Miró – o surrealismo entre cores e curvas

O colorido e a curvas características de suas obras fizeram de Miró um dos nomes mais representativos da arte modernista e especialmente do surrealismo. Influenciado pela arte fauvista e cubista, o espanhol se consagrou como pintor, gravador, escultor e ceramista.

Joan Miró i Ferrà nasceu em 20 de abril de 1893, em Barcelona, Espanha, em uma Europa que colhia os frutos da Belle Époque, período de grande efervescência cultural e intelectual que começou no final do século XIX e durou até o eclodir a Primeira Guerra Mundial.

Envolto neste contexto histórico, Miró demonstrou interesse em arte desde cedo e sua formação artística se deu na Academia de Belas Artes de Barcelona. Já em 1918, realizou a sua primeira exposição individual e no ano seguinte, após se formar, o artista espanhol foi para Paris, onde conheceu Picasso e as tendências modernistas de arte, que viriam a exercer grande influência sobre o seu trabalho.

Em 1920 o pintor conhece o pai do Surrealismo, o teórico e escritor francês André Breton. Suas obras então passam a incorporar elementos oriundos do movimento surrealista e em 1924 e 1925 o artista lança as telas Maternidade e O Carnaval do Arlequim que configuram um verdadeiro marco no desabrochar do estilo artístico de Miró e também uma nova forma de o surrealismo incorporar símbolos sem recorrer às questões psicologicamente profundas que as primeiras obras abordaram.

Ainda em 1925, Miró participa da primeira exposição surrealista. Já em 1928, o artista viaja para a Holanda, onde concebeu mais duas importantes obras: Interiores Holandeses I e Interiores Holandeses II. A chegada dos anos 1930 marca o reconhecimento mundial de Miró que passa a fazer constantes exposições em galerias francesas e americanas.

Nos anos que se seguiram, a guerra passa a influenciar algumas das obras do pintor surrealista. Um exemplo é a tela The Ladder of Escape (1939), concebida nos anos que compreenderam a Guerra Civil Espanhola. Também é desta época o painel O Ceifeiro, obra que foi exposta juntamente com a famosa Guernica, de Picasso, no pavilhão da Exposição Internacional de Paris.

Na década de 40 o pintor espanhol deu início à série Constelações, composta por 23 pinturas pequenas e que compreendem algumas das mais famosas e reconhecidas obras de Joan Miró. Em 1944, o artista se aventura na produção de cerâmicas e esculturas, inovando ao utilizar materiais como sucata.

Miró idealizou através de sua obra um mundo que não podia ser explicado pela lógica, povoado muitas vezes por pássaros, estrelas e escadas que levavam a maneira muito particular de exprimir as suas vivencias e sentimentos. Morreu aos 90 anos, tendo conquistado fama e riqueza através de sua arte.

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