Jean-Baptiste-Siméon Chardin – as cenas cotidianas no barroco francês

Chardin foi um dos mais célebres representantes do barroco francês e ganhou fama especialmente por suas representações de natureza-morta, frutos, animais e pinturas de gênero. O artista tinha verdadeiro apreço em pintar cenas burguesas com enfoque em suas vidas cotidianas, domésticas e cenas de cozinha, influência herdada dos mestres holandeses do século XVII. Seu estilo foi estudado por diversos pintores que vieram posteriormente, incluindo Cézanne e Matisse, e configura um marco importante para a arte francesa.

Jean-Baptiste-Siméon Chardin nasceu em Paris em 2 de novembro de 1699. Filho de um humilde marceneiro, Chardin foi pupilo de Pierre-Jacques Cazes, pintor de paisagens históricas e Noel-Nicolas Coypel que se dedicava a pinturas mitológicas. Em 1724 foi admitido como pintor-mestre na Academia de Saint-Luc e em 1728 foi aceito na Academia Real de Pintura e Escultura, ambas em Paris.

Com a exposição da famosa tela A Arraia (1728), Chardin conquistou notoriedade no mundo artístico. Embora tradicional, a representação de naturezas-mortas ainda era vista como um estilo de pouca significância. Contudo, Chardin conseguia atribuir importância às cenas consideradas triviais, utilizando-se de cores matizadas aplicadas sobre a tela com meticulosidade e uma habilidade digna dos grandes mestres da pintura.

Posteriormente, em 1733, o artista francês começou a incluir em seus trabalhos as cenas de gênero, ao concluir que não sobreviveria para sempre de suas naturezas-mortas. A mudança lhe garantiu dois anos depois expor suas obras no Salão do Louvre. Através de um trabalho dedicado, muitas vezes considerado lento, Chardin dava vida ao comum, retratando-o de forma honesta e direta, características que fizeram as suas telas se sobressaírem.

Outras obras importantes de Jean-Baptiste-Siméon Chardin são A governanta (1739), A lavadeira (1735), Benção (1741), Ainda vida (1760) e Uva e Romã (1763). Chardin também passou a empregar em 1770 em seus quadros a técnica de pintura em pastel, que já havia se popularizado com pintores renomados como Leonardo da Vinci. Esta fase artística de Chardin  renderam diversos retratos e autorretratos.

Chardin faleceu aos 80 anos, após uma carreira artística extensa. Ao longo dos anos suas obras foram se popularizando através da técnica de gravura, e foram difundidas e copiadas em estampas que se espalharam pela Europa. Atualmente alguns dos principais quadros do pintor francês podem ser encontrados no Museu do Louvre.


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As divertidas e cativantes ilustrações de Emily Gravett

Com um traço divertido e cativante, Emily Gravett é uma ilustradora britânica de livros infantis que conquistou por duas vezes a Medalha Kate Greenaway de melhor ilustradora, a primeira vez com o seu livro de estreia intitulado Wolves, publicação que também lhe rendeu o Prêmio Macmillan de Ilustração.

Emily Gravett nasceu em 1972 em Brighton, na Inglaterra. O pai de Emily era gravador e sua mãe professora de artes, profissões que influenciaram a jovem a seguir a carreira artística. Aos 16 anos, Emily embarcou em uma viagem que durou oito anos e que lhe permitiu percorrer o Reino Unido em um grande ônibus verde.

Ao retornar à sua cidade natal, já com 29 anos, Emily Gravett graduou-se em Artes. Em seu último ano ela inscreveu dois livros para o competitivo Prêmio Macmillan de Ilustração Infantil. Além de ser a vencedora em primeiro e segundo lugar, o prêmio lhe garantiu a publicação de Wolves (Lobos) pela Macmillan Children’s Books.

Wolves foi escrito e ilustrado por Emily Gravett. A história narra as aventuras de um coelho que vai até uma biblioteca e pega emprestado um livro sobre Lobos. Envolvido pela narrativa, o Coelho se surpreende quando um lobo de verdade rasteja para fora das páginas do livro. Wolves é um livro dentro de um livro, uma história emocionante e espirituosa, com ilustrações incríveis que vem cativando leitores há mais de uma década.

