Mário Zavagli – aquarelas e a busca pela conservação das paisagens históricas

Pintor, aquarelista e professor de artes plásticas, o brasileiro Mario Zavagli é conhecido por retratar paisagens naturais e urbanas que encantam e impressionam na riqueza de detalhes e que também estampam cartões e selos postais. O artista já realizou cerca de 30 exposições individuais e integrou mais de 200 exposições coletivas nacionais e internacionais.

Nascido em 1956, em Guaxupé, Minas Gerais, Mário Lucio Zavagli atuou como professor de pintura e desenho da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais entre os anos de 1976 e 1989. No ano de 1985 o artista mineiro foi destacado como Artista do Ano pelo Jornal do Estado de Minas Gerais. Já em 1987, além de receber o Prêmio Destaques da Arte 1986 concedido pela Cemig, também se tornou membro da Comissão de Artes Plásticas da Fundação Clóvis Salgado.

Uma das inspirações para o trabalho do aquarelista brasileiro remete ao século XIX. Nos anos que compreenderam este século eram realizadas diversas missões diplomáticas e científicas que tinham como objetivo desbravar as terras brasileiras. As expedições traziam, além de pesquisadores, desenhistas especializados na técnica de aquarela para documentar o máximo possível dos espécimes que eram encontrados na fauna e flora brasileira e apresentá-los ao velho mundo.

Com a popularização da técnica litográfica, desenvolvida por Alois Senefelder, as imagens criadas por artistas como Debret e Thomas Ender puderam ser multiplicadas e espalhadas mundo a fora. Seguindo nesse estilo, Mario Zavagli produziu algumas obras em aquarela com o tema de árvores e arbustos e que foram reproduzidas com a técnica de giclée print que representa uma evolução da litografia.

Durante três anos na década de 1980, Mário Zavagli excursionou por Belo Horizonte registrando em fotografia as particularidades da arquitetura da capital mineira. Para sua surpresa, ao retornar aos mesmos locais, estes não mais existiam. As fotografias resultaram em uma exposição realizada no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo e convidam à reflexão sobre a destruição do patrimônio histórico.

As paisagens naturais brasileiras são exploradas pelo olhar meticuloso de Zavagli na série em aquarela sobre a cidade de Diamantina. Com o nome “Morte Sorridente”, o artista mais uma vez traz a reflexão sobre o resgate do patrimônio histório que se perdeu com o passar do tempo. Assim como os naturalistas do século XIX, busca representar as características de cada cidade que visita por meio de uma construção e desconstrução pictórica muito particular do artista.

Crédito Imagens:
http://centroculturalminastc.com.br
Compartilhe com seus amigos

Rafael – a busca da perfeição renascentista

Mestre do Renascimento italiano, Rafael é um dos nomes mais representativos da escola de Florença e se destacou na pintura e arquitetura com suas obras que beiram a perfeição. O artista italiano é reconhecido como um dos gênios da arte renascentista, ao lado de Michelangelo e Leonardo Da Vinci.

Muitas vezes mencionado como Rafael Sanzio, segundo nome que provavelmente se referia ao local de seu nascimento, foi batizado como Raffaelo Santi e nasceu em 6 de abril de 1463, em Urbino na Italia. A paixão pela arte veio de seu pai, homem culto e que também era pintor, embora pouco reconhecido.

Nos anos que antecederam ao nascimento de Rafael, Urbino havia se tornado um verdadeiro centro cultural, graças ao duque Federico de Montefeltro que apreciava todas as formas artísticas. O pai de Rafael, Giovanni Santi, dirigia um estúdio de pintura e assim pode ensinar o ofício ao seu filho, como também apresentá-lo às obras de Paolo        Uccello, Luca Signorerelli e Melozzo da Forti. Assim, antes dos 18 anos Rafael já havia se tornado referência artística em Urbino e requisitado para produzir algumas encomendas artísticas.

