Berthe Morisot – a dama impressionista

No auge do Impressionismo em Paris, a pintora francesa Berthe Morisot, ganhou destaque como uma das poucas mulheres a participarem ativamente do movimento. A artista esteve presente nas primeiras exposições que ajudaram a divulgar as obras dos pintores impressionistas, e foi reconhecida principalmente por trabalhos que exploravam cenas familiares com um foco especial na maternidade, tendo muitas vezes as paisagens ao ar livre como pano de fundo.

Berthe Marie Pauline Morisot nasceu em uma influente família, em 1841, na comuna francesa de Bourges e tinha duas irmãs e um irmão mais novo. Assim como em outras famílias da região, as irmãs Morisot desde cedo foram educadas em artes, porém sempre através de aulas particulares, uma vez que na época as mulheres não podiam frequentar as grandes academias de artes. Aos 16 anos, Berthe Morisot começou a frequentar o Museu do Louvre e ali passou a observar e a copiar as obras dos grandes mestres.

Em 1860 começou a explorar a pintura ao ar livre, influenciada pelo amigo e artista realista francês Camille Corot, que conheceu no Museu do Louvre e costumava pintar paisagens. Berthe tornou-se amiga também do pintor Édouard Manet e casou-se com o irmão dele, Éugene Manet. Aos 23 anos, a artista já tinha obras expostas no Salão de Paris, honra que lhe rendeu críticas entusiasmadas desde as suas primeiras obras, o que tornou presença constante no salão oficial.

A sua proximidade com Manet serviu como porta de entrada para o grupo de pintores impressionistas e ela passou a expor as suas obras nas exposições independentes do movimento desde 1874. Utilizando-se das principais técnicas impressionistas como as pinceladas soltas e curtas, a pintora oferecia uma visão nova e contemporânea para as suas composições artísticas. Ao contrário da colega Mary Cassatt que também explorava em suas telas as rotinas familiares, porém de maneira mais privada e em ambientes fechados, Berthe Morisot tinha preferência pelas cenas domésticas que se desenrolavam ao ar livre.

Considerada como uma das mais importantes figuras femininas do movimento impressionista, Berthe tinha o poder de retratar as complexidades humanas através de seus quadros. Entre as principais obras de Berthe Morisot estão as aclamadas O berço e No Jardim de Maurecourt. Na exposição impressionista de 1880, foi uma das artistas mais elogiadas, e em exposições anteriores foi nomeada por um crítico do Le Temps como a “verdadeira impressionista do grupo”. Berthe faleceu em 1895, em Paris, vitima de uma pneumonia.

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Renoir – o mais descontraído dos impressionistas

Popular por suas telas que expressam o otimismo e o clima alegre da cidade de Paris no final do século XIX, Renoir foi um dos artistas que aderiram ao movimento impressionista após superar as influências realistas dos trabalhos de Gustave Coubert. Sua obra se caracteriza pela reprodução da intensa e movimentada vida parisiense, deixando em segundo plano as paisagens para focar na figura humana, especialmente a feminina que passa a ser retratada com uma sensualidade estilizada.

Nascido em Limoges, no ano de 1841, Pierre-Auguste Renoir era proveniente de uma família modesta que se mudou para Paris em 1844. A proximidade com o Museu do Louvre foi um dos fatores que estimularam o jovem a gostar de artes, desenvolvendo um notável talento para o desenho. Aos 13 anos, devido a difícil situação financeira, foi trabalhar em uma fábrica de porcelanas. O dono da fábrica identificou a inclinação artística do aprendiz, o que possibilitou que Renoir ingressasse na Escola de Belas Artes de Paris.

Foi no estúdio de Charles Gleyre, em 1862, que ele conheceu artistas que compartilhavam de ideias muito parecidas com as suas como Alfred Sisley, Frédéric Bazille e Claude Monet. Nesta época ele já expressava o desejo de retratar a beleza em sua arte, não necessariamente da forma que as coisas eram e sim como o pintor francês achava que deveriam ser. Participou da primeira exposição impressionista em 1874, em que expôs quatro telas. Uma delas é a famosa O Camarote, que ele conseguiu vender pouco tempo depois. Nesta obra é possível ver ainda um toque de influência da pintura clássica através dos contrastes de claro e escuro, tão comuns no Barroco.

A partir da década de 1880, Renoir passa a se distanciar um pouco das técnicas impressionistas, buscando novas inspirações na Argélia e na Itália. As obras de Rafael e do pintor neoclássico, Ingres, são ponto de partida para um novo período em sua vida artística, marcado por pinceladas mais secas e sólidas. Essa transição pode ser observada na obra Rosa e Azul – As meninas Cahen d’Anvers, de 1881.

A tela encomendada pelo banqueiro Louis Raphael Cahen d’Anvers, retrata as suas filhas Alice e Elisabeth com expressões bem distintas, mas rodeadas pelo ar da infância. No quadro de Renoir é possível observar as formas bem delineadas e arredondadas dos rostos das meninas, compostos por um pincel trabalhado de maneira firme. Em contrapartida seus vestidos ganham movimento e textura através de pinceladas curtas, pontilhados que tomam forma ao serem observados à distância e contrastam com as faixas na cintura em que a tinta é trabalhada de maneira mais larga, adquirindo o brilho tão característico do cetim.

