Técnica da Aquarela

A aquarela é uma famosa técnica de pintura que surgiu há mais de 2000 anos na China, por volta da mesma época em que foram inventados o papel e o pincel de pelo de coelho. A técnica de aquarela consiste em dissolver pigmentos em água ou suspensos no suporte e tem seu nome atrelado a figuras importantes da história da arte, mas com o tempo passou a ser um método mais difundido entre artistas iniciantes.

Albrecht Dürer, o mesmo a inventar a técnica do quadriculado, foi o responsável por perpetuar a aquarela no Ocidente, tendo restado cerca de 120 obras em que o artista do século XV empregou a técnica. Uma de suas aquarelas mais famosas é o estudo intitulado Lebre que data de 1502 e mostra toda a suavidade proporcionada pela técnica, motivo pelo qual era bastante empregada em estudos e esboços, antes de se chegar a obra final. A técnica também é bastante empregada no registro de espécimes botânicas.

Porém foi o inglês William Turner, no século XVIII que explorou a técnica ao máximo, produzindo mais de 19000 aquarelas. No quadro Erupção do Vesúvio, de 1817, mesmo utilizando-se de cores fortes, o artista explora a sutileza da aquarela criando uma paisagem impactante, cheia de movimento e luminosidade. Algumas dessas características encontradas na obra de Turner influenciaram a pintura impressionista no século seguinte.

A aquarela é popularmente comercializada em formato de pastilhas secas que têm um preço mais acessível, as aquarelas profissionais, no entanto, podem ser encontradas em bisnagas pequenas. Por se tratar de uma técnica de pintura com água, é necessário que o papel utilizado seja de gramatura mais alta, a partir de 300 g/m², e com certa rugosidade para que a tinta seja melhor absorvida, evitando que escorra de maneira indesejada sobre a superfície do papel ou que este rasgue ou enrugue. Entretanto o tipo de textura vai depender bastante do efeito que o artista deseja obter em sua obra. Ao ser diluída no papel a aquarela forma mesclas cromáticas, adquirindo novos tons e transparências, também conhecidas como veladuras. Por este motivo, explorar o verdadeiro potencial da aquarela, requer um bom treino artístico e a escolha certa dos materiais.

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Thais Slaski
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Ukiyo-e – Pinturas do mundo flutuante

Gênero da arte japonesa que emergiu entre os séculos XVII e XIX, o ukiyo significa em tradução livre “retratos de um mundo flutuante”. O estilo influenciou a cultura ocidental, inclusive os artistas do impressionismo e pós-impressionismo, como Claude Monet e Van Gogh. Apesar de ter entrado em declínio, as pinturas e gravuras ukiyo-e encantam e chamam a atenção pela leveza e delicadeza das figuras retratadas e o emprego sofisticado de técnicas de gravura japonesa.

Os artistas do ukiyo-e buscavam retratar o sentimento hedonista vivido pela classe mercante da antiga capital japonesa, Edo, região onde hoje é Tóquio. Por isso, os temas mais comuns retratados nas obras eram a beleza feminina, o teatro kabuki, os lutadores de sumô, as paisagens e cenas lendárias e folclóricas – tudo que encantava a nova burguesia que provinha da urbanização do Japão do final do século XVII.

Os procedimentos para a realização das gravuras ukiyo-e começavam com o editor que encomendava um determinado projeto a um artista que o desenhava primeiramente a tinta e em papel transparente. Após a aprovação, o desenho era transferido para uma prancha de madeira de cerejeira que era talhada até se obter as formas propostas em relevo. Em seguida a prancha era entintada e pressionada sobre papel japonês para se obter a impressão. A intensidade da pressão da prancha sobre a folha de papel poderia ser variada nas demais impressões para que se obtivesse efeitos diferentes.