Discípulo de Pietro Perugino, Rafael aprendeu com o mestre as técnicas de afresco e pintura mural. Já em 1504 o artista italiano se muda para Siena e depois para Florença onde tem contato com os trabalhos de Leonardo Da Vince e Michelangelo. Influenciado por estes dois artistas inicia a produção de uma série de madonas. É de 1504 a obra mais famosa da primeira fase artística de Rafael O Casamento da Virgem.

Em seus trabalhos são empregadas técnicas desenvolvidas por Da Vinci, como o chiaroscuro e o sfumato, além do cuidado com os detalhes da anatomia humana, especialmente encontrado na obra de Michelangelo. O pintor também recorre em suas pinturas às referências da Antiguidade Clássica, como também da natureza.

Em 1508, Rafael muda-se para Roma e conquista a atenção da Igreja comandada à época pelo Papa Júlio II. Contratado como pintor, é incumbido de decorar diversos apartamentos do Vaticano, e não demorou a ser chamado de o Príncipe dos Pintores. É desta época uma de suas pinturas mais famosas Escola de Atenas que tem como tema a Filosofia e marca com clareza a evolução artística de Rafael.

Rafael continuou como principal pintor do Vaticano quando Leão X assumiu o posto de papa após a morte de Júlio II, contudo o artista não deixou de se dedicar à pintura, retratos, cenografias, decorações sacras, cartões para tapeçarias e projetos arquitetônicos. Em 1514 Rafael foi nomeado arquiteto do Vaticano, ficando responsável principalmente pelas obras da Basílica de São Pedro.

Artista intensamente dedicado, Rafael fez o seu nome conquistando exatamente o lugar de destaque que almejou: ao lado de Michelangelo e Da Vinci, formou a tríade do renascimento italiano. Outras de suas obras famosas são Madona e o Menino Entronados com Santos (1504), Virgem do Prado (1505-1506), A deposição (1507), A Sagrada Família Canigiani (1507-1508) e Transfiguração (1518-20), esta última ficou inacabada e foi concluída por Giulio Romano, a obra também acompanhou o cortejo fúnebre de Rafael que faleceu precocemente no mesmo dia de seu aniversário de 37 anos, acometido por uma febre.

Crédito Imagens: 
https://pt.wikipedia.org/
Compartilhe com seus amigos

Jackson Pollock – o pai do expressionismo abstrato norte-americano

Durante toda a sua vida, Jackson Pollock valorizou a espontaneidade artística. O pintor norte-americano desenvolveu a técnica do gotejamento ou dripping na pintura, que originalmente foi criada por Marx Ernst, e durante um de seus bloqueios criativos deu início ao movimento do Expressionismo Abstrato.

Batizado como Paul Jackson Pollock, nasceu em 28 de janeiro de 1912, na cidade de Cody, nos Estados Unidos. Pollock viveu grande parte da sua juventude na Califórnia, porém aos 18 anos mudou-se para Nova York onde estudou na Art Students League com o pintor regionalista Thomas Hart Benton.

Nesse viés, os primeiros experimentos artísticos de Pollock foram desenvolvidos no estilo regionalista e tinham certa influência do Surrealismo, além de inspiração nos muralistas mexicanos Diego Rivera e David Alfaro Siqueiros. Outra grande influência foi a pintura ritualística dos índios norte-americanos que viam na arte a materialização do mundo espiritual através do homem e costumavam pintar com areia e também em uma espécie de transe. Também era possível encontrar nos seus primeiros trabalhos inspirações nas obras de Picasso, Matisse e Miró.

Já em 1936 Pollock, estudou em uma oficina experimental, onde começou a fazer experiências com tinta líquida. Por isso, seus primeiros quadros abstratos foram concebidos com uma técnica de improvisação que posteriormente evoluiu para a utilização da Action painting ou pintura em ação (em tradução livre), em que o pintor registrava o seu estado emocional fazendo respingos semi-aleatórios sobre a tela.

Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial houve uma verdadeira mudança na forma de sentir e registrar a arte. Preocupados em transmitir a irracionalidade e vulnerabilidade humana e todo o sentimento que permeava aquele clima de incertezas, surgiu o Expressionismo Abstrato.

Inserido neste contexto, Jackson Pollock, precursor da arte expressionista abstrata, passou a criar os seus quadros sem a utilização de pincéis ou cavaletes, dispondo suas imensas telas sobre o chão e deixando que respingos de tinta escorressem pela superfície e a partir disto dava vida às suas obras e aos sentimentos que tinha no momento. Para criar profundidade ou outros efeitos pela tela, usava facas, colheres de pedreiro ou gravetos.

Um verdadeiro marco artístico na obra de Pollocok ocorreu quando Peggy Guggenheim, uma das colecionadoras de arte mais importantes do século XX, encomendou-lhe um trabalho. Seis meses se passaram sem que o artista sequer começasse a criar algo, até que foi pressionado por sua contratante e em apenas uma sessão de pintura venceu um severo bloqueio artístico e criou o Mural (1943-44), obra que serviu como porta de entrada para o Expressionismo Abstrato.

Entre os anos de 1947 e 1950, o artista norte-americano elaborou as suas produções mais famosas utilizando-se do dripping, destacando-se Catedral (1947), Verão: número 9A (1948), Composição (1948), Número 5 (1948), Número 1 (1950), Um: número 31 (1950).

A partir de 1951, Pollock passa a usar cores mais escuras, deixando um pouco de lado a técnica de dripping. Nesse processo, o artista tentava mesclar representações e abstrações e chegou a elaborar uma série de obras pintadas em preto e branco.

Jackson Pollock recebeu bastante reconhecimento e notoriedade ainda em vida, porém seu temperamento inconstante lhe rendeu um vício em álcool e dificuldades no casamento com a também artista, Lee Krasner. Pollock faleceu prematuramente, aos 44 anos, em um acidente de automóvel provocado por dirigir alcoolizado.

Créditos imagens:
https://www.wikiart.org/
Compartilhe com seus amigos

Fernando Botero – arte e crítica social

Pintor e escultor, Fernando Botero é um artista figurativista colombiano reconhecido principalmente por seus trabalhos em que representa personagens volumosos e que carregam um viés de crítica à ganância humana.

Fernando Botero Ângulo nasceu em 19 de abril de 1932, em Medelín, na Colômbia. Desde cedo se interessou por arte, especialmente pelo estilo barroco que dava forma às igrejas coloniais de sua cidade e aos 15 anos começou a vender os seus primeiros desenhos. Seu primeiro emprego foi em 1948 como ilustrador do El Colombiano e ainda naquele ano realizou a sua primeira exposição coletiva.

Artista precoce, Botero realizou a sua primeira exposição individual no ano de 1951, em Bogotá. Ganhou o segundo lugar ao participar do São dos Artistas Colombianos e no ano seguinte, o artista mudou-se para a Espanha, onde frequentou a Academia de San Fernando de Madri. Erradicado na principal cidade espanhola, costumava frequentar o Museu do Prado e copiar as obras de Velásquez e Goya.

Nesta ocasião, Botero também começou a se interessar pelos temas políticos dos muralistas mexicanos, como Diego Rivera, fato que veio a influenciar as suas obras posteriores. Outra grande influência ao seu estilo veio em 1953, quando ingressou na Academia de San Marco, em Florença, e teve contato com a arte renascentista italiana.

Dois anos depois retornou para o seu país natal e realizou uma exposição na Biblioteca Nacional, além de ser nomeado professor da Escola de Belas Artes da Universidade Nacional. Foi a partir de 1955 que Fernando Botero começou a expandir a forma de suas figuras e deu início ao que seria o seu estilo único e inconfundível.

