As surpreendentes esculturas do Parque Vigeland em Oslo – Noruega

Oslo, a capital e maior cidade da Noruega, atrai anualmente visitantes de diversas nacionalidades. Centro econômico, governamental, científico e cultural do país, destaca-se abrigando importantes museus e galerias de arte, incluindo obras de Edvard Munch e o parque com o maior número de esculturas de um único artista do mundo: o Parque Vigeland, também conhecido como Frogner Park.

Foi na década de 1920 que Gustavo Vigeland deu início ao que seria o mais importante dos empreendimentos de sua vida artística e que o tornaria um dos artistas mais reconhecidos de seu país. Após presentear a cidade com uma fonte que foi instalada no Fogner Park, Vigeland foi contratado para conceber um grandioso projeto naquele mesmo local.

Assim, o artista norueguês se instalou em uma residência situada no parque e ali desenvolveu cerca de 192 esculturas que, com o auxílio de mais 3 assistentes, foram esculpidas em pedra e bronze e hoje estão espalhadas ao longo dos mais de 300 mil metros que constituem o Parque.

Localizado a 3km do centro de Oslo, o Frogner Park soma o impressionante número de 212 esculturas em tamanho real e um total de 758 figuras, que convidam à reflexão sobre os diferentes ciclos da vida humana, da infância à vida adulta. Nas esculturas criadas pela mente engenhosa de Gustav Vigeland é possível distinguir as complexas nuances que envolvem os relacionamentos humanos, como a maternidade, família, além da relação do homem com a morte e a fé.

Na parte central do parque está um dos destaques das obras de Gustav Vigeland: o Monólito, uma grande coluna de granito com 14 metros em que é possível divisar 121 figuras humanas entrelaçadas. A impressão que o monumento transmite ao visitante é a de que as esculturas estão escalando umas sobre as outras em direção ao céu.

Outra escultura famosa é o Sinnataggen que mostra a figura de um menino que está aparentemente tendo um acesso de raiva. É comum os visitantes tocarem na mão do garotinho, um gesto que segundo os supersticiosos, traria sorte. Devido à popularidade da estátua, a parte da mão está até desgastada.

Já na parte sul se encontra preservado o antigo ateliê de Vigeland que foi transformado no Museu Vigeland dedicado à obra do escultor norueguês. O artista também foi responsável pelo projeto arquitetônico e de jardinagem do local. Passeio imperdível ao visitar Oslo, o turista além de admirar as intrigantes estátuas, também pode aproveitar a parte recreativa do parque e atividades ao ar livre.


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A elegância e harmonia das esculturas policromáticas de Sophia Vari

Especializada em pinturas e esculturas policromáticas, Sophia Vari é uma renomada artista grega, reconhecida mundialmente. Seu trabalho também compreende colagens, pinturas em aquarela e óleo e tem como principal premissa a investigação da forma e equilíbrio. Sophia já expôs suas obras em Paris, Atenas, Florença, New York e Caracas.

Sophia Vari nasceu em 1940 na cidade de Vari, localizada ao sul de Atenas, na Grécia. Filha de pai grego e mãe húngara passou parte de sua infância na Suécia, além de estudar na Inglaterra e França. Aos 18 anos, frequentou a Escola de Belas Artes de Paris.

Sophia começou a esculpir por volta de 1960, dedicando-se à estética figurativa. Já nos anos 80, seu trabalhou evoluiu para um estilo mais abstrato com formas arredondadas que sugerem o desenho do corpo humano. As cores começaram a se destacar em suas obras a partir dos anos 1990, incorporadas à superfícies mais planas concebidas em bronze.

No seu trabalho há grande influência das culturas antigas como os Maias, Olmecas e Egípcios, além de empregar um pouco de estéticas clássicas como o Barroco. Desde o início a sua obra se caracterizou pela expressividade, movimento e sensualidade das formas criadas, como também pelo uso de tons contrastantes, especialmente preto e branco e depois azul, vermelho e amarelo. As cores são empregadas de maneira a acentuar o movimento de suas esculturas e criam uma sensação de leveza como se estivessem suspensas.

Suas criações complexas, inteligentes e desafiadoras, interagem entre si, com os espaços de exibição e com o público. As dimensões monumentais das esculturas são elaboradas por Sophia com elegância e harmonia, sempre com a preocupação de integrar o ambiente a que serão destinadas.

