Maria Werneck de Castro – a ilustração botânica brasileira na segunda metade do século XX

Além de importante ilustradora científica, Maria Werneck de Castro desenvolveu um papel ativo na preservação do meio ambiente e principalmente da flora e fauna brasileira. Suas ilustrações ficaram conhecidas pela riqueza de detalhes e a qualidade técnica e artística com a qual eram concebidas.

Maria Werneck de Castro nasceu na cidade de Vassouras no Rio de Janeiro, porém dos 10 aos 20 anos residiu em Blumenau, onde teve a oportunidade de aprender a técnica do crayon contè com a professora Alice Werner. Com 30 anos e morando novamente no Rio, Maria Werneck foi trabalhar na Caixa Econômica.

Em 1940 foi convidada por uma amiga médica a fazer ilustrações patológicas, em que documentava o passo a passo das incisões a que assistia. Ali ela já mostrava um rigor técnico que surpreendiam, por isso, foi convidada a participar da criação de Brasília, a nova capital brasileira.

Já na casa dos 50 anos, Maria Werneck começou a se dedicar à ilustração botânica. O trabalho fez despertar como nunca o desejo de denunciar o desmatamento e lutar pela preservação ambiental e da biodiversidade brasileira, tornando-a uma das mais potentes vozes nesta causa.

Por este motivo, Maria Werneck especializou-se em retratar espécies em extinção com precisão técnica e detalhes muito fiéis captados com o auxílio de lápis, papel e finalizados em aquarela. Seu trabalho ganhou notoriedade internacional, tendo alguns de seus desenhos expostos Hunt Botanical Library, adquiridos pela Carnegie Mellon University de Pistsburgh, na Pensilvânia. Posteriormente teve a oportunidade de expor seu trabalho no Japão e na África do Sul.

Maria Werneck dedicou-se à ilustração botânica por três décadas nas quais conseguiu reunir um trabalho extraordinário que retrata as riquezas naturais brasileiras ameaçadas de extinção. A artista faleceu em 12 de março de 2000, no Rio de Janeiro, legando um trabalho de grande importância para o país e para o mundo.


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Etienne Demonte – a beleza e precisão das ilustrações científicas

Um dos mais famosos pintores naturalistas do mundo, o brasileiro Etienne Demonte foi um especialista em ilustração científica e ganhou projeção mundial através da exposição de sua obra em importantes centros culturais. Seu trabalho, inspirado na fauna e flora brasileira, retrata de maneira realista e minuciosa detalhes que até mesmo uma fotografia não poderia captar.

Etienne Demonte nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, em 20 de junho de 1931 e faleceu em maio de 2004. Descendente de europeus, desde criança foi um contemplador da natureza por influência de seu pai que o ensinou a gostar e respeitar a natureza. Os passeios ecológicos eram parte da rotina da família Demonte e inspirou o futuro artista a desenhar os animais que observava.

Embora tenha se dedicado bastante às aulas de desenho na juventude, Demonte perdeu a visão de um dos olhos em decorrência de uma complicação após um acidente durante um jogo de futebol de praia, motivo que o levou a parar de estudar. Começou então a trabalhar com máquinas de contabilidade na IBM e trabalhou durante nove anos no ramo de seguro.

Cansado daquela rotina, Demonte decidiu seguir a sua paixão pela arte. Juntou os desenhos que havia acumulado ao longo dos anos e que até então não passavam de um hobby e saiu a procura de editores. Foi admitido na editora Delta e ali começou a pintar profissionalmente. Seus primeiros trabalhos na área foram vinhetas para enciclopédias, o que lhe proporcionou o contato com muitos cientistas e desta maneira o artista foi introduzido no ramo da ilustração científica.

Demonte especializou-se inicialmente em aves e paleontologia, desenvolvendo-se em ornitofauna. A primeira exposição de seu trabalho em meados de 1967 foi um sucesso e lhe rendeu bastante divulgação e venda de quadros. O mesmo aconteceu nas exposições seguintes e após uma dessas mostras, o artista recebeu a encomenda de 40 quadros de aves. Algum tempo depois desenvolveu trabalhos para a empresa Franklin Mint Corporation, da Pensilvânia, Filadélfia, e assim o seu trabalho ganhou dimensão internacional. Além de diversas encomendas de colecionadores particulares.

Para a execução de seu trabalho, Demonde usava principalmente aquarela e guache e muito raramente óleo ou acrílico para reproduzir de maneira mais fiel texturas e cores da natureza. O tempo para conceber uma prancha podia variar de acordo com a complexidade do trabalho, porém ficava em torno de 10 a 15 dias. Após dias de observação de uma ave em seu ambiente natural, levava as suas anotações e rascunhos para o seu ateliê, onde podia utilizar tanto a luz interna quanto externa. Com o auxílio de uma lupa, conseguia retratar os mais minuciosos detalhes.

Além das diversas exposições nacionais e internacionais, o trabalho de Desmonde foi eternizado em um documentário de 1986 feito pela National Geographie que acompanhou o pintor naturalista e sua equipe em uma expedição no Sudoeste da Bahia. Suas obras podem ser encontradas em instituições e coleções particulares de diversos países como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e Japão.


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