Jan van Eyck – o mestre da pintura flamenga no século XV

As inovações de Jan van Eyck na pintura de paisagens e retratos, o tornaram um dos mais célebres pintores flamengos do século XV. Considerado o mestre do estilo gótico e precursor da escola realista flamenga, tornou-se influência para muitos artistas que vieram posteriormente. 

Não se sabe com precisão a data e local de nascimento de Jan van Eyck, porém estima-se que tenha sido por volta de 1390, na cidade Maaseik, Bélgica. Também se especula que o primeiro contato de Van Eyck com a arte tenha se dado através de seu irmão mais velho, o pintor Hubert van Eyck. Já as principais influências artísticas do pintor flamengo foram os escultores Klaus Sluter e Melchior Broederlam 

Em 1420, Van Eyck estabeleceu-se como principal pintor na Flandres, região proeminente dos Países Baixos. Foi por volta dessa época que ele e o irmão receberam a encomenda para pintar um políptico. Desse trabalho nasceu uma de suas obras mais célebres o Retábulo de Ghent (1420-1432). Composta por 20 painéis fixos e móveis, mostra diferentes cenas e figuras bíblicas.  

A obra, no entanto, demorou mais de uma década para ser finalizada, uma vez que Van Eyck, em 1425, foi nomeado o principal pintor da corte do duque Filipe III da Borgonha, o Bom. Essa proximidade com membros da corte lhe permitiu participar de importantes missões diplomáticas pela Europa. 

Após a morte de seu irmão, Hubert, em 1426, Van Eyck continuou sozinho a composição do Retábulo de Ghent. Porém a obra teve que ser pausada novamente quando participou da comitiva enviada a Portugal em 1428 para pedir a mão da Princesa Isabel, filha do Rei João I.  

Retornou para Bruges em 1429 e pode finalmente terminar os painéis em 1432, mesmo ano em que comprou uma residência naquela região. É desta época também que nasceram pinturas como O homem do turbante vermelho (1433), que muitos historiadores julgam ser um autorretrato do artista e também o óleo sobre tela O casal Arnolfini (1434), uma das mais intrigantes e famosas pinturas de Van Eyck. 

A riqueza de detalhes, a precisão luminosa, o uso da perspectiva e o cuidado na escolha das cores para se aproximar o máximo possível da realidade foram características que fizeram o nome de Jan van Eyck despontar entre os artistas flamengos. Além disso, a sua principal técnica foi o uso do óleo sobre a madeira que resultavam em belíssimos painéis. 

Jan Van Eyck foi um artista inovador principalmente por ter aprimorado a técnica de pintura a óleo. O artista desenvolveu uma nova preparação de tintas que incluía o uso do óleo na diluição dos pigmentos ao invés do ovo (têmpera), produzindo assim cores mais lustrosas e que não secavam com tanta rapidez. Essa descoberta foi a chave do sucesso do seu trabalho, pois permitia que ele trabalhasse mais devagar e de maneira minuciosa. 

Seus quadros revelam os costumes da nata da burguesia, como também o desenvolvimento social e urbano europeu do final da Idade Média. Há também, como mandava a época, o intenso uso de motivos religiosos em seus trabalhos como pode ser observado em A virgem na Igreja (1430), Crucificação: o julgamento final (1430), A virgem do Chanceler Rolin (1435) e A Anunciação (1436).


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Credito Imagens:
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Os retratos e as paisagens realistas de Antonio López Torres

Antonio López foi um dos mais habilidosos e sensíveis artistas da região de Tomelloso, na Espanha. Destacou-se por explorar a pintura ao ar livre, retratando com maestria as peculiaridades da luz que incidia sobre as paisagens campestres de sua cidade natal.  O pintor espanhol foi fonte de inspiração para diversos artistas conterrâneos. 

Foi em Tomelloso, município situado na região da província espanhola de Ciudad Real, que nasceu Antonio López Torres, em 21 de julho de 1902. Proveniente de uma família de ricos fazendeiros, López Torres cresceu rodeado por uma natureza abundante e que desde cedo foi tema de seus desenhos quando ele ainda nem sonhava em ser pintor. 

Porém o seu talento precoce não passou despercebido aos olhos de um de seus professores primários, mas o pai do jovem tentou afastá-lo de seu dom inato e mandou-o aos 13 anos para trabalhar na vinha da família. 

Contudo, o efeito provocado em López Torres foi o contrário de que seu pai esperava. A experiência no campo permitiu que ele se conectasse ainda mais com a natureza e passasse a reinterpretá-la em suas obras de uma forma totalmente particular.  

Ele ainda não tinha uma formação artística e tudo que criava era de maneira autodidata. Mas já em suas primeiras pinturas, há o destaque para luz, característica que viria se aprofundar ainda mais e pela qual seu nome ficou conhecido.  

A guinada em sua carreira artística veio em 1924 quando um renomado pintor chamado Ángel Andrade Blázquez selecionou as obras de López Torres para a mostra de Belas Artes em Tomelloso. Apenas depois deste episódio o pai de López Torres finalmente se convenceu de que o filho deveria seguir a própria vocação. 

Assim, López Torres pode finalmente ingressar na educação artística formal que se iniciou na Escola de Artes e Ofícios de Ciudad Real, onde se aprofundou em anatomia humana, desenho, retratos e arriscou algumas naturezas mortas. Posteriormente foi para a Escola de Belas Artes de San Francisco, em Madrid, experiência que permitiu um melhor desenvolvimento técnico e uso das cores. Costumava visitar o Museu do Prado para estudar os grandes mestres da pintura como Goya, Ticiano ou Rubens, porém nutria uma profunda admiração por Diego Velázquez. 

Retornou para a sua cidade natal em 1931, após se formar. Aos poucos foi desenvolvendo ainda mais o uso da luz, perspectiva e um exímio domínio cromático que lhe permitiam explorar tudo o que havia aprendido na academia e assim atingir a sua maturidade artística. Tornou-se professor em Tomelloso e apenas em 1936 realizou a sua primeira exposição individual. 

Outra grande evolução artística em sua carreira foi notada em 1948, quando sua obra ganhou nuances mais suaves e líricas. Entre os anos de 1967 a 1972, ele optou em testar novas técnicas de desenhos a óleo, até a sua aposentadoria no final daquele ano. No ano de 1978 doou todo o seu legado artístico para a cidade de Tomelloso e faleceu quase uma década depois, em 1987, vítima de uma trombose. 

Entre as principais obras de López Torres destacam-se La abuela Alejandra fazendo tricô (1924), Venus de Milo (1926), Bodegón con mascarilla (1927), Llanuras de La Mancha (1932), Vista de Palma de Mallorca (1941), Niño bebiendo agua de un cubo (1946) e Paisaje de vendimia en la Garza (1969). 


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