Impressionismo e a influência no Brasil

A incansável busca por capturar em suas pinturas as diferentes impressões sobre a luz, cor e o movimento que uma paisagem poderia refletir ao longo do dia, foi o mote que iniciou um dos movimentos artísticos precursores da arte moderna: o Impressionismo. Rompendo com os princípios da academia e do realismo, os artistas impressionistas abandonam os estúdios e ateliês de arte para pintar ao ar livre. As obras daquela época, longe de serem fiéis a realidade, são dotadas de extrema subjetividade e carregam o nome de pintores importantes como Claude Monet, Edgar Degas, Auguste Renoir, Alfred Sisley e Camille Pissarro.

No final do século XIX a França vivia a chamada Belle Époque que surgiu com o fim da Guerra Franco-Prussiana e sobreviveu até a Primeira Guerra Mundial. Por toda a Europa eclodia um clima intelectual que propiciou inovações e transformações não apenas culturais, mas também nas áreas científicas, econômicas e tecnológicas. O cenário era perfeito para as revoluções que o movimento impressionista propunha.

As obras impressionistas caracterizam-se pelas figuras decompostas que exigem certa distância do observador para que tomem forma. Nas telas são usadas pinceladas soltas para a reprodução da luminosidade e do movimento e a característica ausência de contorno, que é apenas uma abstração que o ser humano faz para representar as imagens. As cores são vivas e utilizadas sem mistura, as sombras ganham diferentes tonalidades, o que difere da pintura clássica que sempre as representava em tons escuros e pretos.

O público e a crítica, entretanto, não aceitaram bem esse escancarado distanciamento das artes clássicas e as incessantes recusas dos salões oficiais obrigam os impressionistas a recorrerem às suas próprias exposições. A primeira grande exposição de obras impressionistas ocorreu em 1874, ocasião em que uma das obras de Monet recebeu uma crítica não muito elogiosa sobre o quadro Impressão, Nascer do Sol, mas que serviu para dar nome ao novo movimento artístico francês. É apenas na década de 1880 que as obras impressionistas começam a ganhar reconhecimento e seus artistas recebem notoriedade tanto da crítica quanto do público.

O movimento impressionista influenciou pintores em todo mundo. No Brasil no início do século XX, Eliseu Visconti pintou com influencia do impressionismo e pós-impressionismo. De origem italiana, o artista se estabeleceu ainda muito jovem no Brasil e legou ao mundo uma vasta contribuiçãoartística. Entre as suas obras de destaque estão: Moça no Trigal, Patinhos no lago,O Colar, Volta às Trincheiras e Garotos na Ladeira. Saiba mais sobre a pintura de Eliseu Visconti no site: https://eliseuvisconti.com.br/visconti-pintor-1921-1928/

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Creditos das imagens:
E.H.Gombrich - A História da Arte
Taschen
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https://www.carmenthyssenmalaga.org/en/obra/rocas-de-javea-y-el-bote-blanco 
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Raimundo de Madrazo y Garreta – o retrato realista

Importante pintor espanhol representante do estilo realista, Raimundo de Madrazo destacou-se sobretudo por seus retratos, a maioria femininos, com detalhes minuciosos, delicados e elegantes. Vindo de uma família de artistas espanhóis de renome, desde cedo teve contato com as artes plásticas. Conseguiu ganhar notoriedade com seu trabalho mesmo tendo vivido em uma época turbulenta, por isso, foi considerado como um dos poucos artistas que sabia unir a pintura clássica às técnicas modernas.

Nascido Raimundo de Madrazo y Garreta, em 1841, em Roma, era neto de José de Madrazo, pintor e ex-diretor do Museu do Prado, e filho do pintor retratista Federico de Madrazo. O avô e o pai se revezaram nas suas primeiras lições artísticas, até que o jovem ingressou na Real Academia de Belas Artes de São Fernando, onde estudou com Carlos Luis de Ribera e Carlos de Haes. Em 1860, de passagem por Paris, tornou-se aluno de Leon Goignet, pintor que teve como aprendizes diversos artistas de prestígio.