Em parceria com a aclamada escritora inglesa Julia Donaldson, Emily lançou o livro Cave Baby (Bebê da Caverna). A publicação de 2011 se passa na pré-história e traz em suas páginas um bebê destemido que passeia pela noite nas costas de um mamute. Outro livro de destaque de Emily Gravett é Orange Pear, Apple Bear, livro que brinca com as palavras de maneira criativa e instigante.

Os animais são personagens recorrentes nas ilustrações de Emily Gravett. É através deles que ela explora temas importantes para o universo infantil, como os sentimentos, as primeiras palavras, o canto e etc. Em seu processo criativo, a artista britânica diz se dedicar ao mesmo tempo à escrita e ilustrações, para tanto cultiva o hábito de captar inspirações em um caderno de desenho. Também se utiliza de colagens que digitaliza e ajusta no computador com Photoshop para conferir um toque mais realista para as suas ilustrações.

Seu trabalho geralmente é desenvolvido em seu estúdio que fica na sua casa em Brignton, onde vive com o marido, a filha e um cachorro.


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Kandinsky – pioneiro no movimento abstracionista

Pioneiro na arte abstracionista, Kandinsky foi um pintor e teórico russo que revolucionou a forma pictórica de expressão ao propor uma arte mais independente e distante da realidade visível. Suas obras compõe uma junção de cores, formas e linhas, elementos puros que não se ligam a nenhum tipo de representação, característica que marcou o abstracionismo, movimento artístico que surgiu no século XX.

Batizado como Wassily Wassilyevich Kandinsky, nasceu em 16 de dezembro de 1866 em Moscou. O contato com a arte e a música se deu após os 5 anos de idade quando ele foi morar com uma tia. Além de aprender piano e violoncelo, também teve aulas de desenho com um professor particular. Até os 30 anos, no entanto, Kandisnky vivia uma vida confortável em seu país natal, colhendo os frutos de uma bem sucedida carreira na área do Direito.

O ponto de virada para Kandinsky ocorreu em 1895, após o russo visitar uma exposição impressionista em Moscou. Enxergando ali uma arte que não se limitava apenas à imitação da natureza, no ano seguinte Kandinky decidiu recusar um cargo na Univerdade de Tartu e partir para a cidade alemã Munique com a esposa, Anya Ticheyeva, uma prima com quem se casara em 1892.

Estabelecido na Alemanha, Kandinsky dedicou tempo integral ao estudo de arte, primeiro em uma escola privada e depois na Academia de Belas Artes de Munique. Além de se formar como pintor, também adquire o título de teórico de artes. Assim ele deu início a uma vasta produção de obras, primeiramente com representações de paisagens, em que é possível distinguir influências do pontilho e fauvismo. Porém o artista foi evoluindo profissionalmente até abandonar os elementos figurativos.

Em 1901 juntou-se a outros jovens artistas e fundou a Sociedade Artística Phalanx que tinha como principal objetivo o de oposição ao conservadorismo. A partir de então conquistou alguns seguidores e alunos para os quais lecionava arte, além de publicar algumas de suas teorias sobre arte.

O abstracionismo começa a se tornar uma realidade em suas produções. Em 1910 Kandinsky publica a obra Do espiritual na Arte em que fala sobre a possibilidade de expressão sem se preocupar com a representação de objetos e outros elementos figurativos. Além disso, é notável uma grande influência da música na composição de suas pinturas.

A eclosão da Primeira Guerra Mundial o levou a retornar à Rússia em 1914 e dois anos depois o artista se estabelece na Suécia por cerca de um ano. Nos anos seguintes, de volta à Rússia, dedicou-se ao magistério e ao ativismo político, auxiliando na reforma de museus e na educação artística do país.

Em 1922, no entanto, retornou à Munique, onde lecionou na Bauhaus à convite de Walter Gropius, fundador da escola. Suas ideias que mesclam as cores com elementos da psicologia passam a ser bastante difundidas e o artista dedica-se cada vez mais ao estudo das formas e linhas, o que resulta na publicação de mais um livro teórico (Ponto e Linha sobre Plano: contribuição à analise dos elementos da pintura). Kandinsky também foi um dos Quatro Azuis, associação que era composta por Paul Klee, Lyonel Feininger e Alexej von Jawlensky.