As primeiras xilogravuras ukiyo-e eram monocromáticas e invariavelmente negras. As cores foram introduzidas conforme a técnica evoluiu e os xilógrafos começaram a usar diversas pranchas para registrar as diferentes cores em uma única gravura, o que ocorreu por volta da segunda metade do século XVIII. O estilo artístico passou por diferentes fases e assumiu temas característicos em cada momento. Assim como outros movimentos de destaque da história da arte, foi influenciado por questões estéticas e até mesmo políticas em cada período.

Entre os nomes mais famosos da arte japonesa ukiyo-e destaca-se o do artista Katsushika Hokusai. A sua obra A grande onda é uma das artes japonesas mais reconhecidas e reproduzidas mundialmente. A gravura faz parte de uma série intitulada “Trinta e seis vistas do monte Fuji”. Na paisagem, o monte Fuji emerge ao fundo com o cume nevado e mais à frente três barcos são levados pelo mar agitado em que uma grande e azulada onda é retratada em todo o seu esplendor. O retrato efêmero de um momento é uma das características que vieram a influenciar os artistas impressionistas.

O japonismo chegou à Paris de 1867 através de uma exposição sobre arte japonesa. Nesta ocasião os artistas que formariam o grupo de impressionistas já começavam a sua própria revolução e o rompimento com os paradigmas da arte clássica. Porém foi ainda no final do século XIX que o ukiyo-e viu o seu declínio. O Japão viveu uma rápida modernização, sofrendo forte influência da cultura ocidental e o estilo tornou-se obsoleto.

Banksy – A arte que dá voz às ruas

As ruas servem como tela de um dos artistas mais polêmicos dos últimos tempos: Banksy. Feitos em estêncil, seus trabalhos fazem um profundo questionamento social e político e rodam o mundo sendo objetos de inspiração e reflexão em diversas esferas sociais e artísticas. Além disso, suas obras estão envolvidas em uma controversa polêmica em que grandes galerias de artes as estão removendo dos muros e leiloando por preços exorbitantes.

A real identidade de Banksy é um mistério, porém acredita-se que o artista de rua tenha nascido na Inglaterra por volta do ano de 1974 e vivenciado a popularização do grafite nos anos 1980, há também quem atribua o seu trabalho a um grupo de artistas. Mistérios à parte, o fato é que a partir de 1993 suas obras começaram a surgir e cobrir as ruas com um tom de protesto, irreverência e questionamento em relação às figuras de poder.

Através do estêncil (técnica muito usada por grafiteiros em que o desenho é aplicado com tinta spray ou aerossol preenchendo o recorte de um papel) o trabalho de Banksy ganha vida trazendo figuras satíricas em forma de animais, na sua maioria ratos e macacos, frases irônicas e em tons de protesto com mensagens de profundo apelo social e político. Entre as suas obras mais famosas destaca-se Girl with Baloon. Criado em 2002 em Londres, o mural representa uma garotinha tentando alcançar um balão vermelho em forma de coração, ao lado e na mesma altura do balão a frase: There is Always Hope (Sempre há esperança).

O estilo marcante das obras de Banksy o tornaram um dos artistas contemporâneos mais populares. Seus grafites podem ser encontrados na Inglaterra, França, nos Estados Unidos e até mesmo na Palestina. Antes encarado como vandalismo, seu trabalho tem atraído grandes galerias e leiloeiros nos últimos anos. No entanto, mesmo sem o consentimento do artista, as obras têm sido removidas de seus locais de origem e leiloadas por valores impressionantes.

Em outubro de 2018 ocorreu mais uma polêmica envolvendo o nome do artista: uma cópia de Girl with Baloon feita por Banksy em 2006 foi leiloada pela bagatela de 1 milhão de libras. A quantia já seria o suficiente para deixar as pessoas presentes boquiabertas, porém assim que o leiloeiro bateu o martelo, um mecanismo escondido na própria moldura do quadro triturou a obra até mais que a metade deixando os espectadores chocados. Responsabilizando-se pelo ocorrido, Banksy renomeou o quadro como Love is in the Bin (Amor está no lixo, em tradução livre).