Não demorou para que seu trabalho fosse impulsionado pelo nome de sua família e também pela sua impressionante habilidade com os pincéis. Madrazo é considerado um dos mais renomados pintores retratistas, tendo ainda em vida conquistado mercado na Inglaterra, Estados Unidos e

negociado com argentinos abastados. Sua fama como retratista fez com que ele recebesse encomendas de nobres, políticos e importantes representantes da alta sociedade.

Suas pinturas encantam sobretudo pela elegância e habilidade com que as compunha, além de uma notável espontaneidade e admirável excelência técnica, o que o tornou um expositor frequente do Salão de Paris, tendo participado também Exposição Universal. Essas características marcantes de seu trabalho podem ser facilmente reconhecidas em obras como Fond Memories. O retratista espanhol faleceu seis anos após se mudar para Versalhes, na França, em 1920.

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Créditos Imagens:
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Paul Gauguin – A singularidade do Pós-Impressionismo

Com um estilo artístico considerado difícil de ser classificado, o pintor francês Paul Gauguin escreveu o seu nome na história da arte ao lado de personalidades importantes do pós-impressionismo como Van Gogh e Paul

Cézanne. A vida do artista foi marcada por viagens e contato com culturas exóticas que propiciaram o desenvolvimento de um trabalho ousado e único. Não à toa, teve diversos seguidores e influenciou a criação de um grupo denominado Les Nablis que tinha a pintura não apenas como expressão artística, mas também como filosofia de vida.

Filho de um jornalista francês e de uma escritora peruana, Eugène-Henri-Paul Gauguin nasceu em Paris em 1848 e faleceu nas Ilhas Marquesas em 1903. Apesar de ter nascido na França, morou até os sete anos em Lima no Peru com a mãe e a irmã – o pai havia falecido durante a viagem de navio que os levou ao país latino-americano onde o jornalista pretendia trabalhar. Em 1855, Gauguin e a família retornaram para o seu país de origem e cerca de 10 anos depois, o jovem ingressou na marinha mercante.

Desenvolveu uma vida bem-sucedida como corretor e tinha a pintura apenas como um hobby de fim de semana. Porém tudo mudou com a quebra da Bolsa de Paris, época em que decidiu viver exclusivamente de sua arte, influenciado pela amizade com o pintor francês impressionista Camille Pissarro. Os anos que se seguiram a esta decisão culminaram em

um período de extrema dificuldade financeira e foram determinantes para colocar fim ao seu casamento com Mette Sophie Gad com quem teve cinco filhos.

Após deixar a ex-esposa e os filhos na Dinamarca, o artista viveu um tempo na Bretanha onde teve o contato com a vida simples do campo e também com outros artistas. A oportunidade de conhecer novas culturas surgiu em uma viagem à América Central.

Lá ele trabalhou como operário na construção do Canal do Panamá. Partiu posteriormente para Martinica que com suas paisagens exuberantes e coloridas inspirou diversas obras do artista francês. Foi nessa ocasião que ele se distanciou definitivamente da herança artística do impressionismo e buscou na arte primitiva o caminho para desenvolver o seu estilo marcante. Paul Gauguin viajou para o Taiti e a cultura exótica da região lhe rendeu trabalhos que exploram com originalidade a vida no campo, o simbolismo e a ousadia na combinação de cores. Entre as suas principais obras destacam-se o Cristo Amarelo, Jovem taitiana com uma flor, Duas mulheres na praia, De onde viemos? O que somos? Para onde vamos? e Jovens taitianas com flores de manga. Como pode ser observado na maioria dos seus trabalhos, o artista não se preocupava com a representação fiel das cores nas paisagens retratadas. Sua técnica ganha um apelo exótico e emocional, em que a cor é muitas vezes protagonista em meio a figuras estáticas, o que não agradava muito a crítica da época. Entretanto em 2015, mais de 100 anos após sua morte, o quadro Quando você casa? foi arrematado por 300 milhões de dólares por um museu do Qatar, tornando-se na ocasião a obra de arte mais cara já comercializada.