Entre os principais quadros de Kandinsky se destacam Parque de Achityrka (1901), Composições, Improvisações e Impressões (Série realizada entre 1910-1914), No Quadrado Negro (1923) e Alan Tempéré (1944). Além dos livros teóricos, Kandinsky também compôs alguns poemas de temática abstracionista.

Após o fechamento de Bauhaus pelos nazistas em 1933, Kandinsky se estabeleceu em Paris, e embora não tenha sido um dos períodos mais favoráveis na vida do pintor russo, ele viveu na cidade francesa até o fim de sua vida, em 1944.


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Ingres – entre o Neoclassicismo e o Romantismo francês

Representante da transição do neoclassicismo para o romantismo, Ingres destacou-se como pintor e desenhista francês. Teve como mestre Jacques-Louis David, importante pintor neoclassicista da corte de Napoleão Nonaparte. Ingres tinha quase que uma obsessão pela figura feminina e ao longo de sua carreira realizou diversos estudos de nu. O artista francês também foi responsável por fazer um retrato interessante dos costumes da burguesia da época, além de trazer para as suas pinturas cenas mitológicas.

Foi na comuna francesa de Montauban que nasceu Jean-Auguste Dominique Ingres, em 29 de agosto de 1780. A mãe de Ingres tinha pouca instrução, porém o seu pai dedicava-se a diversas artes como pintura, escultura e até música e foi ele que incentivou o jovem a ingressar na vida artística.

Com seis anos, Ingres ingressou na Ecole des Frères de l’Education Chrétienne porém o estudo foi interrompido devido à eclosão da Revolução Francesa.  Por volta dos 11 anos passou a frequentar a academia de arte de Toulouse onde teve o seu primeiro contato com as obras de Rafael. Ingres também herdou o apreço de seu pai pela música, apresentando-se como violinista com apenas 14 anos no Teatro Municipal de Toulouse.

Optando em focar-se na pintura, obteve o primeiro prêmio em desenho na academia provincial e em 1796 foi para Paris onde ingressou no ateliê de Jacques-Louis David com quem estudou por quatro anos. Pelos anos seguintes ele seguiria o estilo neoclassicista de seu mestre até encontrar o seu estilo pessoal, tornando-se um pintor individualista ao preferir os temas gregos aos romanos.

Em 1801 pintou Os Emissários de Agamenon que lhe rendeu o Prêmio Roma. Neste quadro fica evidente a influência do mestre David em sua composição. No ano seguinte fez a sua estreia no Salão de Paris com uma obra que se perdeu, já em 1803 recebeu a primeira encomenda de pintar Napoleão Bonaparte.

Em 1806 expôs diversas obras no Salão de Roma que receberam críticas não muito favoráveis que lhe causaram grande indignação. Recusando-se a retornar à Paris, Ingres instalou um ateliê na Vila Medici, continuando os seus estudos e retratos. Em 1808 pintou Édipo e a Esfinge e a Banhista Valpinçon, obras que apesar da maestria dos detalhes de seus nus, também não lhe rendeu boas críticas. O mesmo se sucedeu com a obra Júpiter e Tétis (1811).

Porém mesmo com as críticas ferrenhas em cima de sua arte, Ingres continuou recebendo algumas encomendas importantes de famílias nobres italianas. O artista mudou-se para Florença em 1820 e apenas no Salão de Paris de 1824 obteve êxito ao expor suas obras e finalmente passou a ser reconhecido como pintor. Aclamado pela crítica nas décadas seguintes, Ingres recebeu diversos estudantes em seu ateliê.

Exímio desenhista, Ingres optava por usar em seus esboços lápis de grafite duro e papel liso e macio, sem fibras aparentes. Concebendo seus desenhos com modelos em sessões de 4 horas. Suas pinturas não tinham as gradações de cor e luz típicas do romantismo e, sim o uso de meios-tons e uma técnica que buscava se aproximar da realidade com toques que foram considerados por alguns estudiosos como precursores da arte moderna.  A obra de Ingres exerceu influência em artistas como Degas, Picasso, Matisse, entre outros.