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Credito Imagens:
Livro: Banksy - Guerra Spray
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Berthe Morisot – a dama impressionista

No auge do Impressionismo em Paris, a pintora francesa Berthe Morisot, ganhou destaque como uma das poucas mulheres a participarem ativamente do movimento. A artista esteve presente nas primeiras exposições que ajudaram a divulgar as obras dos pintores impressionistas, e foi reconhecida principalmente por trabalhos que exploravam cenas familiares com um foco especial na maternidade, tendo muitas vezes as paisagens ao ar livre como pano de fundo.

Berthe Marie Pauline Morisot nasceu em uma influente família, em 1841, na comuna francesa de Bourges e tinha duas irmãs e um irmão mais novo. Assim como em outras famílias da região, as irmãs Morisot desde cedo foram educadas em artes, porém sempre através de aulas particulares, uma vez que na época as mulheres não podiam frequentar as grandes academias de artes. Aos 16 anos, Berthe Morisot começou a frequentar o Museu do Louvre e ali passou a observar e a copiar as obras dos grandes mestres.

Em 1860 começou a explorar a pintura ao ar livre, influenciada pelo amigo e artista realista francês Camille Corot, que conheceu no Museu do Louvre e costumava pintar paisagens. Berthe tornou-se amiga também do pintor Édouard Manet e casou-se com o irmão dele, Éugene Manet. Aos 23 anos, a artista já tinha obras expostas no Salão de Paris, honra que lhe rendeu críticas entusiasmadas desde as suas primeiras obras, o que tornou presença constante no salão oficial.

A sua proximidade com Manet serviu como porta de entrada para o grupo de pintores impressionistas e ela passou a expor as suas obras nas exposições independentes do movimento desde 1874. Utilizando-se das principais técnicas impressionistas como as pinceladas soltas e curtas, a pintora oferecia uma visão nova e contemporânea para as suas composições artísticas. Ao contrário da colega Mary Cassatt que também explorava em suas telas as rotinas familiares, porém de maneira mais privada e em ambientes fechados, Berthe Morisot tinha preferência pelas cenas domésticas que se desenrolavam ao ar livre.

Considerada como uma das mais importantes figuras femininas do movimento impressionista, Berthe tinha o poder de retratar as complexidades humanas através de seus quadros. Entre as principais obras de Berthe Morisot estão as aclamadas O berço e No Jardim de Maurecourt. Na exposição impressionista de 1880, foi uma das artistas mais elogiadas, e em exposições anteriores foi nomeada por um crítico do Le Temps como a “verdadeira impressionista do grupo”. Berthe faleceu em 1895, em Paris, vitima de uma pneumonia.

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Van Gogh – entre campos, girassóis e noites estreladas

Considerado uma das figuras mais influentes da história da arte ocidental, o pintor holandês Vincent Van Gogh legou à humanidade uma vasta obra que abrange mais de dois mil trabalhos. Desenvolvida em pouco mais de uma década, sua composição artística ficou eternizada pelo uso de cores vibrantes, pinceladas dramáticas e pela presença marcante das séries de girassóis, ciprestes, campos de trigo, pomares e os seus famosos autorretratos. Embora nunca tenha ganhado notoriedade em vida, tem seu nome em destaque entre os maiores pintores da era pós-impressionista.

Vincent Willem van Gogh nasceu em 1853, em Zundert, nos Países Baixos. Era filho de Theodorus van Gogh, um pastor, e de Anna Cornelia Carbentus. Foi incentivado a desenhar desde cedo por sua mãe, mas só começou a pintar efetivamente perto dos 30 anos de idade, aconselhado por seu irmão Theo, e após tentativas frustradas de seguir carreira em outras áreas.

Os primeiros trabalhos de Van Goh, realizados por volta de 1885, foram especialmente concebidos através de uma paleta com tons terrosos e considerados sombrios demais para se encaixarem no impressionismo, por isso seu irmão chegou a alegar que eram difíceis de serem comercializados. Já nesta época Van Gogh demonstrou interesse em pintar naturezas mortas e a retratar a vida no campo.

