Gênero importante na história da arte, o retrato na pintura era utilizado pelas academias e escolas de artes como uma maneira de desenvolver as habilidades e técnicas artísticas. O gênero evoluiu conforme surgiam os movimentos e estilos artísticos ao longo dos séculos, desta forma, artistas renomados e de diversas gerações se destacaram utilizando o recurso em suas pinturas.
O retrato pictórico, por definição, é a representação de um sujeito, seja por observação, memória ou fotografia através da pintura. Acredita-se que suas raízes advêm do período pré-histórico. Do Egito Antigo sobreviveram registros de representações de divindades e governantes, a maioria de perfil, gravados sobre pedra, argila, gesso, entre outros materiais rígidos. Já as primeiras pinturas remontam da China de 1000 a. C., porém, não se conservaram trabalhos da época.
É por volta de 1300 que o gênero ganha força, ao ser utilizado para representação de personagens bíblicos, em obras como as de Giotto. No século XV, o pintor flamengo Jan Van Eyck desenvolve a técnica de pintar retratos com tinta a óleo, no lugar da têmpera que foi amplamente utilizada no século anterior. Destaca-se desse período a obra O casal Arnolfini, de Eyck.
No Renascimento o retrato se projetou através das encomendas que eram realizadas por famílias da nobreza e do alto escalão social, como uma forma de eternizar ou presentear a figura retratada, tornando-se um verdadeiro objeto de status. Desta época, destacam-se retratistas como Lorenzo Lotto e Botticelli, na Itália. Outros grandes mestres da pintura também se dedicaram ao retrato como Leonardo, Michelangelo e Rafael. A Mona Lisa, de Leonardo, por exemplo, é um dos retratos que elevaram as técnicas de pintura do gênero.
Conforme os movimentos estéticos e as técnicas artísticas evoluíam, era esperado que o retratista conseguisse copiar a essência do retratado em sua tela. No renascimento, passa-se a utilizar as expressões faciais na pintura para caracterização das diferentes emoções. Ticiano, por sua vez, propõe o retrato psicológico, ampliando as possibilidades de poses. Já nos séculos XVI e XVII, período Barroco e Rococó, nomes como os de Rubens e Van Dick dão continuidade ao estilo, e nos séculos XVIII e XIX, destacam-se os pintores franceses Jacques-Louis David e Jean Auguste Dominique Ingres. Goya, na Espanha, dedica-se dar um tom ousado e provocativo ao retrato com suas majas.
Os impressionistas, como Renoir, Degas e Monet dão novas nuances e cores ao estilo, servindo como porta de entrada para os trabalhos de Gauguin e Van Gogh. No século XX, o advento da fotografia ajudou os artistas na composição de seus retratos, principalmente numa reprodução mais fiel da figura retratada. Porém foi neste mesmo século que o gênero declinou na arte, por volta dos anos 40 e 50, ressurgindo com certa força nas produções dos ingleses Lucian Freud e Francis Bacon, nos anos 60 e 70. Artistas contemporâneos como Andy Warhol, Alex Katz e Chuck Close, também chegaram a explorar o retrato em suas obras, com novas técnicas, cores e interpretações.
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