Botero partiu para os Estados Unidos em meados de 1957 e ainda naquele ano realizou a sua primeira exposição no país. Na década seguinte começou a realizar exposições em diversos lugares do mundo. Já em 1971 passou a dividir residência em Paris, Bogotá e Nova York. Foi no ano de 1973 que o artista elaborou a sua primeira escultura

Pintor obstinado, Botero traz em suas produções um compilado de influências artísticas que culminam em um resultado singular e muitas vezes polêmico. A cor em suas obras possui um papel fundamental, sendo utilizada em tons vivos que iluminam a pintura.

Os números de Botero são impressionantes. O artista possui mais de 3 mil pinturas, 200 esculturas e coleciona em seu currículo mais de 50 exposições individuais. Em suas obras mais reconhecidas, Botero revisitou importantes artistas e obras da história da arte. Assim, a Mona Lisa, de Da Vinci, ganhou formas mais arredondas, tal como o famoso O Casal Arnolfini, de Jan van Eyck. Seu traço facilmente reconhecível ganhou o nome de “boterismo”.

Atualmente, Botero mantém dois ateliês, um na Itália e outro em Mônaco. O pintor de 87 anos é um dos artistas contemporâneos mais politizados e permeia em algumas de suas produções artísticas o retrato da violência na América Latina.

Crédito Imagens:
https://www.wikiart.org/
Compartilhe com seus amigos

Alfred Sisley – as sutilezas das paisagens sob o olhar impressionista

Famoso especialmente por suas paisagens impressionistas, Alfred Sisley foi um pintor francês de ascendência britânica. Ao lado de importantes pintores como Renoir e Manet, o artista ajudou a dar voz ao Impressionismo na França do final do século XIX.

Nascido em 30 de outubro de 1839, em Paris, Alfred Sisley era filho de ingleses que haviam se erradicado na capital francesa. O pai de Sisley era diretor de uma empresa que atuava no comércio de exportação de flores artificiais para a América do Sul. Por isto, aos 18 anos, Sisley foi enviado para Londres para estudar comércio entre 1857 a 1861.

Entretanto, o jovem aproveitou a viagem para visitar diversos museus ingleses e copiar obras de artistas como Constable, Turner e Bonington. Ao regressar a Paris, foi estudar arte no ateliê de Gleyre onde conheceu Renoir, Bazille e Monet. Revolucionários, estes artistas buscavam retratar na pintura os efeitos da luz e saíam para elaborar suas obras ao ar livre, reunindo-se no bosque de Fontainebleau.

A principal influência de Sisley foi o pintor realista Jean-Baptiste Camille Corot, não à toa, suas primeiras obras eram pintadas em tom mais escuro. Posteriormente, o artista francês começou a empregar cores mais claras e vivas, concebidas com leveza e pinceladas mais livres. Assim como Camille Pissarro, foi um dos pintores que mais se dedicou às técnicas características do impressionismo, focando-se principalmente em paisagens que assumiam um tom lírico e de beleza em suas representações. Desta época, destaca-se uma série de pinturas às margens dos rios.

Entre as principais obras de Sisley estão também O canal Saint-Martin em Paris (1870), A ponte em Argenteuil (1872), Ponte no Villeneuve-la-Garenne (1872), Regata em Hampton Court (1874), Neve em Louveciennes (1875), As cheias em Port-Marly (1876), As margens do Oise (1877-78) e Neve em Véneux (1880).

Após a falência de seu pai em decorrência da guerra franco prussiana, Sisley começou a enfrentar dificuldades financeiras, uma vez que passou a viver exclusivamente de sua arte. No ano de 1874 participou da exposição independente ao Salão Oficial de Paris, porém não conseguiu vender nenhuma das cinco telas que expôs. O artista vendeu algumas de suas telas apenas na exposição que ocorreu no ano seguinte, junto com os colegas impressionistas.

Em 1877, Sisley mudou-se para a comuna francesa de Sèvres, onde registrou a aldeia em uma série de telas. O artista continuava enfrentando dificuldade de encontrar compradores para as suas obras, amargando fracassos em exposições ano após ano.