Outras obras importantes do pintor são A grande odalisca (1814), A apoteose de Homero (1827), A Fonte (1856) e Madame Moitessier, sentada (1856). O artista francês faleceu aos 86 anos vítima de uma pneumonia.


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Diego Velázquez – O Barroco espanhol

Conhecido como um dos mais importantes retratistas espanhóis e representantes do Barroco Europeu, Diego Velázquez foi o principal pintor da corte espanhola do Rei Filipe IV. Suas obras retratam membros da corte, temas religiosos, mitológicos e cenas históricas, todos concebidos com um realismo impressionante, foco nas expressões individuais e notável uso do contraste entre o claro e escuro.

Foi na região de Sevilha, em 6 de julho de 1599, que nasceu Diego Rodriguez de Silva Y Velázquez. De ascendência portuguesa, já demonstrava com apenas 10 anos de idade sua vocação para a pintura. Seu primeiro tutor artístico foi Francisco Herrera, importante pintor sevilhano e fundador da Escola de Sevilha. Pouco tempo depois foi enviado ao estúdio de Francisco Pacheco como aprendiz, onde obteve uma sólida formação teórica durante seis anos.

Em 1617 Velázquez atingiu a mais alta e importante titulação como mestre-pintor de ícones religiosos. E ainda naquele ano criou o seu próprio ateliê em sua cidade natal. No ano seguinte casou-se com Juana Pacheco, filha de Francisco Pacheco. Suas pinturas dessa época trazem principalmente temas religiosos, como é o caso de Imaculada Conceição e Adoração dos Magos, ambas obras de 1619.
Já em 1622 viajou pela primeira vez a Madri e após realizar um retrato do rei Filipe IV, conquistou o posto de pintor da câmara real. Com o ingresso na corte teve acesso ao acervo de diversas obras primas, além da oportunidade de conhecer pessoalmente, em 1629, o famoso pintor barroco Rubens e cuja obra exerceu grande influência em seu estilo. Ainda naquele ano viajou para Itália onde pode estudar as obras do Renascimento.

Entre as principais obras de Velázquez estão São João em Patmos (1619), O almoço (1620), Isabella de Bourbon (1625), Vênus ao Espelho (1647), além do quadro A Família de Felipe IV (As Meninas), que serviu de inspiração para diversos pintores décadas e décadas depois, como é o caso de Picasso que o representou em uma série de pinturas nomeada como As Meninas em 1957.

Além de famílias da nobreza espanhola, Velázquez também chegou a retratar privadamente anões e bobos da corte. Em seus retratos há um maior enfoque nas expressões faciais, além de trazer elementos do tenebrismo (técnica usada principalmente por Caravaggio) e realismo. Velázquez faleceu em 6 de agosto de 1660, na cidade de Madrid. Conquistou ao longo de sua vida diversos cargos importantes como Aposentador Real, foi condecorado com a Ordem de Santiago e viajou pela Itália como embaixador e artista espanhol.


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El Bosco – as pinceladas fantasiosas de um gênio pré-renascentista

Considerado o primeiro artista fantástico, El Bosco foi um pintor holandês que viveu entre os séculos XV e XVI. O artista surpreende com uma obra repleta de simbolismos diversos e que permanece de difícil interpretação até os dias atuais. Os elementos fantasiosos de suas pinturas mesclam-se com pinceladas de um realismo surpreende para a época e acredita-se que o estilo do artista brabantino tenha influenciado, séculos mais tardes, o movimento surrealista.  

Ao longo de sua carreira, Jeroen van Aken recebeu diversos nomes. Entre os mais famosos está o pseudônimo Hieronymus Bosch e El Bosco, como o artista ficou conhecido na Espanha, país que recebeu diversas de suas obras por meio de encomendas. Nascido em 1450, em Hertogenbosch (de onde provém o seu pseudônimo), capital da província de Brabante do Norte, aproveitou a efervescência artística e política que antecedeu o movimento Renascentista. Oriundo de uma família de artistas, aprendeu o ofício da pintura desde cedo.

