Alfredo Volpi – a segunda fase do modernismo no Brasil

Conhecido principalmente por suas representações de bandeirinhas de festa junina e casarios, o pintor ítalo-brasileiro Alfredo Volpi destacou-se na segunda fase do modernismo no Brasil. Participou das três primeiras Bienais Internacionais de São Paulo, dividindo com Di Cavacalti o prêmio de Melhor Pintor Nacional de 1953.

Alfredo Volpi nasceu em 14 de abril de 1896, em Lucca, na Itália. Um ano após o seu nascimento, seus pais decidiram imigrar para o Brasil, estabelecendo-se na cidade de São Paulo. Ainda criança, Volpi estudou na Escola Profissional Masculina do Brás (atual Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas) especializada no ensino das artes e ofícios, e que tinha como principal objetivo qualificar as camadas populares para o trabalho na indústria e no comércio.

Após sua formação, o jovem Volpi começou a trabalhar como marceneiro, entalhador e encanador. Já em 1911 iniciou o ofício de pintor decorador, pintando sobre madeiras e telas. Seus principais clientes eram famílias da alta sociedade paulista e durante algum tempo ele dividiu os trabalhos com o amigo Antonio Ponce Paz, pintor e escultor espanhol. Em 1918 realizou a decoração mural do Hospital do Ipiranga, projeto que também teve a participação do pintor Alfredo Tarquínio.

Volpi participou do influente Grupo Santa Helena, que iniciou as suas atividades com os artistas Francisco Rebolo e Mario Zanini, na década de 1930. Também participa da formação do Sindicato dos Artistas Plásticos em 1936 e no ano seguinte, torna-se membro da Família Artística Paulista. Foi nessa ocasião em que realizou a sua primeira exposição individual.

As primeiras obras de Volpi são figurativas, compostas principalmente pela série de marinhas e paisagens urbanas, realizadas em Itanhaém. Uma de suas influências na época era o pintor italiano Ernesto de Fiori que recém-chegado da Itália ensina a importância dos elementos plásticos e formais na pintura, além do uso de cores vivas e foscas. Aprendizado que ajudou Volpi a se tornar um grande colorista.

Contudo, em 1950 Volpi viaja para a Europa e tem passagens por Paris e Veneza e intensifica o seu interesse por pintores pré-renascentistas. Conhece também as obras do pintor renascentista Paolo Uccello e fica maravilhado com os jogos de ilusão que criam um efeito em que a figura se projeta para frente. A obra de Volpi então evolui para um abstracionismo geométrico, destacando-se a série de bandeiras e mastros de festas juninas. Na mesma época, pinta afrescos para a Capela da Nossa de Fátima e alguns quadros com temas religiosos.

Algumas das principais obras de Alfredo Volpi são Mulata (1927), Festa de São João (1953), Grande Fachada Festiva (1950) e Sereia (1960). O artista continuou a sua produção artística até meados dos anos 1980 e é possível ver um gradual amadurecimento em seus trabalhos. Alfredo Volpi faleceu em 1988, aos 92 anos de idade, na cidade de São Paulo.

Crédito Imagens:
https://www.wikiart.org
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