Apenas em 1890, quando participou da exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes que pode experimentar algum reconhecimento ainda em vida. Alfred Sisley faleceu em 29 de janeiro de 1899, aos 59 anos.

Crédito Imagens:

https://www.wikiart.org/

Compartilhe com seus amigos

Edvard Munch – o retrato das profundezas da alma humana

Precursor do expressionismo, Edvard Munch foi um pintor norueguês que encontrou em sua obra uma forma de dar vazão aos sentimentos de uma vida marcada por acontecimentos trágicos. Sua composição artística muitas vezes chocou a sociedade, mesmo assim, o artista alcançou ainda em vida prestígio internacional.

Edvard Munch nasceu em 12 de dezembro de 1863, em Løten na Noruega. Ainda na infância teve que conviver com diversas mortes e doenças em sua família. Perdeu a mãe, vítima de tuberculose, aos 5 anos de idade. Sua irmã mais velha faleceu aos 15 anos e outra faleceu meses após se casar, já a irmã mais nova sofria com transtornos mentais. Seu pai tinha depressão e arroubos de fanatismo religioso, por isso, a educação de Munch ficou a cargo de uma tia que o apresentou às telas e pincéis.

Munch estudou na Escola de Artes e Ofícios de Oslo, tendo como influência a arte naturalista. Já no ano de 1882, Munch exibiu alguns de seus quadros na Exposição de Outono de Oslo. Um de seus mestres à época foi Christian Krogh, influente pintor represente da arte realista norueguesa.

Contudo, entre os anos de 1885 e 1889, em viagem a Paris, teve contato com a obra pós-impressionista, especialmente de Van Gogh e Gauguin, que veio a exercer influência sobre o desenvolvimento do seu estilo artístico.

Em 1892 viu a exposição Verein Berliner Künstler, em Berlim, ser fechada uma semana após a abertura, devido ao choque que os 50 quadros expostos causaram na crítica e no público. Já no ano seguinte, Edvard Munch cria a sua obra mais famosa: O Grito (1893). O quadro tornou-se o ícone do expressionismo e traz em sua composição as principais características do movimento que tinha como objetivo mostra na tela o impacto emocional, os sentimentos e as experiências mais íntimas do artista.

A partir daquele momento, Munch realizou diversas viagens pelo continente europeu, concentrando a maior parte de sua estadia na Alemanha. No ano de 1908 passou por uma temporada em uma clínica de doentes mentais na Dinamarca, após uma crise nervosa provocada principalmente pelo alcoolismo.

Aquele ano também marcou o seu retorno definitivo à Noruega. Já em 1909 realizou uma exposição que foi sucesso de vendas. Munch ganhou ainda um concurso para decorar com painéis o salão nobre da Universidade de Oslo. O artista então passa a pintar quadros mais leves e com uma aura menos pessimista.

A popularidade de Edvard Munch atingiu o ápice, mesmo o artista tendo optado por um estilo de vida mais solitário. O artista tornou-se membro da Academia de Belas Artes em 1923 na Noruega. Entretanto em 1937, sua obra chamou a atenção dos nazistas que a consideraram degenerada e a retiraram dos museus e salões de arte da Alemanha.

Outras das obras mais notáveis de Edvard Munch são A menina doente (1885), Amor e Dor (1893), A madona (1893-94) e Entre o relógio e a cama (1940-42). Munch faleceu em 1944, na Noruega.

Crédito Imagens: 
https://www.wikiart.org/
Compartilhe com seus amigos

Candido Portinari – a cultura brasileira na pintura modernista

O retrato modernista do Brasil com seus temas sociais, culturais, religiosos folclóricos e festas populares, ganhou projeção internacional através da obra de Candido Portinari. O artista plástico brasileiro pintou ao longo da vida mais de 5 mil obras e é um dos nomes mais prestigiados do cenário artístico nacional do século XX, ganhador de diversos prêmios importantes.