Crédito de imagens:
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https://www.museothyssen.org/en/collection/artists/gauguin-paul/

https://www.photo.rmn.fr/archive/16-531226-2C6NU0A4JTY6A.html
https://www.kimbellart.org/collection-object/self-portrait
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Os retratistas na história da arte

Gênero importante na história da arte, o retrato na pintura era utilizado pelas academias e escolas de artes como uma maneira de desenvolver as habilidades e técnicas artísticas. O gênero evoluiu conforme surgiam os movimentos e estilos artísticos ao longo dos séculos, desta forma, artistas renomados e de diversas gerações se destacaram utilizando o recurso em suas pinturas.

O retrato pictórico, por definição, é a representação de um sujeito, seja por observação, memória ou fotografia através da pintura. Acredita-se que suas raízes advêm do período pré-histórico. Do Egito Antigo sobreviveram registros de representações de divindades e governantes, a maioria de perfil, gravados sobre pedra, argila, gesso, entre outros materiais rígidos. Já as primeiras pinturas remontam da China de 1000 a. C., porém, não se conservaram trabalhos da época.

É por volta de 1300 que o gênero ganha força, ao ser utilizado para representação de personagens bíblicos, em obras como as de Giotto. No século XV, o pintor flamengo Jan Van Eyck desenvolve a técnica de pintar retratos com tinta a óleo, no lugar da têmpera que foi amplamente utilizada no século anterior. Destaca-se desse período a obra O casal Arnolfini, de Eyck.

No Renascimento o retrato se projetou através das encomendas que eram realizadas por famílias da nobreza e do alto escalão social, como uma forma de eternizar ou presentear a figura retratada, tornando-se um verdadeiro objeto de status. Desta época, destacam-se retratistas como Lorenzo Lotto e Botticelli, na Itália. Outros grandes mestres da pintura também se dedicaram ao retrato como Leonardo, Michelangelo e Rafael. A Mona Lisa, de Leonardo, por exemplo, é um dos retratos que elevaram as técnicas de pintura do gênero.

Conforme os movimentos estéticos e as técnicas artísticas evoluíam, era esperado que o retratista conseguisse copiar a essência do retratado em sua tela. No renascimento, passa-se a utilizar as expressões faciais na pintura para caracterização das diferentes emoções. Ticiano, por sua vez, propõe o retrato psicológico, ampliando as possibilidades de poses. Já nos séculos XVI e XVII, período Barroco e Rococó, nomes como os de Rubens e Van Dick dão continuidade ao estilo, e nos séculos XVIII e XIX, destacam-se os pintores franceses Jacques-Louis David e Jean Auguste Dominique Ingres. Goya, na Espanha, dedica-se dar um tom ousado e provocativo ao retrato com suas majas.

Os impressionistas, como Renoir, Degas e Monet dão novas nuances e cores ao estilo, servindo como porta de entrada para os trabalhos de Gauguin e Van Gogh. No século XX, o advento da fotografia ajudou os artistas na composição de seus retratos, principalmente numa reprodução mais fiel da figura retratada. Porém foi neste mesmo século que o gênero declinou na arte, por volta dos anos 40 e 50, ressurgindo com certa força nas produções dos ingleses Lucian Freud e Francis Bacon, nos anos 60 e 70. Artistas contemporâneos como Andy Warhol, Alex Katz e Chuck Close, também chegaram a explorar o retrato em suas obras, com novas técnicas, cores e interpretações.

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Crédito imagens:
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Renoir – o mais descontraído dos impressionistas

Popular por suas telas que expressam o otimismo e o clima alegre da cidade de Paris no final do século XIX, Renoir foi um dos artistas que aderiram ao movimento impressionista após superar as influências realistas dos trabalhos de Gustave Coubert. Sua obra se caracteriza pela reprodução da intensa e movimentada vida parisiense, deixando em segundo plano as paisagens para focar na figura humana, especialmente a feminina que passa a ser retratada com uma sensualidade estilizada.