No ano seguinte, o artista holandês passou a incorporar cores mais vivas aos seus trabalhos, optando por carmim, azul cobalto e verde esmeralda. Nesta época também adquiriu xilogravuras ukiyo-e japonesas que serviram como inspiração para os seus trabalhos posteriores.

Uma vez estabelecido em Paris junto a Theo, Van Gogh começou a fazer uso de uma paleta mais brilhante e pinceladas mais fortes que ditariam o tom de suas produções dali para frente. Após mudar-se para Asnières, em 1887, Van Gogn conheceu Paul Signac e a técnica do pontilhismo, adotando elementos deste estilo em suas obras. Também foi nesta ocasião que se tornou amigo do artista pós-impressionista Paul Gauguin.

Em 1888 Van Gogh foi para Arles e ali viveu o auge de sua produção artística. Apaixonado pelas cores e luminosidade da pequena aldeia, criou as mais célebres de suas obras. Nesta fase de sua carreira passou a dar destaque para o uso do amarelo, além de azul ultramarino e malva.

Suas pinceladas ganharam toques mais ousados e o artista chegou ao auge da sua técnica de pintura, utilizando-se de grandes quantidades de tinta que provocavam um relevo na tela, características que se tornaram marcantes e inconfundíveis em seus quadros. Concebeu algumas séries de quadros com ênfase nos girassóis, ciprestes, campos de trigos e os autorretratos que serviam como uma espécie de registro do estado mental do artista no momento de criação de cada tela.

Entre as principais obras de Van Gogh destacam-se Os Comedores de Batatas, Quarto em Arles, Doze Girassóis em uma jarra, Noite Estrelada e Retrato do Dr. Gachet. Apesar da quantidade impressionante de trabalhos que criou, Van Gogh faleceu com apenas 37 anos de idade, após não resistir aos ferimentos de bala provocados pelo disparo que o artista deu em seu próprio peito.

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www.vangoghmuseum.nl/en/collection/s0005V1962
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#003 Dica de criatividade: o importante é começar!

Começou a desenhar mas ainda não tem o desenho finalizado? Não consegue enxergar a pintura inteira ainda? Não faz mal! Comece a pintar mesmo sem saber tudo! Na verdade na minha pintura eu nunca começo sabendo 100% de onde vou chegar. Tenho clareza do ambiente mas em geral o desenho vai tomando forma ENQUANTO eu pinto. Se você está emperrado na composição do seu quadro, tente começar a pintar e ir dando tempo para a pintura se mostrar à você! Trabalhando com constância a Inspiração vem! Essa dica faz parte da aula #003 da Jabuticabeira que esta completa no link:  https://www.youtube.com/watch?v=5gWUg…

Narrando com tinta a óleo

Esse trecho faz parte da aula completa Jabuticabeira: https://www.youtube.com/watch?v=5gWUg… Pintar uma série é como escrever um livro a tinta a óleo, onde cada tela narra um capítulo… Assim como um escritor, quanto mais você se dedicar a cavar fundo, mais próximo estará de encontrar a sua voz, o seu jeito de narrar histórias com tinta.

Aprendendo com Monet

Essa dica é um trecho da aula #002 sobre a pintura da “Árvore Inundada”, assista ao vídeo completo: https://youtu.be/zQ0EmjcatzE
Eu fui buscar inspiração no impressionismo e olhei muito o livro “Monet Water Lilies, the complete series”, Jean Dominique Rey e Denis Rouart enquanto pintava a tela. Mas a minha pintura não é impressionista, é arte contemporânea, e beber na fonte pura dos jardins de Giverny é sempre saboroso, te convido a vir comigo! 🙂

#003 Indiozinho foi inspirado em alguém…

Nesse vídeo eu conto o indiozinho da Jabuticabeira (2017, óleo sobre tela, 200 x 200 cm)

Esse trecho faz parte da aula completa Jabuticabeira: https://www.youtube.com/watch?v=5gWUg…

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