Filho de imigrantes italianos, Candido Portinari nasceu na cidade de Brodowsky, interior do estado de São Paulo em 30 de dezembro de 1903. Desde cedo demostrou interesse artístico, porém sua origem humilde não permitiu que ele sequer completasse o ensino básico.

Seu primeiro contato com as artes foi por volta dos 14 anos quando trabalhou como ajudante de uma trupe de pintores e escultores italianos que passou por sua cidade natal e atuava com restauração de igrejas.

Aos 16 anos, o jovem Portinari foi para o Rio de Janeiro estudar na Escola de Belas Artes, decidido a se tornar um artista profissional. Foi ali que o artista começou a despertar interesse não apenas do corpo acadêmico como também da imprensa.

Com 20 anos de idade, Portinari já era referência dos periódicos da época que ajudavam a projetar o seu nome, além disso, o artista já havia participado de diversas exposições. O jovem pintor, já nesta ocasião, começa a demonstrar interesse pelo movimento modernista.

Em 1928, Portinari conquistou o “Prêmio de Viagem ao Estrangeiro” da Exposição Geral de Belas-Artes o que lhe possibilitou morar em Paris e outras cidades europeias. Durante os dois anos que passou viajando, teve contato com diversos movimentos e artistas como Van Dongen e Othon Friesz.

Por isso, em 1931, regressa ao Brasil com seu estilo renovado. Aos poucos as telas a óleo cedem espaço para murais e afrescos, além disso, Portinari se vê ainda mais próximo da cultura brasileira, valorizando as cores e a ideia da pintura. Assim, mais uma vez Portinari ganha destaque na imprensa brasileira.

Em 1939, expôs três telas no Pavilhão do Brasil da Feira Mundial de Nova York e no ano seguinte, sua tela Morro do Rio é comprada por Alfred Barr, diretor geral do Museu de Arte Moderna de Nova York, e exposta no MoMA.

A fama internacional veio na década de 1940. Após ter sua obra exposta no MoMA ao lado de artistas mundialmente reconhecidos, Portinari expôs individualmente no Instituto de Artes de Detroit e no MoMA.

Um artista que serviu como inspiração e exerceu influência na produção artística de Portinari foi Picasso. O artista brasileiro encantou-se pela obra Guernica, de Picasso, ao vê-la exposta no MoMA. A partir deste momento, passa a empregar mais dramaticidade ao retratar as mazelas do povo brasileiro, como pode ser observado na obra Os retirantes (1944).

A convite de Oscar Niemeyer, em 1944 suas obras são incluídas na decoração do complexo arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte. E em 1947 o artista expõe na Galerie Charpentier, em Paris. Além disso, suas obras também são expostas em salões de Buenos Aires e Montevidéu.

Já na década de 1950 recebeu medalha de ouro do Prêmio Internacional da Paz e é o nome de destaque da 1ª Bienal de São Paulo. E em 1955 é premiado com a medalha de ouro do Internacional Fine-Arts Council de Nova York, como melhor pintor do ano.

Entre as obras mais conhecidas de Portinari se destacam Serenata (1925), Mestiço (1934), Café (1935), Cana de Açúcar (1938) e O Lavrador de Café (1939). O artista faleceu em 1962 em decorrência de intoxicação provocada pelas tintas que utilizava.


Crédito Imagens:
https://www.wikiart.org/
Compartilhe com seus amigos

PASTA DE EXERCÍCIO – MARGARET MEE

Preparamos uma pasta de exercício no Pinterest para você conhecer mais das obras e movimentos artísticos que falamos nas matérias do site.
Essa aqui é a pasta de exercício do Margaret Mee:https://pin.it/xolb2tnxqlxnwh
Para ler a matéria, acesse: http://www.thaisslaski.com.br/?s=Margaret+Mee

Compartilhe com seus amigos

Carybé – um novo olhar para a cultura baiana

Famoso por seu retrato singular da cultura, arquitetura e belezas naturais baianas, além da capoeira e dos rituais afro-americanos, Carybé foi um artista versátil e se destacou como pintor, gravador, desenhista, ilustrador, escultor, muralista, pesquisador, historiador e jornalista.