Nascido em Limoges, no ano de 1841, Pierre-Auguste Renoir era proveniente de uma família modesta que se mudou para Paris em 1844. A proximidade com o Museu do Louvre foi um dos fatores que estimularam o jovem a gostar de artes, desenvolvendo um notável talento para o desenho. Aos 13 anos, devido a difícil situação financeira, foi trabalhar em uma fábrica de porcelanas. O dono da fábrica identificou a inclinação artística do aprendiz, o que possibilitou que Renoir ingressasse na Escola de Belas Artes de Paris.

Foi no estúdio de Charles Gleyre, em 1862, que ele conheceu artistas que compartilhavam de ideias muito parecidas com as suas como Alfred Sisley, Frédéric Bazille e Claude Monet. Nesta época ele já expressava o desejo de retratar a beleza em sua arte, não necessariamente da forma que as coisas eram e sim como o pintor francês achava que deveriam ser. Participou da primeira exposição impressionista em 1874, em que expôs quatro telas. Uma delas é a famosa O Camarote, que ele conseguiu vender pouco tempo depois. Nesta obra é possível ver ainda um toque de influência da pintura clássica através dos contrastes de claro e escuro, tão comuns no Barroco.

A partir da década de 1880, Renoir passa a se distanciar um pouco das técnicas impressionistas, buscando novas inspirações na Argélia e na Itália. As obras de Rafael e do pintor neoclássico, Ingres, são ponto de partida para um novo período em sua vida artística, marcado por pinceladas mais secas e sólidas. Essa transição pode ser observada na obra Rosa e Azul – As meninas Cahen d’Anvers, de 1881.

A tela encomendada pelo banqueiro Louis Raphael Cahen d’Anvers, retrata as suas filhas Alice e Elisabeth com expressões bem distintas, mas rodeadas pelo ar da infância. No quadro de Renoir é possível observar as formas bem delineadas e arredondadas dos rostos das meninas, compostos por um pincel trabalhado de maneira firme. Em contrapartida seus vestidos ganham movimento e textura através de pinceladas curtas, pontilhados que tomam forma ao serem observados à distância e contrastam com as faixas na cintura em que a tinta é trabalhada de maneira mais larga, adquirindo o brilho tão característico do cetim.

Atualmente o quadro pertence ao acervo do Masp que entre 1948 e 1952 recebeu nove telas de diversas fases do mestre francês. Ainda no final da década de 1950, o Museu de Arte de São Paulo adquiriu mais três telas de Renoir em uma famosa expedição à Europa e Estados Unidos. Dono de uma rara coleção, o Masp apenas empresta os quadros aos mais importantes museus do mundo.

 

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Crédito Imagens:
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#004 Renoir e o branco

Na dica de hoje eu aponto como Renoir pintava o branco.
Esse trecho faz parte da aula completa Magia do Branco: https://www.youtube.com/watch?v=Vne0b…

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#004 Grandes pintores ensinam

Beba onde a fonte é pura 😉
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Camille Pissarro – O mais fiel dos impressionistas

Considerado um dos líderes do movimento impressionista, Camille Pissarro foi o único artista a participar das oito exposições realizadas pelos impressionistas. Sua obra destaca-se principalmente por explorar os efeitos luminosos em paisagens ao ar livre, usar cores vivas e pinceladas suaves, além de adotar a técnica do pontilhismo em algumas telas.

Nascido Jacob Abraham Camille Pissarro, em 1830, na ilha de São Tomás nas Índias Ocidentais Dinamarquesas, com 11 anos foi enviado à Paris para estudar em um colégio interno, retornando posteriormente à Ilha de São Tomás para cuidar dos negócios da família. Desde cedo nutria uma paixão pela arte, tornando-se amigo do pintor Fritz Melbye a quem acompanhou por dois anos em uma expedição para estudar a fauna e flora venezuelana.

Partiu para Paris aos 23 anos, onde conheceu Paul Cézanne, Claude Monet e outros pintores que posteriormente seriam chamados de impressionistas. Ao lado do amigo Monet, costumava sair para pintar ao ar livre e foi um dos maiores incentivadores da primeira exposição independente que ocorreu em 1874.