As obras de Sophia Vari ganharam o mundo através de exibições em importantes centros de arte e suas esculturas monumentais podem ser encontradas em diversas cidades, além disso, a artista soma em seu currículo mais de 100 exposições individuais. Atualmente a escultora grega divide-se entre Nova York, Mônica e Pietrasanta junto com o seu marido, e também artista, o colombiano Fernando Botero.


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A arquitetura moderna e surpreendente de Gaudí

Famoso arquiteto catalão, Antonio Gaudí é um dos artistas expoentes do modernismo espanhol que tomou força a partir do final do século XIX e se estendeu até os primeiros anos do século XX. Sua obra reflete um homem de grande religiosidade, detalhista e inovador, que buscava na natureza as suas fontes de inspiração, além de empregar diferentes técnicas de tratamento dos materiais utilizados em seus trabalhos. Teve 7 de suas obras tombadas pela UNESCO, além disso, o templo Sagrada Família é um dos pontos turísticos mais visitados da Espanha.

Antoni Gaudí i Cornet nasceu na província de Tarragona, situada na região da Catalunha, em 25 de junho de 1852. Oriundo de uma família humilde, Gaudí se interessou desde cedo por arquitetura. Ingressou em 1869 na Escola Superior de Arquitetura de Barcelona, entretanto levou 8 anos para concluir o curso, devido ao serviço militar, entre outras intempéries.

Os primeiros trabalhos de Gaudí refletem a influência da arquitetura gótica e do revivalismo do século XIX, movimento que buscava resgatar um pouco da tradição cultural espanhola. Outra grande influência na obra de Gaudí foi o arquiteto francês Eugene Viollet-le-Duc, que também aderiu ao revivalismo na França. Além disso, a obra de Gaudí também traz elementos da Art Nouveau caracterizada pelo estilo mais geométrico e modernista.

Apesar de ter se juntado ao Movimento Nacionalista da Catalunha durante a juventude, logo Gaudí tornou-se um homem de forte religiosidade, dedicando boa parte de sua vida e trabalho à igreja católica. Inclusive, a sua obra-prima, O Templo Expiatório da Sagrada Família, foi um projeto ao qual o arquiteto se dedicou durante os últimos 40 anos de sua vida. Gaudí, inclusive, faleceu sem ter concluído esta obra, que possui previsão de conclusão para o ano de 2026.

As obras de Gaudí se destacam pela escolha ousada de formas, texturas e cores, compondo uma unidade orgânica e que não passam despercebidos até ao olhar menos atento. Entre os projetos de maior destaque do artista catalão estão o Parque Guell, que reflete a fase mais naturalista de Gaudí, a Casa Batlló, edifício modernista que contou com a participação dos arquitetos Josep Maria Jujol e Joan Rubió i Bellversituado e a Casa Milà, edifício que aparenta ser um grande bloco de pedra e que por este motivo também é conhecido como La Pedrera.


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Yoko Ono – a força feminina no cenário artístico do século XX

Um dos nomes mais influentes do cenário artístico do século XX, a japonesa Yoko Ono é uma artista plástica vanguardista, cantora, compositora e cineasta. A artista traz à tona temas como feminismo, arte conceitual e questionamentos sobre a própria arte. Seu nome ganhou projeção mundial a partir da ligação profissional e amorosa com John Lennon e polêmicas à parte, o fato é que sua obra nunca poderia passar despercebida.

Nascida em 18 de fevereiro de 1933, em Tóquio, no Japão, Yoko Ono é a primeira filha do casal Isoko e Yeisuke Ono, ambos de linhagem abastada. Além da excelente educação que a origem rica lhe proporcionou, desde cedo Yoko teve contato com as artes, pois o pai havia sido pianista e mãe era budista e pintora clássica.

Assim, Yoko cresceu em um ambiente repleto de criatividade, onde aprendeu piano e canto. Foi alfabetizada em inglês e japonês, estudando na exclusiva escola de Gakushuin, no Japão e também na faculdade de música Sarah Lawrence, nos Estados Unidos. Yoko também foi a primeira mulher a ser admitida no curso de Filosofia em seu país natal, aos 18 anos de idade.

Entretanto, em meados de 1956, ao se formar na faculdade de música, Yoko decidiu galgar o caminho artístico sem o auxílio financeiro de sua família. Em um loft alugado em Manhattan, começa a fazer experiências sonoras ao lado do colega John Cage e do coreógrafo Mercy Cunningham. Juntos participam do grupo chamado Fluxus que passa a influenciar diversos artistas vanguardistas.