Carybé é o nome artístico de Hector Julio Páride Bernabó, nascido em 7 de fevereiro de 1911 na província argentina de Lanús. Quinto filho do casal Enea Bernabó e Constantina González de Bernabó que tinham origem, respectivamente, italiana e brasileira. Como o casal costumava viajar com frequência, tiveram o filho primogênito no Brasil, as filhas Zora e Delia, no Paraguai e os caçulas Roberto e Hector, na Argentina.

Assim, aos 6 meses de vida, Hector mudou-se com a família para a Itália, onde viveu até 1919, até que embarcaram para o Brasil, devido à difícil situação pós-guerra no continente europeu.

Contudo, a vida no Brasil mostrou-se igualmente difícil, o pai de Hector demorou a conseguir emprego, por isso, a mulher teve que ensinar suas artes aos filhos para que estes pudessem ajudar no sustento da família. O jovem Hector tornou-se escoteiro do Clube de Regatas do Flamengo que costumava dar nome de peixes aos escoteiros, foi então que assumiu o nome de Carybé, pequeno peixe amazônico.

Ademais, Carybé começou a trabalhar cedo em uma farmácia, depois se tornou ajudante no ateliê de cerâmica do irmão Arnaldo Bernabó. Em 1928 iniciou os estudos na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, que frequentou por dois anos.

No ano seguinte, o irmão de Carybé, Roberto, conseguiu um contrato para fazer as decorações de carnaval dos hotéis Glória e Copacana Palace e o dinheiro que recebeu possibilitou que a família viajasse para a Argentina.

Porém, em seu país natal Carybé e a família encontraram novamente dificuldades financeiras, desta feita, por conta da crise econômica mundial. Por isso, Carybé começou a desenvolver trabalhos como desenhista publicitário, chargista e ilustrador em jornais.

Então, foi contratado pelo jornal Él Pregon que lhe permitiu viajar o mundo desenhando e escrevendo reportagens sobre cada porto que visitava. Ao desembarcar na Bahia, entretanto, recebeu a notícia de que o jornal havia falido. Encantado com a cultura baiana, Carybé se descobriu verdadeiramente pintor.

Nesse período também trabalhou como ilustrador de obras literárias, traduziu para o espanhol o livro Macunaíma de Mario de Andrade e recebeu o Primeiro Prêmio da Câmara Argentina del Libro por sua ilustração do livro Juvenília, de Miguel Cané.

Em 1950 foi morar definitivamente na Bahia, onde desenvolveu uma forte relação com as manifestações culturais locais e trouxe elementos do candomblé, capoeira e samba de roda para os seus trabalhos. Ao lado de artistas como Jenner Augusto, Mário Cravo e Genaro Carvalho teve papel fundamental na renovação das artes plásticas do estado.

Ainda na década de 1950 naturalizou-se brasileiro e também recebeu o prêmio de melhor desenhista na III Bienal de São Paulo. Já nos anos 1970 conquistou o título de honra do Candomblé, o obá de Xangô. Atualmente parte de sua obra encontra-se no Museu Afro-Brasileiro de Salvador, que abrangem 27 painéis que simbolizam os orixás baianos esculpidos em cedro.

Nesse ínterim, destacam-se entre os seus trabalhos mais expressivos o conjunto de painéis “Os povos afros”, os “Ibéricos” e “Libertadores” de 1988 que se encontram no Museu da América Latina, em São Paulo, além de murais no Aeroporto de Miami. O artista continuou em plena atividade até meados dos anos 1990. Carybé faleceu em 1997, aos 86 anos, na cidade de Salvador.

 

Crédito imagens:
https://www.escritoriodearte.com/
http://g1.globo.com/
https://acervo.oglobo.globo.com/
http://gshow.globo.com/
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/

Compartilhe com seus amigos