Embora não seja um dos nomes mais lembrados ao se falar em Impressionismo, Camille Pissarro foi um dos poucos a seguir à risca os preceitos impressionistas. Sua obra reúne um conjunto de paisagens rurais e urbanas que exploram os efeitos da luz natural, com pinceladas soltas e visíveis, cores vivas e puras. Entre as suas obras mais famosas destacam-se Le Verger, Les châtaigniers à Osny e Place du Théâtre Français. O artista francês teve como discípulo o famoso pintor pós-impressionista Paul Gauguin.

Sua paleta cálida captava com precisão os efeitos luminosos, o que o tornou um dos mais importantes paisagistas do século XIX. Camille Pissarro faleceu aos 73 anos, em Paris.


Credito Imagens:
https://commons.wikimedia.org
https://www.wikiart.org/

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Aprendendo com Monet

Essa dica é um trecho da aula #002 sobre a pintura da “Árvore Inundada”, assista ao vídeo completo: https://youtu.be/zQ0EmjcatzE
Eu fui buscar inspiração no impressionismo e olhei muito o livro “Monet Water Lilies, the complete series”, Jean Dominique Rey e Denis Rouart enquanto pintava a tela. Mas a minha pintura não é impressionista, é arte contemporânea, e beber na fonte pura dos jardins de Giverny é sempre saboroso, te convido a vir comigo! 🙂
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Edgar Degas – A valorização da luz em interiores na pintura impressionista

Nome de destaque do movimento impressionista, o artista francês Edgar Degas, ao contrário dos seus colegas, pintava poucas paisagens ao ar livre. Ficou conhecido especialmente por suas telas que retratam bailarinas, a vida doméstica parisiense, além de uma escolha de paletas de cores que na época eram consideradas discordantes.

Edgar Hilaire Germain Degas nasceu em Paris em 1934 e destacou-se como pintor, gravurista, escultor e filósofo francês. Filho do rico banqueiro Auguste Degas, sua origem abastada teve grande influência sobre as suas preferências artísticas. Após concluir os estudos no Liceu Louis-le-Grand, aos vinte anos, ingressou no ateliê de Louis Lamothe, onde conheceu Ingres, pintor que o aconselhou a valorizar o desenho e não somente a cor. Por exigência de seu pai, chegou a cursar dois anos do curso de Direito, porém não se dedicou aos estudos.

Viveu por cerca de três anos na Itália, onde teve a oportunidade de conhecer e copiar as obras dos grandes mestres do Renascimento, como Leonardo, Rafael e Michelangelo. Nesta ocasião ele iniciou uma das suas obras de renome: Retrato da Família Bellelli, concluída em 1860.

De volta à Paris, conheceu Édouard Manet, responsável por aproximá-lo do grupo de artistas que posteriormente seria chamado de impressionistas. Apesar de ter participado da primeira exposição impressionista, em 1874, Degas relutava em se enquadrar ao movimento e também divergia bastante dos outros pintores. Se por um lado os pintores impressionistas saiam ao ar livre para conceber as suas obras, Degas tinha clara preferência em pintar em estúdio, explorando com criatividade os efeitos da iluminação em interiores. Além disso, a conclusão de cada tela exigia diversos croquis e esboços, o que resultava em obras quase fotográficas.

Destacam-se em suas obras a figura feminina, as cenas de ballet, o cotidiano doméstico e a vida noturna parisiense em que o pintor francês reúne um apanhado de influências que não se conectam entre si e o distanciam cada vez mais do impressionismo. Seus hábitos reclusos também refletiam as suas produções artísticas, consideradas sob alguns aspectos bastante conservadoras.

Entre as suas principais obras estão A Aula de Dança, Depois do Banho, Mulheres Passando Roupa, Os jovens espartanos, além da escultura Pequena Bailarina de catorze anos, trabalho que chocou a sociedade parisiense e inovou por seu um dos primeiros a trazer uma escultura trajando roupas de verdade. Atualmente a escultura faz parte do acervo do MASP, em São Paulo.

Em seus últimos anos de vida, Degas perdeu a visão progressivamente, passando a viver isolado e tornando-se uma pessoa de difícil convivência. Faleceu na cidade de Paris, em 1917.

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