Na década de 1960 a artista japonesa começou a produzir filmes experimentais, além de explorar a arte conceitual. Em 1964 criou uma das suas performances mais famosas: Cut Piece, em que se expôs imóvel diante do público que podia usar uma tesoura para cortar de qualquer maneira pedaços da roupa da artista. Nesta obra, além de explorar a relação de confiança entre artista e expectador, Yoko propõe uma reflexão sobre a maneira como as mulheres são tratadas.

É no ano de 1966 que se dá o encontro entre o casal mais icônico da cultura pop. John Lennon se vê encantado com a produção artística de Yoko, a qual teve a oportunidade de conferir em uma exposição em Londres. Os dois então iniciam uma amizade com direito a diversas colaborações artísticas e por fim, os dois terminam seus atuais relacionamentos para viver um intenso romance.

Yoko chega a contribuir artisticamente em algumas produções dos Beatles, porém Lennon decide abandonar a banda que se desfez em meados do ano de 1970. Durante muito tempo Yoko foi apontada como o pivô da separação, fato que foi desmentido em entrevista pelo próprio Paul McCartney.

Após a trágica morte de Lennon em 1980, Yoko viveu alguns anos reclusa, porém voltou a dedicar-se especialmente à música nos anos 1990 e 2000. Em 1917, o Instituto Tomie Otake reuniu obras do início da carreira de Yoko Ono na Exposição “O Céu Ainda é Azul, Você sabe…”. Trazendo produções interativas, a exposição propunha uma reflexão sobre temas críticos como também levar o público a participar e não apenas observar as obras.

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Lygia Clark – as obras interativas de uma “não artista”

Com uma arte atemporal e que foge de classificações, a artista plástica Lygia Clark conquistou um lugar de destaque no cenário artístico brasileiro. Sua obra não é algo estático, pelo contrário, transmite ao expectador um mundo de possibilidades e de transformação.

Lygia Clark é o pseudônimo de Lygia Pimentel Lins, nascida em 23 de outubro de 1920, em Belo Horizonte. Proveniente de uma família tradicional de juristas, era a terceira dos quatro filhos de Jair Pereira Lins e Ruth Mendes Pimentel.

Lygia iniciou os seus estudos em artes quando já estava com 27 anos, casada e mãe de três filhos. Tornou-se então aprendiz e aluna de Roberto Burle Marx. Já aos 30 anos, viajou para Paris, onde estudou com Arpad Szènes, Dobrinsky e Léger. Dois anos depois, realizou a sua primeira exposição individual no Institut Endoplastique. De volta ao Brasil, expôs no Ministério da Educação e Cultura.

Em 1954 participou da criação do Grupo Frente, marco histórico do movimento construtivo brasileiro, dedicando-se ao estudo do espaço e da materialidade do ritmo. Ainda naquele ano participou da Bienal de Veneza com a série Composições. Lygia também trabalhou com instalações e body art, além de dedicar-se a pesquisas da linha orgânica.

O preto e branco é incorporado aos seus trabalhos entre 1957 e 1959, utilizando para isto placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada com pistola.

Assim, em 1959 assinou o Manifesto Neoconcreto em parceria com Amílcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis. Propõs uma ruptura com os suportes tradicionais na pintura. Na década de 1960 utiliza em suas criações materiais como metal e borracha, abandonando a dureza de materiais como a madeira.

Lygia encarava a arte como terapia e por este motivo se intitulava como “não artista”. Pregava fortemente a desmistificação da arte e do artista, cabendo ao expectador uma espécie de partilha na criação da obra. A psicanálise também foi elemento de grande influência para a obra de Lygia.

A artista levou tinta às molduras de alguns de seus quadros com o intuito de quebrar paradigmas. A proposta pode ser observada, por exemplo, na obra Unidades de 1959. Entre os anos de 1960 e 1964 cria a obra Bichos, em que propõe a participação do público. Lygia elaborou diversas esculturas de bichos em alumínios que o expectador poderia manipular e descobrir seus formatos. Por este trabalho, em 1961, a artista recebeu o prêmio de melhor escultora na Bienal Internacional de São Paulo.

Destacam-se também entre as principais produções de Lygia Clark, Obra Mole (1964), Nostalgia do Corpo: Diálogo (1968) e Babá Antropofágica (1973). Estes exemplos se caracterizam pela exploração sensorial do púbico, uso de diversas matérias-primas como metal, madeira e borracha, compondo objetos tridimensionais. A artista faleceu em 25 de abril de 1988, no Rio de Janeiro.

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