O casamento com uma jovem de alta estirpe permitiu que El Bosco se dedicasse exclusivamente à pintura. Não demorou a se tornar uma referência artística em seu país e fora dele, principalmente da Espanha. Pouco se sabe de sua personalidade ou trajetória pessoal, porém suas obras descrevem um artista talentoso, refinado e de grande imaginação.

A maioria de suas produções é composta por temas comuns à época como cenas de santos, além do nascimento, paixão e morte de Cristo. De outras, no entanto, saltam paisagens e figuras insólitas rodeadas por elementos de cunho religioso e fantástico e que ao longo dos séculos desafiam pesquisadores e estudiosos da arte de El Bosco que, muitas vezes, divergem ao atribuir significado isolado ou ao conjunto de sua obra.

As mais famosas de suas obras foram em realizadas em tríptico, ou seja, eram constituídas por três painéis, sendo um fixo no meio e outros dois laterais ligados ao primeiro com dobradiças ou gonzos. É o caso dos quadros O Jardim das Delícias, As Tentações de Santo Antão e o Julgamento Final. Nestas telas o artista incorpora as suas habilidades excepcionais como desenhista e colorista para dar vida aos temores, pecados e vícios humanos, que assumem o seu característico tom fantasioso. Outras obras importantes de El Bosco são a Extração da Pedra da Loucura, O Carro de Feno e O Navio dos Loucos.

Para muitos críticos, como o historiador francês Marcel Brion, as obras de El Bosco exerceram grande influência para os artistas surrealistas. Afinal, o conteúdo de sua obra assume em muitos aspectos o tom onírico e obscuro encontrados no surrealismo. No entanto, não há um consenso real sobre isto, visto que os processos criativos de El Bosco e dos surrealistas eram completamente diferentes.

O artista faleceu em 1516 e de sua obra conservam-se cerca de 40 originais espalhados no mundo em museus importantes como o Museu do Prado, em Madri e o Louvre, em Paris. É possível encontrar uma das versões de As Tentações de Santo Antão no MASP, em São Paulo, cuja obra oficial está localizada no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.


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Dionísio Baixeras – a arte naturalista catalã

Especializado em dar vida às cenas cotidianas através do óleo sobre tela, Dionísio Baixeras foi um pintor e desenhista espanhol naturalista. Obteve certo sucesso comercial devido à característica realista e minuciosa com que pintava os seus quadros. A maioria de suas produções é composta por paisagens e paisagens marítimas concebidas para ser o mais real possível e captar a essência do que se estava sendo observado.

Dionís Baixeras i Verdaguer nasceu em Barcelona, Espanha, em 23 de junho de 1862. Aos 15 anos ingressou na Escola de Belas Artes de Barcelona, onde teve a oportunidade de estudar com pintores como Augustín Rigalt, Martí Alsina e Antonio Caba.

Integrou o grupo San Lucas Art Circle, associação criada por proeminentes artistas modernistas catalães e que pregava uma prática artística em conformidade com os preceitos católicos. Em 1882 participou de uma competição para decorar o salão principal da Universidade de Barcelona, sendo que três de seus trabalhos foram escolhidos para o projeto.

Aos 24 anos Baixeras partiu de sua terra natal para uma temporada de 4 anos em Paris. Na cidade francesa, encantou-se pelo realismo camponês de Jean-François Millet e Jules Bastien-Lepage e de volta à Espanha dedicou-se em produzir pinturas de natureza histórica e alegórica. Nutria uma paixão inveterada pelos temas rurais e marinhos, sendo estes temas recorrentes em seus quadros.

Em 1886, ano em que chegou em Paris, Baixeras fez a sua estreia internacional no Salão de Paris onde exibiu a tela Barqueiros de Barcelona e que foi vendida ali mesmo para um magnata de Nova York. Além desta, outras obras famosas de Dionísio Baixeras incluem Abd al-Rahman III Recebendo o Embaixador na Corte de Córdoba e Alphonse X, o Sábio com seus Colaboradores.

