Mário Zavagli – aquarelas e a busca pela conservação das paisagens históricas

Pintor, aquarelista e professor de artes plásticas, o brasileiro Mario Zavagli é conhecido por retratar paisagens naturais e urbanas que encantam e impressionam na riqueza de detalhes e que também estampam cartões e selos postais. O artista já realizou cerca de 30 exposições individuais e integrou mais de 200 exposições coletivas nacionais e internacionais.

Nascido em 1956, em Guaxupé, Minas Gerais, Mário Lucio Zavagli atuou como professor de pintura e desenho da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais entre os anos de 1976 e 1989. No ano de 1985 o artista mineiro foi destacado como Artista do Ano pelo Jornal do Estado de Minas Gerais. Já em 1987, além de receber o Prêmio Destaques da Arte 1986 concedido pela Cemig, também se tornou membro da Comissão de Artes Plásticas da Fundação Clóvis Salgado.

Uma das inspirações para o trabalho do aquarelista brasileiro remete ao século XIX. Nos anos que compreenderam este século eram realizadas diversas missões diplomáticas e científicas que tinham como objetivo desbravar as terras brasileiras. As expedições traziam, além de pesquisadores, desenhistas especializados na técnica de aquarela para documentar o máximo possível dos espécimes que eram encontrados na fauna e flora brasileira e apresentá-los ao velho mundo.

Com a popularização da técnica litográfica, desenvolvida por Alois Senefelder, as imagens criadas por artistas como Debret e Thomas Ender puderam ser multiplicadas e espalhadas mundo a fora. Seguindo nesse estilo, Mario Zavagli produziu algumas obras em aquarela com o tema de árvores e arbustos e que foram reproduzidas com a técnica de giclée print que representa uma evolução da litografia.

Durante três anos na década de 1980, Mário Zavagli excursionou por Belo Horizonte registrando em fotografia as particularidades da arquitetura da capital mineira. Para sua surpresa, ao retornar aos mesmos locais, estes não mais existiam. As fotografias resultaram em uma exposição realizada no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo e convidam à reflexão sobre a destruição do patrimônio histórico.

As paisagens naturais brasileiras são exploradas pelo olhar meticuloso de Zavagli na série em aquarela sobre a cidade de Diamantina. Com o nome “Morte Sorridente”, o artista mais uma vez traz a reflexão sobre o resgate do patrimônio histório que se perdeu com o passar do tempo. Assim como os naturalistas do século XIX, busca representar as características de cada cidade que visita por meio de uma construção e desconstrução pictórica muito particular do artista.

Crédito Imagens:
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