Eugène Delacroix – a revolução do romantismo francês

Delacroix é um dos nomes mais fortes e icônicos do romantismo francês. O artista costumava ousar em seus experimentos pictóricos e assim obteve fama com quadros que expressavam com intensidade as cenas de paixão e violência, tudo isso com um característico toque de sensualidade. Influenciado pelo Iluminismo, Delacroix valorizava a cor ao ar livre e isto se refletia na maneira como retratava as paisagens e o colorido das vestes dos personagens de seus quadros.

Ferdinand Victor Eugène Delacroix nasceu na comuna francesa Saint Maurice em 26 de abril de 1798. Embora de origem abastada, a infância de Delacroix foi marcada por diversos acidentes que quase lhe tiraram a vida e aos 7 anos seu pai, que ocupara importante posição no governo francês, faleceu. Já adolescente, perdeu também a mãe e foi obrigado a morar com a sua irmã mais velha. Isto, no entanto, não impediu que seus estudos fossem em importantes instituições francesas.

O artista obteve formação em música no Conservatório e em artes na Escola de Belas Artes de Paris. Desde cedo teve a oportunidade de estudar as grandes obras expostas no Museu do Louvre e também foi aprendiz no atelier do renomado pintor Pierre-Narcise Guérin. Desenvolveu uma grande amizade com o pintor Theodóre Géricault que influenciou bastante no estilo dramático e na forma como trabalhava as cores em suas pinturas. Como também foi fundamental na escolha de temas políticos e atuais.

Culto e bem relacionado na sociedade parisiense, Delacroix foi amigo íntimo do compositor Frédéric Chopin e da escritora George Sand. O que o ajudou a se tornar popular entre a vanguarda artística. Uma de suas primeiras telas, A Barca de Dante, foi inspirada na obra do escritor italiano Dante Alighieri. Foi influenciado também pelos poemas de Lord Byron e pelo estilo extravagante de Rubens.

Em 1822, Delacroix expôs A Barca de Dante no Salão de Paris que lhe rendeu tanto críticas positivas quanto negativas, mas que foram o suficiente para propagar ainda mais o seu nome no meio artístico. Dois anos depois, no mesmo Salão, expôs os horrores da guerra travada entre Turquia e Grécia em seu quadro O Massacre de Quios (1824). Já em 1827 foi a vez de mostrar a polêmica tela A morte de Sardanápalo (1827), inspirada na peça Sardanápalo, de Byron.

Contudo, foi em 1930 que Delacroix concebeu uma de suas pinturas mais famosas: A Liberdade Guiando o povo, obra que se tornou o símbolo da Revolução Francesa e foi prontamente adquirida pelo governo francês por uma quantia bastante relevante para a época.

Numa tentativa de romper com os paradigmas da pintura neoclassicista, Delacroix se empenhava em diversos experimentos para obter tons e efeitos cromáticos diversos. Assim, o artista francês costumava sobrepor cores para ampliar a vivacidade e riqueza de suas telas, além disso, deixou de lado a clássica técnica de sfumato que ditava o sombreado dos movimentos anteriores, como o renascentista. Suas inovações artísticas influenciaram os simbolistas e os impressionistas.

Delacroix teve uma produção artística intensa, somando mais de 800 pinturas, 1500 pasteis e 6 mil desenhos. É autor de outros quadros famosos como O Sultão  de Marrocos (1845) e Retrato de Frédéric Chopin (1838). Faleceu em 13 de agosto de 1863, aos 65 anos em Paris.


