. Faleceu aos 69 anos e foi sepultado na Catedral de São Paulo, em Londres.


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Frans Hals – os admiráveis retratos no Século de Ouro dos Países Baixos

Consagrado como um dos maiores retratistas da história da arte e figura importante do Barroco europeu, o pintor neerlandês Frans Hals teve uma carreira bem sucedida e certo reconhecimento em vida, o que, no entanto, não o livrou das dívidas e dificuldades financeiras. Suas obras mais famosas são os retratos pictóricos da sociedade neerlandesa.

Foi na cidade de Antuérpia, localizada na Bélgica, que nasceu Frans Hals, entre 1580 e 1585. Estima-se que por motivos religiosos e financeiros, quando a Antuérpia foi invadida pelos espanhóis, a família de Hals se mudou para Haarlem, Holanda – cidade em que o artista permaneceu até o fim de sua vida, em 26 de agosto de 1666.

Na juventude, o artista foi discípulo de Karen Van Mander pintor flamengo maneirista, porém não seguiu os passos de seu tutor. A obra de Hals revela a preferência do artista pela luz do dia, além disso, alguns historiadores sugerem influência de Rubens e Van Dick.

De certo, os primeiros anos da vida de Frans Hals foram pouco documentados. Hals casou-se duas vezes e teve ao todo 10 filhos. Seus primeiros trabalhos conhecidos datam possivelmente de 1611, quando o artista tinha por volta de 30 anos. Mas as primeiras encomendas, contudo, só viriam a surgir alguns anos depois.

Ao longo de sua carreira, Hals desenvolveu um estilo livre de pintura que conferia vivacidade à sua obra. As cores eram distribuídas sobre a tela por meio de pinceladas consideradas rápidas e soltas. Suas composições tendiam para o naturalismo e seus retratos davam ênfase às expressões de suas personagens.

Algumas das principais obras de Frans Hals são O Cavaleiro Rindo (1624), Banquete de Oficiais da Guarda Cívica de São Jorge de Haarlem (1627), Retrato de Willem van Heythuyzen (c.1637-1639), Daniel van Aken Tocando o Violino (c.1640), As Regentes do Asilo de Velhos de Haarlem (1664). As últimas produções de Hals foram adquirindo um tom mais austero e emocional. O artista deixava evidente a sua preocupação com temas como a velhice a morte.


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Jean-Baptiste-Siméon Chardin – as cenas cotidianas no barroco francês

Chardin foi um dos mais célebres representantes do barroco francês e ganhou fama especialmente por suas representações de natureza-morta, frutos, animais e pinturas de gênero. O artista tinha verdadeiro apreço em pintar cenas burguesas com enfoque em suas vidas cotidianas, domésticas e cenas de cozinha, influência herdada dos mestres holandeses do século XVII. Seu estilo foi estudado por diversos pintores que vieram posteriormente, incluindo Cézanne e Matisse, e configura um marco importante para a arte francesa.

Jean-Baptiste-Siméon Chardin nasceu em Paris em 2 de novembro de 1699. Filho de um humilde marceneiro, Chardin foi pupilo de Pierre-Jacques Cazes, pintor de paisagens históricas e Noel-Nicolas Coypel que se dedicava a pinturas mitológicas. Em 1724 foi admitido como pintor-mestre na Academia de Saint-Luc e em 1728 foi aceito na Academia Real de Pintura e Escultura, ambas em Paris.

Com a exposição da famosa tela A Arraia (1728), Chardin conquistou notoriedade no mundo artístico. Embora tradicional, a representação de naturezas-mortas ainda era vista como um estilo de pouca significância. Contudo, Chardin conseguia atribuir importância às cenas consideradas triviais, utilizando-se de cores matizadas aplicadas sobre a tela com meticulosidade e uma habilidade digna dos grandes mestres da pintura.

Posteriormente, em 1733, o artista francês começou a incluir em seus trabalhos as cenas de gênero, ao concluir que não sobreviveria para sempre de suas naturezas-mortas. A mudança lhe garantiu dois anos depois expor suas obras no Salão do Louvre. Através de um trabalho dedicado, muitas vezes considerado lento, Chardin dava vida ao comum, retratando-o de forma honesta e direta, características que fizeram as suas telas se sobressaírem.

Outras obras importantes de Jean-Baptiste-Siméon Chardin são A governanta (1739), A lavadeira (1735), Benção (1741), Ainda vida (1760) e Uva e Romã (1763). Chardin também passou a empregar em 1770 em seus quadros a técnica de pintura em pastel, que já havia se popularizado com pintores renomados como Leonardo da Vinci. Esta fase artística de Chardin  renderam diversos retratos e autorretratos.

Chardin faleceu aos 80 anos, após uma carreira artística extensa. Ao longo dos anos suas obras foram se popularizando através da técnica de gravura, e foram difundidas e copiadas em estampas que se espalharam pela Europa. Atualmente alguns dos principais quadros do pintor francês podem ser encontrados no Museu do Louvre.


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Diego Velázquez – O Barroco espanhol

Conhecido como um dos mais importantes retratistas espanhóis e representantes do Barroco Europeu, Diego Velázquez foi o principal pintor da corte espanhola do Rei Filipe IV. Suas obras retratam membros da corte, temas religiosos, mitológicos e cenas históricas, todos concebidos com um realismo impressionante, foco nas expressões individuais e notável uso do contraste entre o claro e escuro.

Foi na região de Sevilha, em 6 de julho de 1599, que nasceu Diego Rodriguez de Silva Y Velázquez. De ascendência portuguesa, já demonstrava com apenas 10 anos de idade sua vocação para a pintura. Seu primeiro tutor artístico foi Francisco Herrera, importante pintor sevilhano e fundador da Escola de Sevilha. Pouco tempo depois foi enviado ao estúdio de Francisco Pacheco como aprendiz, onde obteve uma sólida formação teórica durante seis anos.

Em 1617 Velázquez atingiu a mais alta e importante titulação como mestre-pintor de ícones religiosos. E ainda naquele ano criou o seu próprio ateliê em sua cidade natal. No ano seguinte casou-se com Juana Pacheco, filha de Francisco Pacheco. Suas pinturas dessa época trazem principalmente temas religiosos, como é o caso de Imaculada Conceição e Adoração dos Magos, ambas obras de 1619.
Já em 1622 viajou pela primeira vez a Madri e após realizar um retrato do rei Filipe IV, conquistou o posto de pintor da câmara real. Com o ingresso na corte teve acesso ao acervo de diversas obras primas, além da oportunidade de conhecer pessoalmente, em 1629, o famoso pintor barroco Rubens e cuja obra exerceu grande influência em seu estilo. Ainda naquele ano viajou para Itália onde pode estudar as obras do Renascimento.

Entre as principais obras de Velázquez estão São João em Patmos (1619), O almoço (1620), Isabella de Bourbon (1625), Vênus ao Espelho (1647), além do quadro A Família de Felipe IV (As Meninas), que serviu de inspiração para diversos pintores décadas e décadas depois, como é o caso de Picasso que o representou em uma série de pinturas nomeada como As Meninas em 1957.

Além de famílias da nobreza espanhola, Velázquez também chegou a retratar privadamente anões e bobos da corte. Em seus retratos há um maior enfoque nas expressões faciais, além de trazer elementos do tenebrismo (técnica usada principalmente por Caravaggio) e realismo. Velázquez faleceu em 6 de agosto de 1660, na cidade de Madrid. Conquistou ao longo de sua vida diversos cargos importantes como Aposentador Real, foi condecorado com a Ordem de Santiago e viajou pela Itália como embaixador e artista espanhol.


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