Atualmente o quadro pertence ao acervo do Masp que entre 1948 e 1952 recebeu nove telas de diversas fases do mestre francês. Ainda no final da década de 1950, o Museu de Arte de São Paulo adquiriu mais três telas de Renoir em uma famosa expedição à Europa e Estados Unidos. Dono de uma rara coleção, o Masp apenas empresta os quadros aos mais importantes museus do mundo.

 

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Edgar Degas – A valorização da luz em interiores na pintura impressionista

Nome de destaque do movimento impressionista, o artista francês Edgar Degas, ao contrário dos seus colegas, pintava poucas paisagens ao ar livre. Ficou conhecido especialmente por suas telas que retratam bailarinas, a vida doméstica parisiense, além de uma escolha de paletas de cores que na época eram consideradas discordantes.

Edgar Hilaire Germain Degas nasceu em Paris em 1934 e destacou-se como pintor, gravurista, escultor e filósofo francês. Filho do rico banqueiro Auguste Degas, sua origem abastada teve grande influência sobre as suas preferências artísticas. Após concluir os estudos no Liceu Louis-le-Grand, aos vinte anos, ingressou no ateliê de Louis Lamothe, onde conheceu Ingres, pintor que o aconselhou a valorizar o desenho e não somente a cor. Por exigência de seu pai, chegou a cursar dois anos do curso de Direito, porém não se dedicou aos estudos.

Viveu por cerca de três anos na Itália, onde teve a oportunidade de conhecer e copiar as obras dos grandes mestres do Renascimento, como Leonardo, Rafael e Michelangelo. Nesta ocasião ele iniciou uma das suas obras de renome: Retrato da Família Bellelli, concluída em 1860.

De volta à Paris, conheceu Édouard Manet, responsável por aproximá-lo do grupo de artistas que posteriormente seria chamado de impressionistas. Apesar de ter participado da primeira exposição impressionista, em 1874, Degas relutava em se enquadrar ao movimento e também divergia bastante dos outros pintores. Se por um lado os pintores impressionistas saiam ao ar livre para conceber as suas obras, Degas tinha clara preferência em pintar em estúdio, explorando com criatividade os efeitos da iluminação em interiores. Além disso, a conclusão de cada tela exigia diversos croquis e esboços, o que resultava em obras quase fotográficas.

Destacam-se em suas obras a figura feminina, as cenas de ballet, o cotidiano doméstico e a vida noturna parisiense em que o pintor francês reúne um apanhado de influências que não se conectam entre si e o distanciam cada vez mais do impressionismo. Seus hábitos reclusos também refletiam as suas produções artísticas, consideradas sob alguns aspectos bastante conservadoras.

Entre as suas principais obras estão A Aula de Dança, Depois do Banho, Mulheres Passando Roupa, Os jovens espartanos, além da escultura Pequena Bailarina de catorze anos, trabalho que chocou a sociedade parisiense e inovou por seu um dos primeiros a trazer uma escultura trajando roupas de verdade. Atualmente a escultura faz parte do acervo do MASP, em São Paulo.

Em seus últimos anos de vida, Degas perdeu a visão progressivamente, passando a viver isolado e tornando-se uma pessoa de difícil convivência. Faleceu na cidade de Paris, em 1917.

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Édouard Manet – Arte inovadora com toques de realismo e impressionismo

Considerado uma das figuras artísticas mais importantes do século XIX, Manet dedicou-se a trazer para as suas obras técnicas e temas que desafiavam o conservadorismo de sua época. Dono de um estilo marcante, o pintor francês foi responsável por influenciar diversos artistas, principalmente o grupo de pintores que iniciou o movimento impressionista.

Nascido em 1832, em Paris, Édouard Manet descendia de uma família da alta burguesia francesa. Seu pai, Auguste Manet, um funcionário de alto escalão do Ministério da Justiça queria que ele seguisse carreira em Direito, mas por influência de seu tio materno, Edouard Fornier, interessou-se por arte desde cedo. Sua fracassada experiência na vida acadêmica fez com que buscasse também uma malfadada tentativa de entrar na Escola Naval. Após este episódio conseguiu apoio para estudar no ateliê do pintor Thomas Couture. Dedicou-se então a aprender as técnicas acadêmicas da pintura, como também a copiar os grandes mestres expostos no Museu do Louvre. Algumas viagens pela Europa também lhe forneceram a base para conhecer outros pintores e desenvolver as suas habilidades artísticas.

A natureza sociável de Manet fizera com que ele fosse bem aceito no círculo de intelectuais parisiense. Suas primeiras obras seguiam as normas clássicas da pintura, porém tudo mudou em 1863 quando apresentou para o Salão dos Artistas Franceses o quadro Almoço na Relva.

A obra, que foi exposta no Salão dos Recusados, marcou a ruptura de Manet com a pintura clássica e também causou um grande alvoroço na sociedade parisiense devido a sua composição considerada vulgar, pois até então os nus eram representados de maneira idealizada e não realista como Manet propunha. Contudo o quadro foi de extrema importância para o desenvolvimento da arte moderna. A luminosidade nunca antes explorada daquela maneira, foi considerada como precursora do movimento impressionista.

No ano de 1865, Édouard Manet provocou um escândalo maior ainda ao expor a obra Olympia em que retrata uma jovem prostituta nua. A partir de então, seus trabalhos foram marcados por uma série de recusas pelo salão oficial, obrigando-o a fazer a sua própria exposição.

Apenas em 1881 o seu trabalho passou a ser compreendido e bem aceito, ganhando o direito de participar do salão oficial sem sequer um julgamento prévio. Entretanto, Manet faleceu em 1883, em Paris.

 

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