Acesse a galeria para admirar mais a obra de Eugène Delacroix no Pinterest: https://br.pinterest.com/thaisslaski/arte-mat%C3%A9rias-do-site/eug%C3%A8ne-delacroix/

Crédito Imagens:
https://www.wikiart.org/

Ingres – entre o Neoclassicismo e o Romantismo francês

Representante da transição do neoclassicismo para o romantismo, Ingres destacou-se como pintor e desenhista francês. Teve como mestre Jacques-Louis David, importante pintor neoclassicista da corte de Napoleão Nonaparte. Ingres tinha quase que uma obsessão pela figura feminina e ao longo de sua carreira realizou diversos estudos de nu. O artista francês também foi responsável por fazer um retrato interessante dos costumes da burguesia da época, além de trazer para as suas pinturas cenas mitológicas.

Foi na comuna francesa de Montauban que nasceu Jean-Auguste Dominique Ingres, em 29 de agosto de 1780. A mãe de Ingres tinha pouca instrução, porém o seu pai dedicava-se a diversas artes como pintura, escultura e até música e foi ele que incentivou o jovem a ingressar na vida artística.

Com seis anos, Ingres ingressou na Ecole des Frères de l’Education Chrétienne porém o estudo foi interrompido devido à eclosão da Revolução Francesa.  Por volta dos 11 anos passou a frequentar a academia de arte de Toulouse onde teve o seu primeiro contato com as obras de Rafael. Ingres também herdou o apreço de seu pai pela música, apresentando-se como violinista com apenas 14 anos no Teatro Municipal de Toulouse.

Optando em focar-se na pintura, obteve o primeiro prêmio em desenho na academia provincial e em 1796 foi para Paris onde ingressou no ateliê de Jacques-Louis David com quem estudou por quatro anos. Pelos anos seguintes ele seguiria o estilo neoclassicista de seu mestre até encontrar o seu estilo pessoal, tornando-se um pintor individualista ao preferir os temas gregos aos romanos.

Em 1801 pintou Os Emissários de Agamenon que lhe rendeu o Prêmio Roma. Neste quadro fica evidente a influência do mestre David em sua composição. No ano seguinte fez a sua estreia no Salão de Paris com uma obra que se perdeu, já em 1803 recebeu a primeira encomenda de pintar Napoleão Bonaparte.

Em 1806 expôs diversas obras no Salão de Roma que receberam críticas não muito favoráveis que lhe causaram grande indignação. Recusando-se a retornar à Paris, Ingres instalou um ateliê na Vila Medici, continuando os seus estudos e retratos. Em 1808 pintou Édipo e a Esfinge e a Banhista Valpinçon, obras que apesar da maestria dos detalhes de seus nus, também não lhe rendeu boas críticas. O mesmo se sucedeu com a obra Júpiter e Tétis (1811).

Porém mesmo com as críticas ferrenhas em cima de sua arte, Ingres continuou recebendo algumas encomendas importantes de famílias nobres italianas. O artista mudou-se para Florença em 1820 e apenas no Salão de Paris de 1824 obteve êxito ao expor suas obras e finalmente passou a ser reconhecido como pintor. Aclamado pela crítica nas décadas seguintes, Ingres recebeu diversos estudantes em seu ateliê.

Exímio desenhista, Ingres optava por usar em seus esboços lápis de grafite duro e papel liso e macio, sem fibras aparentes. Concebendo seus desenhos com modelos em sessões de 4 horas. Suas pinturas não tinham as gradações de cor e luz típicas do romantismo e, sim o uso de meios-tons e uma técnica que buscava se aproximar da realidade com toques que foram considerados por alguns estudiosos como precursores da arte moderna.  A obra de Ingres exerceu influência em artistas como Degas, Picasso, Matisse, entre outros.

Outras obras importantes do pintor são A grande odalisca (1814), A apoteose de Homero (1827), A Fonte (1856) e Madame Moitessier, sentada (1856). O artista francês faleceu aos 86 anos vítima de uma pneumonia.


Acesse a galeria para admirar mais a obra de Ingres no Pinterest:
https://br.pinterest.com/thaisslaski/arte-mat%C3%A9rias-do-site/ingres/


Crédito Imagens:

https://commons.wikimedia.org/
https://www.wikiart.org/
https://en.wikipedia.org/