O trabalho de Baixeras ganhou uma notória popularidade, o que lhe permitiu expor com frequência no Salão de Paris, em Barcelona e exposições coletivas como a Exposição Universal de Paris e Exposição Internacional de Buenos Aires. Além disso, conseguia vender muitos de seus quadros com a ajuda de Antonio Blanch. O artista catalão faleceu em 1943, em Barcelona.

 

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#026 Pintura a Óleo: Como Pintar Flores com Renoir – aula

No vídeo de hoje eu mostro como achar a paleta de cores de uma pintura que você goste, só olhando pelo computador. No começo pode parecer difícil mas com o treino irá ficando cada vez mais fácil! Experimente!

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Von Martius – Desvendando as riquezas naturais do Brasil do século XIX

Renomado médico, botânico e antropólogo, Von Martius foi também um pintor naturalista e um dos responsáveis por catalogar as riquezas naturais brasileiras à partir de uma expedição que se iniciou em 1817 e durou cerca de 3 anos. Seus estudos e descobertas, além de classificar os biomas brasileiros tal qual os conhecemos hoje, também registrou mais 22 mil espécies de plantas. Seus desenhos resultaram em importantes publicações sobre o território, cultura e costumes da sociedade brasileira do século XIX.

Carl Friedrich Philipp von Martius nasceu em 17 de abril de 1794 na cidade de Erlangen, no estado da Baviera, Alemanha. Seu pai era do ramo farmacêutico, o que influenciou na escolha de Von Martius por estudar medicina. Seu interesse por botânica emergiu ainda na faculdade, sendo tema do seu trabalho de conclusão de curso.

A amizade com o cientista e zoólogo Johann Baptist von Spix lhe permitiu ingressar na Academia de Ciências da Baviera, porta de entrada para a missão que seria a mais importante da sua vida e que o trouxe ao Brasil em uma expedição científica.

No século XIX o Brasil já despertava interesse mundial, principalmente dos países do Velho Mundo. Muito do seu território e oportunidades eram uma incógnita e as expedições com o intuito de desbravá-lo poderia colocar qualquer país em vantagem sobre os demais. Assim pensando, o Estado Bávaro uniu forças com a Áustria.

Aproveitando a comitiva que levava a arquiduquesa austríaca Leopoldina para o seu casamento com o futuro imperador brasileiro, o príncipe Pedro I, Von Spix e Von Martius embarcaram a caminho das terras brasileiras com o intuito de desvendar o máximo possível sobre as suas inexploradas riquezas. Fazia parte da expedição também o aquarelista Thomas Ender.

Encarregado da seção de botânica, Von Martius desembarcou em 15 de julho de 1817 no Rio de Janeiro onde iniciou as suas expedições, depois seguiu para São Paulo e Minas Gerais. Após desbravar a região sudeste, esteve em Goiás e Bahia, atravessando posteriormente os sertões de Pernambuco, Piauí e Maranhão, parte da viagem que se revelou absolutamente desafiadora e perigosa. Por fim, percorreram durante 8 meses a região da bacia do Rio Amazonas até alcançar a fronteira com a Colômbia.

Uma doença acometeu Von Spix, chefe de zoologia da expedição, o que fez o grupo antecipar o retorno à Alemanha. De volta ao seu país natal, em 1820, Von Martius dedicou-se em compilar seus estudos e transformá-los em valiosas publicações e que são referências até hoje sobre o Brasil. Uma destas publicações é o livro Viagem ao Brasil, concebido em conjunto com Von Spix. Porém foi Flora Brasiliensis, a obra mais importante de Von Martius e que alçou o seu nome internacionalmente. Dividida em 40 volumes, conta com 20.733 páginas escritas ao longo de 66 anos, por isso, Von Martius não viu a sua conclusão.

Martius faleceu em Munique, Alemanha, em 13 de dezembro de 1868.  Ao longo de sua vida, Von Martius somou mais de 200 publicações, onde reuniu dados não apenas sobre a vegetação brasileira, mas também sobre os seus costumes e formação da identidade nacional do Brasil. A divisão dos biomas brasileiros em Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga, Cerrado e Pampa foi proposta por Von Martius à partir de seus estudos e persiste até os dias atuais.

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